quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Centrais tomam as ruas: “Não abrimos mão dos direitos”


As centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, UGT, Nova Central e CSB realizam nesta quarta-feira (28), o Dia Nacional de Lutas em defesa do emprego e dos direitos trabalhistas. Com manifestações simultâneas por todo o Brasil, os trabalhadores reafirmam que não abrem mão dos direitos e reivindicam medidas que estimulem o emprego e não o retrocesso.


Portal Vermelho/Dayane Santos
Adílson Araújo, presidente da CTB, durante ato das centrais que lotou o vão livre do Masp
Adílson Araújo, presidente da CTB, durante ato das centrais que lotou o vão livre do Masp

Em São Paulo, onde os presidentes das centrais participaram mais de 5 mil trabalhadores de diversas categorias tomaram a avenida Paulista, fechando uma das pistas. Empunhando bandeiras, faixas e cartazes, os trabalhadores entoavam palavras de ordem em defesa do emprego e contra os ajustes.

O ato deu início a uma série de manifestações organizadas pelas centrais, que inclui ainda encontro com representantes do governo federal, protestos e uma grande marcha nacional da classe trabalhadora, que acontecerá no dia 26 de fevereiro, em São Paulo. As centrais pedem a revogação de duas medidas provisórias editadas pelo governo federal no fim de dezembro que modificam as regras de acesso a benefícios como seguro-desemprego, abono salarial e pensão. Segundo os sindicalistas, as medidas reduzem os direitos dos trabalhadores.

O presidente da CTB, Adílson Araújo, destaca que a presidenta Dilma Rousseff tem os trabalhadores como aliados e que a manifestação é uma reafirmação da pauta apresentada pelas centrais durante a disputa eleitoral. “Da parte do movimento social pressupõe defender a sua autonomia perante o governo e os patrões. O remédio que encontramos é mobilizar os trabalhadores para salvaguardar os direitos e abrir uma perspectiva para que a gente possa conquistar mais”, disse.

Direitos são intocáveis

Adílson comentou a declaração da presidenta Dilma feita durante a reunião ministerial realizada nesta terça (27), de que os “direitos trabalhistas são intocáveis”. “Ao reafirmar esse compromisso, a presidenta traz um ânimo novo à classe trabalhadora. A nossa disposição é exatamente encontrar a chave certa para concluir esse raciocínio. Mas é o governo, mais do que ninguém, que poderá definir se os trabalhadores serão prejudicados ou não”, salientou.

Assim como o dirigente da CTB, durante o ato os representantes das centrais e as lideranças de diversas categorias reafirmaram que o objetivo das manifestações é demonstrar ao governo Dilma que os trabalhadores querem mudanças que promovam avanços nos direitos e garantam o desenvolvimento do Brasil.

Quintino Severo, secretário de finanças da CUT, ressaltou que os trabalhadores não podem pagar a conta daqueles que provocaram a crise. “Temos a legitimidade de ocupar as ruas para defender um projeto de crescimento e desenvolvimento econômico e fazer com que o país não ande para trás”, enfatizou.

Já o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, enfatiza que os trabalhadores não aceitam “que se mexa em sequer um milímetro dos diretos”.

“Essa manifestação mostra qual é o caminho para o governo restabelecer o diálogo com os trabalhadores. Temos a esperança de que na próxima reunião, agendada para o dia 3, os ministros vão voltar atrás para que possamos discutir bandeiras que ampliem os direitos, como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário”, pontuou o presidente da UGT, Ricardo Patah.

O representante da Nova Central em São Paulo, Luiz Gonçalves, compartilhou do mesmo pensamento, dizendo que é preciso que o governo não apenas revogue as medidas, mas atenda às reivindicações que os trabalhadores fazem desde 2010, após a realização da Conclat. “São documentos que estão protocolados desde o momento da campanha eleitoral e que até agora não foram atendidas”.

O vice-presidente da CSB, Álvaro Egea, espera que as manifestações levem o governo ao caminho do desenvolvimento. “Não vamos aceitar que, para recuperar a economia, coloque-se em primeiro lugar o interesse do capital financeiro”, destacou.

Metalúrgicos da MTP

Trabalhadores demitidos da metalúrgica MTP, empresa do setor de autopeças de Guarulhos, marcaram presença no ato das centrais. A empresa anunciou a demissão de 770 trabalhadores. “Jonas, caloteiro”, gritavam os trabalhadores em referência ao dono da MTP. Isso porque a empresa não pagou os salários, 13º, férias e nem deu início ao processo de recisão dos trabalhadores. A categoria faz um revezamento em frente à empresa para garantir que não sejam retirados o maquinário.

Bancários

O ato em São Paulo não se resumiu à concentração no vão livre do Masp. Cerca de 40 agências bancárias da região da Paulista abriram com uma hora de atraso e também foi dado um "abraço" no prédio da Caixa, organizado pelo Sindicato dos Bancários, contrário à ideia cogitada pelo governo de promover abertura de capital da instituição e cobrando a manutenção do caráter 100% público do banco.

No ABC, região metropolitana de São Paulo, cerca de 4 mil trabalhadores tomaram a avenida Robert Kennedy. "O governo não pode se curvar ao sistema financeiro”, diz Rafael Marques, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.

Em Alagoas, a concentração foi no centro de Maceió, capital do estado. A manifestação aconteceu em frente à Delegacia do Trabalho. No Recife, em Pernambuco, oato foi em frente à Superintendência Regional do Trabalho (SRT), e reuniu centenas de pessos.

Na capital gaúcha, Porto Alegre, o protesto bloqueou parcialmente o trânsito de uma das mais movimentadas vias do centro.

Da redação do Portal Vermelho, Dayane Santos
Com informações de agências


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