quinta-feira, 30 de junho de 2011

Marina Silva rejeita convite para entrar no PMDB

O PMDB ouviu um primeiro não de Marina Silva. Informado de que a ex-presidenciável do PV vai deixar a legenda nos próximos dias, o presidente nacional do PMDB, senador Valdir Raupp (RO), antecipou-se ontem, convidando-a para ingressar no partido. Os dois se falaram por telefone por volta das 10 horas da manhã, quando Marina agradeceu o convite de forma delicada, mas direta. "Para ser bem sincero, ela não deixou espaço para uma nova conversa", confidenciou Raupp a um aliado.

Raupp estava disposto a levantar a bandeira do "PMDB Verde", acompanhando a ex-presidenciável em viagens Brasil afora, para que os dois fizessem juntos a defesa do desmatamento zero. De acordo com a Agência Estado para atrair a ex-senadora, o presidente do PMDB também pensava em garantir-lhe a legenda, caso ela quisesse disputar o governo do Acre ou uma vaga no Senado em 2014. No telefonema, contudo, nem houve tempo para estender o assunto.



Fonte: (Magno Martins)

Marina pede para sair do PV

RACHA VERDE
As brigas entre Marina e José Luiz Penna (ao lado), que controla o PV há mais de dez anos, começaram na campanha eleitoral e não pararam desde então 
    
 Sem conseguir promover mudanças no comando do Partido Verde, a candidata que conquistou 19,5 milhões de votos deixará o partido nesta semana
Marina Silva, a mulher de saúde frágil que aprendeu a ler aos 16 anos e quase virou freira, sonha em ser presidente do Brasil. Acriana do vilarejo de Breu Velho, pobre e filha de seringueiros, Marina entrou na política em 1985, aos 27 anos, por influência do ambientalista Chico Mendes, com quem fundou o PT no Estado. A militância em favor dos seringueiros a levou rapidamente à Câmara de Vereadores de Rio Branco e, em seguida, à Assembleia do Acre. Em 1994, aos 36 anos, tornou-se a senadora mais jovem da história do país. Sempre com a causa verde na ponta de sua afiada retórica, em 2003 Marina virou ministra do Meio Ambiente do governo Lula – e começou a cobiçar a Presidência da República. No PT, porém, suas chances de disputar o cargo seriam nulas.
Em nome da utopia, Marina fez uma escolha pragmática. Convidada a ser candidata à Presidência, aceitou filiar-se ao Partido Verde, o PV, uma pequena legenda identificada não apenas com a agenda ambientalista – mas também com propostas liberais, como a legalização da maconha e do aborto. Marina, que se convertera à religião evangélica em 1997, ignorou as latentes tensões entre suas convicções religiosas e as posições liberais da plataforma verde. Apesar do bom desempenho na campanha presidencial do ano passado, não deu certo. Dois anos e 19,5 milhões de votos depois, Marina decidiu: deixará o PV. O anúncio ocorrerá nesta semana.
A união entre Marina e o PV começou com promessas e terminou em desilusões. Desilusões produzidas, sobretudo, ao sabor das inevitáveis divergências de uma campanha eleitoral. Marina e o PV, especialmente por meio de seu presidente, José Luiz Penna, discordaram em quase tudo nas eleições. Aos poucos, sua campanha separou-se da estrutura do partido. Os problemas começaram na arrecadação de dinheiro. O vice da chapa, o empresário e fundador da Natura, Guilherme Leal, centralizou os trabalhos de coleta de recursos. Os tradicionais arrecadadores do PV se incomodaram com a resistência de Leal aos métodos tradicionais – e heterodoxos – de financiamento de campanhas no Brasil, do qual o partido nunca foi exceção. Um dos dirigentes do PV conta como anedota o dia em que Marina mandou devolver uma mala de dinheiro “não contabilizado”, em linguajar delubiano, ao empresário paulista que o havia enviado.
O segundo ponto de atrito entre Marina e o PV deu-se em razão da entrada de líderes evangélicos na organização política da campanha. Pastores da Assembleia de Deus, igreja de Marina, influenciavam decisivamente na elaboração da agenda da candidata. A força deles no comando da campanha não casava com o perfil histórico do PV. Se em sua plataforma e em seu discurso o PV era favorável à legalização da maconha, do aborto e do casamento gay, era uma clara incoerência que sua candidata à Presidência se colocasse contra essas posições. O PV temia perder o eleitorado urbano, moderno, descolado. As lideranças evangélicas argumentavam que isso não seria um problema e prometiam trazer 40 milhões de votos para a candidata, caso a campanha se voltasse aos eleitores evangélicos.

