segunda-feira, 12 de janeiro de 2015

Dieese: Combate à inflação não deve ficar restrito a juros


Aumento da inflação prejudica a renda do trabalhador e empresário, mas juros altos são remédio amargo e pouco eficiente, afirma coordenador do instituto.


Governo fechou o ano com a inflação dentro do teto da meta
Governo fechou o ano com a inflação dentro do teto da meta

Airton Santos, coordenador do atendimento sindical do Dieese, comentou os números consolidados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), em entrevista à Rádio Brasil Atual. O índice calculado pelo IBGE fechou em 6,41% em 2014.

Apesar de ainda fechar dentro do teto da meta, a Airton acredita que tais números fazem acender uma 'luz amarela', pois, nos últimos anos, o índice se aproxima cada vez mais do teto, que é de 6,5%, fixada pelo governo. Ele leva em consideração o histórico traumático de inflação em décadas passadas. "É algo que o governo deve se preocupar, e não só o governo como toda a sociedade", enfatiza.



O coordenador do Dieese explica que a inflação é uma anomalia do sistema econômico e prejudica trabalhadores e empresários. Para o trabalhador, "quanto maior a inflação, maior a corrosão do salário, menos ele pode comprar ao fim do mês na medida em que a inflação é alta" e "também não é bom para o planejamento das empresas porque não se tem ideia de precificação, de planejamento, portanto".

O governo já sinaliza preocupação e deve adotar políticas fiscais e monetárias de contenção, mas Airton espera que tais medidas não fiquem restritas à elevação das taxas de juros, pois já se mostraram insuficientes e ainda atrapalham o desenvolvimento do país.


"Taxas de juros altos levam a menos consumo e, por consequência, a menos investimento. Menos consumo e menos investimento induzem a menos produção e, por consequência, menos emprego", alerta Airton Santos.

Fonte: Rede Brasil Atual.

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