O presidente chinês Xi Jinping pronunciou, na quinta-feira(25), durante a Sessão Plenária da Cúpula do BRICS, em Joanesburgo, o discurso em desta a necessidade dos países do grupo trabalharem "por um mundo aberto, inclusivo, limpo e belo que desfrute de paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum". Leia íntegra:
Vossa Excelência presidente Cyril Ramaphosa,
Vossa Excelência presidente Michel Temer,
Vossa Excelência presidente Vladimir Putin,
Vossa Excelência primeiro-ministro Narendra Modi,
Gostaria de começar agradecendo o presidente Ramaphosa e o governo sul-africano por sua cordial hospitalidade e arranjos cuidadosos. Passados cinco anos, a Cúpula do BRICS está sendo realizada novamente na África. Essa é uma ocasião para ser celebrada.
O tema desta cúpula -"BRICS na África: Colaboração para o Crescimento Inclusivo e a Prosperidade Compartilhada na Quarta Revolução Industrial"- é a mais adequada para as atuais circunstâncias. As três primeiras revoluções industriais se caracterizaram pelo avanço transformativo em ciência e tecnologia: a ascensão da mecanização no século XVIII, a utilização da eletricidade no século XIX e o advento da Era da Informação no século XX. Estes avanços libertaram a produtividade social e melhoraram significativamente o padrão de vida das pessoas, transformando profundamente o curso da história humana.
Hoje, nós estamos experimentando outra revolução em ciência, tecnologia e indústria, que é maior em escopo e profundidade. Avanços sucessivos estão sendo realizados rapidamente em tecnologias de ponta como big data e inteligência artificial. Novas tecnologias, modelos comerciais e indústrias estão surgindo uma após as outras. Os países em todo o mundo descobriram que seus interesses e destinos estão ligados como jamais foi.
Entretanto, ainda temos que apoiar o crescimento global através de novas forças motrizes, e lidar com o desequilíbrio Norte-Sul e outros problemas estruturais profundamente arraigados. Além disso, erupções constantes de conflitos geopolíticos e o agravamento do protecionismo e unilateralismo estão afetando diretamente o ambiente de desenvolvimento externo dos mercados emergentes e países em desenvolvimento.
A roda da história continua girando independente do desejo das pessoas. Nós, países do BRICS, devemos seguir de perto a tendência do nosso tempo, aprofundar nossa parceria estratégica e consolidar nosso marco de cooperação apoiado pela economia, política, cooperação em segurança e intercâmbios entre pessoas. Deste modo, poderemos transformar a nossa visão da segunda "Década Dourada" em realidade e construir conjuntamente uma comunidade de futuro compartilhado pela humanidade.
Primeiro, devemos liberar o enorme potencial da nossa cooperação econômica. Uma cooperação econômica mais estreita para que a prosperidade seja compartilhada é o propósito original e a prioridade da cooperação do BRICS. Também é no campo econômico onde desfrutamos da cooperação mais promissora, diversa e frutífera. Precisamos aumentar a cooperação em comércio, investimento, economia, finanças e conectividade para tornar este bolo ainda maior. Ao mesmo tempo, devemos trabalhar com as Nações Unidas, o G20 e a Organização Mundial do Comércio para salvaguardar o regime multilateral de comércio baseado em regras, promover a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, e rejeitar em absoluto o protecionismo.
É importante que continuemos a buscar o desenvolvimento impulsionado pela inovação e construamos uma Parceria sobre a Nova Revolução Industrial para fortalecer a coordenação das políticas macroeconômicas, descobrir mais complementaridades em nossas estratégias de desenvolvimento e reforçar os esforços um dos outros na renovação das forças econômicas motrizes e na melhora da estrutura econômica. Neste contexto, a China organizará dez programas de desenvolvimento de recursos humanos durante os quais especialistas dos nossos cinco países serão convidados a fazer um plano para nossa cooperação na nova revolução industrial. Fazendo isso, esperamos aumentar a competitividade não só dos países do BRICS mas também de outros mercados emergentes e países em desenvolvimento.
Segundo, devemos salvaguardar a paz e a segurança global. A cooperação política e de segurança é um importante componente da parceria estratégica do BRICS. Devemos estar comprometidos com o multilateralismo e os propósitos e princípios da Carta da ONU. Devemos pedir que todas as partes observem o direito internacional e as normas básicas de governança das relações internacionais e resolvam as disputas através do diálogo e as diferenças através de consultas. Ao alavancar completamente o papel das reuniões dos ministros das Relações Exteriores, assessores de segurança nacional e representantes permanentes do BRICS nas Nações Unidas, podemos fazer com que nossas vozes sejam ouvidas e que possamos propor soluções, e trabalhar juntos por um novo tipo de relações internacionais caracterizadas pelo respeito mútuo, igualdade, justiça e cooperação de benefícios mútuos.