Marina quer criar um partido para concorrer novamente à Presidência nas eleições de 2014
Era tão difícil conciliar a dualidade entre os evangélicos de Marina e os liberais do PV que, até o meio da campanha, Marina cumpria duas agendas: uma política, com as tradicionais visitas a prefeitos e comícios, e outra religiosa, que incluía reuniões em igrejas com pastores. Marina sofria pressão dos evangélicos para que não visitasse terreiros de umbanda e candomblé. Na pré-campanha, ela aquiesceu. Em seguida, porém, a candidata foi convencida a gastar menos tempo com os eventos religiosos – e mais em busca de votos.
Ao longo da campanha, Marina não abdicou dos jejuns religiosos que costuma fazer pelo menos uma vez por mês. Alguns próceres do PV consideram os jejuns uma irresponsabilidade de Marina, em função de sua instável saúde – ainda jovem, ela foi contaminada por metais pesados e acometida por graves doenças, como malária e hepatite. Em entrevista a ÉPOCA, há um mês, ela se irritou diante de uma pergunta sobre esse tipo de crítica. “A minha vida espiritual é assim desde que me entendo por gente. Se um critério para ser do PV é abandonar minha vida espiritual, então já sei pelo que vou optar. Vivo a minha fé e visitar igrejas faz parte da minha fé. Sou missionária da Assembleia de Deus”, disse Marina.
O terceiro motivo para o desgaste entre Marina e o PV foi político. Apesar de ter rompido com o PT, Marina mantém uma relação ambígua com o ex-presidente Lula. Suas recusas em criticar Lula publicamente durante a campanha provocaram estremecimentos entre a candidata e Guilherme Leal. Leal é simpático ao PSDB e doou dinheiro para a campanha do tucano Geraldo Alckmin à Presidência, em 2006. Por outro lado, Marina contrariou aliados ex-petistas quando decidiu não usar uma campanha em vídeo preparado por seu marqueteiro cujo slogan era “Marina, a verdadeira sucessora de Lula”. “A campanha era maravilhosa, impactante, contava a trajetória de vida dos dois, a proximidade deles”, diz um aliado. Marina mantém sua decisão: “Acho pretensioso, poderia parecer pretensioso (o vídeo). Eu tenho muita consciência do meu tamanho”.
O resultado da eleição confirmou que Marina é, ao menos em votos, a maior terceira via que o país já teve desde a redemocratização. Confirmou, também, que não havia lugar para Marina no PV – e no PV para Marina. “Não houve nenhuma sinalização do PV de que os compromissos com ela serão cumpridos, então não há condições de que ela permaneça filiada”, afirma João Paulo Capobianco, coordenador da campanha de Marina. Ele a acompanhará na desfiliação nesta semana, ao lado de outras lideranças do PV. A saída do partido não significa que Marina desistiu do sonho de ser presidente. Ela pretende criar um partido para se candidatar novamente, em 2014.


