segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Wadson: “Agora é toda militância na rua pela reeleição de Dilma”


O projeto do PCdoB em Minas Gerais sagrou-se vitorioso com o resultado do primeiro turno das eleições de 2014. O resultado das urnas no estado ampliou de dois para três a bancada comunista na Assembleia Legislativa e garantiu a reeleição da deputada federal Jô Moraes. O Partido também foi um dos grandes artífices da conquista do governo do estado por Fernando Pimentel e assegurou a vitória da presidenta Dilma Rousseff em Minas, principal reduto do tucano Aécio Neves.


Por Mariana Viel


As reais possibilidades do presidente estadual do PCdoB-Minas, Wadson Ribeiro – terceiro suplente de deputado federal - assumir um mandado na Câmara podem significar a concretização da totalidade do projeto eleitoral do Partido. Em entrevista ao PortalVermelho-Minas, o dirigente estadual fez um balanço positivo das eleições. “Por apenas 4 mil votos não alcançamos 100% de nossa meta eleitoral que era eleger dois deputados federais do PCdoB em Minas Gerais. Considero esse resultado uma vitória política porque a possibilidade de assumirmos o mandato existe”. 

Wadson destacou que o desafio de primeira hora dos comunistas mineiros é assegurar a vitória de Dilma Rousseff no segundo turno das eleições presidenciais. “O primeiro desafio do presente do nosso campo em Minas é reeleger a presidenta Dilma. A palavra de ordem é: todos os comunistas agora na rua pela reeleição da presidenta Dilma”.

Leia abaixo a íntegra da entrevista:

Vermelho-Minas: Qual é a avalição do PCdoB-Minas do resultado do primeiro turno das eleições no estado?
Wadson Ribeiro: O resultado das eleições em Minas Gerais foi vitorioso. O PCdoB tinha como objetivo aumentar a bancada na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal, eleger Fernando Pimentel governador e também assegurar a reeleição da presidenta Dilma Rousseff. Nosso Partido teve atuação destacada na conquista dos 43% dos votos que Dilma teve estado. Esse resultado significou a derrota do projeto do candidato à Presidência Aécio Neves, ex-governador e atual senador, que pretendia garantir uma vantagem sobre Dilma em Minas Gerais. 

Também conquistamos, o que considero um feito muito importante, a eleição em primeiro turno de Fernando Pimentel governador. Essa vitória se deu praticamente após 20 anos do condomínio de forças ligado ao neoliberalismo que dirigiram o nosso estado – excetuando apenas o período em que Itamar Franco esteve à frente do governo (1998-2002). A eleição de Pimentel representa a possibilidade da mudança da política em Minas. 

Participamos ainda do bom desempenho de Josué Alencar – candidato ao Senado – que teve mais de 40% dos votos. Talvez se ele tivesse acreditado mais, feito mais campanha e se tornado mais conhecido teria se tornado senador do estado. 

Em relação aos resultados das eleições proporcionais qual é a avaliação da direção?
Nossa bancada estadual pulou dos 305 mil votos conquistados em 2010, para 406 mil votos. Reelegemos, como era prioridade, o Caixa [Mario Henrique Caixa] e o Celinho do Sinttrocel e ampliamos nossa atuação na Assembleia com a eleição do ex-secretário de Saúde e atual vereador de Contagem Ricardo Faria. 

Para Câmara Federal, reelegemos a deputada Jô Moraes e eu fiquei na terceira suplência. Por apenas 4 mil votos não alcançamos 100% de nossa meta eleitoral que era eleger dois deputados federais do PCdoB em Minas Gerais. Considero esse resultado uma vitória política porque a possibilidade de assumirmos o mandato existe. 

A ampliação da bancada comunista no estado demonstra que o povo mineiro quer e precisa de mais mudanças. Quais são os principais projetos do Partido no Legislativo? 
Ter três deputados na Assembleia Legislativa significa uma força importante. O PCdoB passou um longo período em Minas Gerais sem ter nenhum deputado estadual e desde que retomou sua presença no parlamento mineiro vem aumentando sua representatividade e atuação. Três deputados na Assembleia consolida a possibilidade de fazer com que projetos avançados encontrem respaldo no Legislativo e fazer de nossos mandatos instrumentos que possam melhorar a vida do povo, organizar mais a nossa sociedade e criar mecanismos para ajudar o nosso estado a se desenvolver. A força do PCdoB no cenário da Assembleia se torna mais importante.

Quais são os desafios e as perspectivas de atuação dos comunistas mineiros no novo governo estadual?
O governador Pimentel e todos os partidos que compuseram a coligação Minas pra Você terão grandes desafios. O maior deles é assumir um estado quebrado, endividado, que tem muito a fazer pelas questões sociais e precisa modernizar a sua infraestrutura. O PCdoB quer ser parte desse esforço. Quem ajuda a ganhar as eleições, ajuda a governar. Logo no primeiro momento o PCdoB retirou a candidatura de Jô Moraes ao governo em apoio a Fernando Pimentel. 

Ganhamos o governo junto com o PT, o PMDB, o PRB e o Pros e com a maioria dos eleitores mineiros que votaram no projeto de mudança e Minas. Obviamente, cabe ao governador eleito conduzir essas discussões, mas ele sempre sinalizou que o PCdoB terá um papel importante nessa nova Minas Gerais que se inicia a partir do dia 1º de janeiro. Vamos nos somar ao esforço de escrever um novo capítulo na história de nosso estado. O PCdoB tem prefeituras importantes como Contagem, Cataguases e Pintópolis e que também irão ajudar Minas Gerais a reencontrar os rumos de desenvolvimento.

A presidenta Dilma venceu o presidenciável tucano Aécio Neves em seu reduto. Qual é o significado dessa vitória?
O primeiro desafio do presente do nosso campo em Minas é reeleger a presidenta Dilma. Em nível nacional, a ascensão de forças conservadoras e da lógica neoliberal – de corte de investimentos e de uma política econômica retraída – à Presidência da República compromete a situação de Minas no que tange novos investimentos e políticas públicas. Parte do êxito do futuro governo de Minas passa também com certeza pela reeleição da presidenta Dilma.

Qual é o papel da militância comunista no segundo turno das eleições presidenciais?
A palavra de ordem é: todos os comunistas agora na rua pela reeleição da presidenta Dilma. Precisamos potencializar a estrutura das nossas campanhas proporcionais e para o governo para barrar essa tentativa de uma onda conservadora no segundo turno, que apresenta um candidato com ideário neoliberal como sendo da renovação. Na verdade a política que o PSDB representa coloca o Brasil com menos soberania, desenvolvimento, mobilidade social e progresso. É isso que nós devemos dizer para as pessoas nas ruas. Precisamos ampliar a vantagem da Dilma e garantir a quarta vitória do povo brasileiro. A reeleição de Dilma abre para nós a possibilidade do compromisso com os avanços e as reformas que o Brasil exige e que só poderão ser concretizadas através de um governo que tenha uma orientação política democrática e progressista.

Nenhum comentário:

Postar um comentário