Terceiro, devemos expandir os intercâmbios entre pessoas. Os países do BRICS possuem grandes civilizações. Quando se trata de intercâmbios culturais e entre pessoas, há muito o que podemos fazer juntos. De fato, tais intercâmbios ganharam notável dinâmica nos últimos dois anos. Devemos visar maior conectividade entre as pessoas e maior apoio popular à cooperação do BRICS através de intercâmbios extensivos em cultura, educação, saúde, esportes, turismo e outras áreas. Dessa forma, a China deseja sugerir exibições itinerantes conjuntas através de alianças do BRICS entre museus, museus de arte, galerias nacionais e bibliotecas, e uma cooperação mais estreita entre as indústrias culturais, criativas, turísticas e de nível subnacional. Deste modo, podemos difundir a história do BRICS por toda a parte para promover ainda mais o entendimento mútuo e a amizade tradicional entre os nossos povos.
Quarto, devemos construir uma rede de parcerias mais estreitas. Desde o começo do mecanismo do BRICS, a abertura e a inclusão têm permanecido nosso compromisso duradouro. A abordagem "BRICS Plus" que adotamos na Cúpula de Xiamen está projetada para fortalecer a unidade e a coordenação entre os membros do BRICS para uma maior coesão e, ao mesmo tempo, para continuar ampliando o "círculo de amigos" do BRICS em uma busca conjunta pelo desenvolvimento compartilhado e prosperidade para todos os mercados emergentes e países em desenvolvimento. Poderíamos explorar a cooperação "BRICS Plus" dentro da ONU, G20 e outros mecanismos multilaterais para avançar com os interesses comuns e impulsionar o espaço de desenvolvimento dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento, contribuindo ainda mais para a paz e o desenvolvimento mundial através de parcerias mais amplas.
Colegas,
O futuro do BRICS está nas mãos dos nossos povos. Vamos trabalhar juntos com o restante da comunidade internacional por um mundo aberto, inclusivo, limpo e belo que desfrute de paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum.
Obrigado.
Vossa Excelência presidente Michel Temer,
Vossa Excelência presidente Vladimir Putin,
Vossa Excelência primeiro-ministro Narendra Modi,
Gostaria de começar agradecendo o presidente Ramaphosa e o governo sul-africano por sua cordial hospitalidade e arranjos cuidadosos. Passados cinco anos, a Cúpula do BRICS está sendo realizada novamente na África. Essa é uma ocasião para ser celebrada.
O tema desta cúpula -"BRICS na África: Colaboração para o Crescimento Inclusivo e a Prosperidade Compartilhada na Quarta Revolução Industrial"- é a mais adequada para as atuais circunstâncias. As três primeiras revoluções industriais se caracterizaram pelo avanço transformativo em ciência e tecnologia: a ascensão da mecanização no século XVIII, a utilização da eletricidade no século XIX e o advento da Era da Informação no século XX. Estes avanços libertaram a produtividade social e melhoraram significativamente o padrão de vida das pessoas, transformando profundamente o curso da história humana.
Hoje, nós estamos experimentando outra revolução em ciência, tecnologia e indústria, que é maior em escopo e profundidade. Avanços sucessivos estão sendo realizados rapidamente em tecnologias de ponta como big data e inteligência artificial. Novas tecnologias, modelos comerciais e indústrias estão surgindo uma após as outras. Os países em todo o mundo descobriram que seus interesses e destinos estão ligados como jamais foi.
Entretanto, ainda temos que apoiar o crescimento global através de novas forças motrizes, e lidar com o desequilíbrio Norte-Sul e outros problemas estruturais profundamente arraigados. Além disso, erupções constantes de conflitos geopolíticos e o agravamento do protecionismo e unilateralismo estão afetando diretamente o ambiente de desenvolvimento externo dos mercados emergentes e países em desenvolvimento.
A roda da história continua girando independente do desejo das pessoas. Nós, países do BRICS, devemos seguir de perto a tendência do nosso tempo, aprofundar nossa parceria estratégica e consolidar nosso marco de cooperação apoiado pela economia, política, cooperação em segurança e intercâmbios entre pessoas. Deste modo, poderemos transformar a nossa visão da segunda "Década Dourada" em realidade e construir conjuntamente uma comunidade de futuro compartilhado pela humanidade.