Fonte (Época)

TABIRA INAUGURA O PRIMEIRO CAPS DO PAJEÚ.No dia 30 de junho de 2011, o município de Tabira conquistou mais um importante programa para a Saúde. Trata-se do primeiro CENTRO DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL do Pajeú, Renascer,que funcionará numa casa de campo localizada na direção do Sítio Araras de Tabira, em cima da ladeira do Bairro Barreiros II. O Centro funcionará com uma equipe composta por Dª Thânia Mirele Coordenadora, Drª Arline Ramos Psiquiatra, Drª Ângela Vasconcelos Assistente Social, Drª Elis Melo Psicóloga, Drª Elaine Ramos Terapeuta, Elaine Cristina Técnica em Enfermagem, Aline Ferreira Recepcionista e Aparecida de Lima Auxiliar de Serviços Gerais. Estiveram presentes quase todos os Secretários de Governo, além de todas as áreas ligadas à saúde do município, Vigilância Sanitária, PACS, Agentes da Dengue, Coordenação de Combate a Dengue etc. Usaram da palavra elogiando mais esta conquista do governo, Thânia Mirele, Coordenadora do CAPS, Wilson Rodrigues Coordenador dos Programas Sociais da GERE, Dr. Ubirajara, Coordenador da Saúde Bucal, Mariquinha Secretária de Saúde, Joel Mariano Vice Prefeito, Fernandinho Presidente do Conselho da Saúde, Drª Arlene Ramos e o Prefeito Dinca Brandino. O prefeito destacou na sua falação mais duas conquistas importantes para a Saúde de Tabira que foram a Maternidade da Mãe Coruja, já funcionando e, o SAMUR que está para chegar.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Luís Britto Garcia: A Líbia é o nosso futuro

Nenhum homem é uma ilha; a morte de qualquer pessoa me afeta, pregava John Donne. Nenhum país está fora do planeta: o genocídio cometido contra um povo assassina-me. Tudo o que acontece na Líbia fere-me, prejudica-te, nos afeta.

Luís Britto Garcia*
Falemos como homens e não como chacais ou monopólios mediáticos. A Líbia não é bombardeada para proteger a sua população civil. Nenhum povo é protegido lançando-lhe explosivos nem despedaçando-o com 4,3 mil ataques "humanitários" durante mais de cem dias. A líbia é incinerada para lhe roubarem seu petróleo, suas reservas internacionais, suas águas subterrâneas. Se o latrocínio triunfa, todo país com seus recursos será saqueado. Não perguntes sobre quem caem as bombas: cairão sobre ti.

Como na época de Ali Babá e os quarenta ladrões, os banqueiros internacionais que tão benevolamente receberam 270 mil milhões de dólares em depósitos e reservas da Líbia assaltam o botim e estudam trespassá-lo àqueles que tentam assassinar os legítimos donos. Também criam para os monárquicos de Bengazi um banco central e uma divisa secessionista. São os mesmos financistas cujo latrocínio custa à humanidade o atual colapso econômico: não indague a quem roubam os banqueiros: desfalcam a ti.

Toda pilhagem arranca com promessa de golpe fácil e atola-se na carnificina insolúvel. As guerras do Afeganistão, Iraque, Líbia, Iêmen e a agressão contra o Paquistão arrancam passeios triunfais, espatifam-se em holocaustos catastróficos e nenhuma conclui nem se decide. A resistência dos seus povos retarda a imolação da qual não te livrarão nem vetos omitidos nem organizações abstencionistas nem banqueiros carteiristas nem Congressos nulificados. Não perguntes porque são assassinados os patriotas líbios: estão a morrer por ti.


* Luís Britto Garcia é escritor venezuelano

Fonte: resistir.info

O artigo original encontra-se no Blog de Luís Britto Garcia
Editado por Dedé Rodrigues

