sexta-feira, 28 de novembro de 2014

O FIPP DA ESCOLA ARNALDO E A IMPORTÂNCIA DE UM GRÊMIO ESTUDANTIL


Por Dedé Rodrigues

Na sexta-feira, dia 21 de novembro de 2014, foi realizado o Festival de Interpretação de Prosa de Poesia o (FIPP) da Escola Arnaldo Alves Cavalcanti que foi prestigiado por diversas escolas do município. Este festival, criado pela própria organização estudantil, envolveu neste ano a participação, além do apoio indispensável da Gestão da Escola, centenas de estudantes, mais de 25 professores que se envolveram em 08 peças teatrais e 12 danças (músicas, grupo musical, coral, dança afro, apresentações culturais mistas) etc. Sem entrar em mais detalhes sobre este evento específico e o conteúdo dele, só os números citados nesta introdução justificam a importância da existência do grêmio em nossa escola. 


Mas o que eu quero defender neste humilde ensaio é a importância de um Grêmio Estudantil atuante numa escola para melhorar a qualidade do ensino, ampliar a gestão democrática e contribuir com a formação humana integral. Vou utilizar a apostila que serve de base para o curso de formação continuada, “Pacto Nacional pelo fortalecimento do Ensino Médio”, com o objetivo de comprovar que ampliação da democracia no país e na escola necessita de Grêmios Estudantis, que não sejam só promotores de eventos, mas atuantes em defesa da melhora da qualidade do ensino, da ampliação da democracia e da cidadania ativa. 
  
Quando o Grêmio Estudantil surgiu em 1988 em nossa escola recebeu o nome do Estudante Edson Luís, em homenagem a este estudante assassinado pela Ditadura Militar no Rio Janeiro. Nesta época os alunos que eram os principais dirigentes: Dedé Rodrigues, Genildo Santana, Aristóteles Monteiro, entre outros, tinham a convicção de que esta entidade deveria ir além da promoção de eventos culturais ou apenas servir como “menino de recado” da gestão ou de professores, sem deixar de dar a importância que merecem estes eventos culturais na Escola, embora necessitem de uma melhora do ponto de vista da mensagem e do conteúdo crítico, a gente já compreendia que a luta pelos direitos dos alunos e pela democratização da escola e a qualidade do ensino tinha uma relação intrínseca.

Na apostila de Formação de Professores do Ensino Médio, pág. 25, sugere-se que os grêmios devem estabelecer nas escolas “a discussão e promoção de debates sobre o projeto pedagógico da escola e sobre temas de interesse deles, da educação e da região onde vivem com suas famílias”. Dessa forma, pág. 25 e 26, o Grêmio “poderá desempenhar papel central no desenvolvimento de um protagonismo juvenil de natureza crítica”.  Esta compreensão a direção do grêmio tinha no início, embora depois, outras gestões gremistas se limitaram a promoção de eventos deixando de contribuir com o desenvolvimento do senso crítico do aluno, bem como, com a  ampliação da democracia na escola e no país.  

 Nesta linha de raciocínio não se pode atribuir ao grêmio um caráter apolítico, pois os nossos alunos, dirigentes do grêmio ou não, são cidadão em formação e o papel do professor é estimular esta participação cidadã no grêmio, pois é esta participação que contribui com a sua autonomia intelectual e moral e, ao mesmo tempo, conferem segundo a mesma apostila:
“conteúdo político, tentando entender e discutir com as pessoas e grupos para os quais se voltam, as condições sociais e econômicas que os conduzem à exclusão de direitos e benefícios sociais e, assim como as possibilidades de desenvolverem ações, eles próprios, que visem a superação das condições promotoras de sua exclusão”, pág. 29.  Como percebemos esta participação autônoma e cidadã do estudante contribui também com a ampliação da democracia na escola.

Neste sentido, os alunos gremistas precisam ser vistos como parceiros dos professores e da escola na busca de uma sociedade e de uma educação melhor, até mesmo nos momentos de conflitos, quando se trata da defesa dos seus direitos, pois estes conflitos devem resultar em uma melhora na prática docente e na própria qualidade do ensino e nas relações entre professor e aluno. Diretos e deveres valem para todos, alunos e professores, e devem servir como reflexão para a melhora das relações humanas e ampliação da democracia escolar.  


Na conclusão da apostila vale destacar o trecho que diz: “o mais importante, portanto, é a ampla e livre participação dos jovens em todos os processos de tomada de decisão na vida da escolar”.   Sendo assim, os professores de uma  escola que querem contribuir com a melhora da qualidade no ensino, com a formação de cidadãos autônomos e com a ampliação da democracia no país,  precisam estimular a criação de grêmios em sua escola e, em nosso caso, contribuir para esta entidade estudantil,  se torne cada vez mais atuante em nossa escola.

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