Primeiro, devemos liberar o enorme potencial da nossa cooperação econômica. Uma cooperação econômica mais estreita para que a prosperidade seja compartilhada é o propósito original e a prioridade da cooperação do BRICS. Também é no campo econômico onde desfrutamos da cooperação mais promissora, diversa e frutífera. Precisamos aumentar a cooperação em comércio, investimento, economia, finanças e conectividade para tornar este bolo ainda maior. Ao mesmo tempo, devemos trabalhar com as Nações Unidas, o G20 e a Organização Mundial do Comércio para salvaguardar o regime multilateral de comércio baseado em regras, promover a liberalização e a facilitação do comércio e do investimento, e rejeitar em absoluto o protecionismo.
É importante que continuemos a buscar o desenvolvimento impulsionado pela inovação e construamos uma Parceria sobre a Nova Revolução Industrial para fortalecer a coordenação das políticas macroeconômicas, descobrir mais complementaridades em nossas estratégias de desenvolvimento e reforçar os esforços um dos outros na renovação das forças econômicas motrizes e na melhora da estrutura econômica. Neste contexto, a China organizará dez programas de desenvolvimento de recursos humanos durante os quais especialistas dos nossos cinco países serão convidados a fazer um plano para nossa cooperação na nova revolução industrial. Fazendo isso, esperamos aumentar a competitividade não só dos países do BRICS mas também de outros mercados emergentes e países em desenvolvimento.
Segundo, devemos salvaguardar a paz e a segurança global. A cooperação política e de segurança é um importante componente da parceria estratégica do BRICS. Devemos estar comprometidos com o multilateralismo e os propósitos e princípios da Carta da ONU. Devemos pedir que todas as partes observem o direito internacional e as normas básicas de governança das relações internacionais e resolvam as disputas através do diálogo e as diferenças através de consultas. Ao alavancar completamente o papel das reuniões dos ministros das Relações Exteriores, assessores de segurança nacional e representantes permanentes do BRICS nas Nações Unidas, podemos fazer com que nossas vozes sejam ouvidas e que possamos propor soluções, e trabalhar juntos por um novo tipo de relações internacionais caracterizadas pelo respeito mútuo, igualdade, justiça e cooperação de benefícios mútuos.
Terceiro, devemos expandir os intercâmbios entre pessoas. Os países do BRICS possuem grandes civilizações. Quando se trata de intercâmbios culturais e entre pessoas, há muito o que podemos fazer juntos. De fato, tais intercâmbios ganharam notável dinâmica nos últimos dois anos. Devemos visar maior conectividade entre as pessoas e maior apoio popular à cooperação do BRICS através de intercâmbios extensivos em cultura, educação, saúde, esportes, turismo e outras áreas. Dessa forma, a China deseja sugerir exibições itinerantes conjuntas através de alianças do BRICS entre museus, museus de arte, galerias nacionais e bibliotecas, e uma cooperação mais estreita entre as indústrias culturais, criativas, turísticas e de nível subnacional. Deste modo, podemos difundir a história do BRICS por toda a parte para promover ainda mais o entendimento mútuo e a amizade tradicional entre os nossos povos.
Quarto, devemos construir uma rede de parcerias mais estreitas. Desde o começo do mecanismo do BRICS, a abertura e a inclusão têm permanecido nosso compromisso duradouro. A abordagem "BRICS Plus" que adotamos na Cúpula de Xiamen está projetada para fortalecer a unidade e a coordenação entre os membros do BRICS para uma maior coesão e, ao mesmo tempo, para continuar ampliando o "círculo de amigos" do BRICS em uma busca conjunta pelo desenvolvimento compartilhado e prosperidade para todos os mercados emergentes e países em desenvolvimento. Poderíamos explorar a cooperação "BRICS Plus" dentro da ONU, G20 e outros mecanismos multilaterais para avançar com os interesses comuns e impulsionar o espaço de desenvolvimento dos mercados emergentes e dos países em desenvolvimento, contribuindo ainda mais para a paz e o desenvolvimento mundial através de parcerias mais amplas.
Colegas,
O futuro do BRICS está nas mãos dos nossos povos. Vamos trabalhar juntos com o restante da comunidade internacional por um mundo aberto, inclusivo, limpo e belo que desfrute de paz duradoura, segurança universal e prosperidade comum.
Obrigado.
Fonte: Xinhua
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