Brasil cai para quinto no ranking da Fifa, enquanto a ‘Fúria’ segue na ponta

A Seleção Brasileira perdeu duas posições e agora ocupa o quinto lugar no ranking da Fifa, divulgado nesta quarta-feira pela entidade máxima do futebol. Campeã mundial, a Espanha segue na liderança, com 1.871 pontos, 210 de frente em relação à Holanda, vice na última Copa e segunda posicionada na atual lista.
Em terceiro e quarto lugares, respectivamente, Alemanha e Inglaterra ultrapassaram o Brasil, que soma 1.130 pontos. Na sexta posição se encontra a Itália. Já a Argentina perdeu cinco colocações e agora está em décimo, logo atrás do México. Recentemente vencedora da Copa Ouro, a seleção mexicana ganhou 19 posições.
Confira os 20 primeiros colocados no ranking da Fifa
1º Espanha - 1.871 pontos
2º Holanda - 1.661
3º Alemanha - 1.417
4º Inglaterra - 1.146
5º Brasil - 1.130
6º Itália - 1.059.
7º Portugal -1.046
8º Croácia - 1.033
9º México - 1.007
10º Argentina - 979
11º Noruega - 972
12º Grécia - 959
13º Japão - 925
14º Costa do Marfim - 922
15º França - 920
16º Montenegro - 915
17º Rússia - 914
18º Uruguai - 909
19º Suécia - 884
20º Dinamarca - 857



Fonte: (Globo Esporte)

terça-feira, 28 de junho de 2011

PCdoB: “ganhar eleição, planejar cidades e melhorar vida do povo”

 O senador Inácio Arruda (CE) arrancou risos do público do seminário nacional “Governar para um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento” quando declarou que está “doido para governar”. Ele participou, junto com o prefeito de Olinda (PE), Renildo Calheiros, na mesa que discutiu, na tarde de sábado (19), Um projeto para as cidades: experiências e perspectivas.

Leonardo Brito
PCdoB: “ganhar eleição, planejar cidades e melhorar vida do povo”
Para Inácio Arruda, “devemos ganhar as eleições, planejar as cidades e perseguir o nosso planejamento em busca da melhoria de vida do povo”. Ele quer “transformar as cidades em lugar digno de ver, a maioria ainda é indigna, isso serve para a minha cidade (Fortaleza) e serve para a maior cidade brasileira”.

Já Renildo Calheiros, que já vive a experiência, falou sobre os êxitos alcançados pelas administrações do PCdoB, que governa a cidade há 10 anos, mas destacou também as dificuldades, citando a necessidade de execução de obras, manutenção dos equipamentos públicos e crescimento nos investimentos nos serviços para atender o aumento da demanda.

Ele disse ainda que, além das obras de melhoria na cidade, a prefeitura precisa ficar atenta para a manutenção dos equipamentos públicos. Ele disse que a população avalia uma administração não apenas pelo volume de obras e melhorias, mas também na manutenção. “Você faz quase R$ 500 milhões em investimentos, mas quando cai uma chuva e a cidade fica cheia de buracos, a avaliação vai lá embaixo”, destacou.

E citou as áreas de saúde e educação como dois exemplos que exigem esforço redobrado para garantia de ampliação e manutenção. Ele diz que o crescimento enorme da estrutura e dos recursos, muitas vezes, não acompanha a demanda cada vez maior procurando por esses serviços.

De Brasília
Márcia Xavier

Editado por Dedé Rodrigues.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

HOMEM DESAPARECE DO SÍTIO POÇO DANTAS DE TABIRA E FAMÍLIA OFERECE RECOMPENSA EM DINHEIRO PARA QUEM O ENCONTRAR.




O Sr Cristovão Elias dos Santos, 44 anos, moreno, estatura baixa, trajando bermuda e camiseta, desapareceu desde a última quita-feira (23/06) do sítio Poço Dantas, zona rural de Tabira-PE. Quem tiver alguma informação, favor entrar em contato com a polícia civil de Tabira pelo telefone (87) 3847-3905 ou ainda pelos telefones (87)9956-6867, (87)9111-4338, (87)9167-5871 e/ou (87)9967-7921.
A família está oferecendo 1.000,00 a quem o encontrar e entregá-lo.
Escrito por Joel Mariano, às 12:18

Esporte

Náutico desperdiça muitas chances e perde do ABC por 1x0, em Natal

O Náutico até tentou, mas não conseguiu acabar com a invencibilidade do ABC na Série B. Em um jogo em que poderia empatar ou até mesmo ganhar, devido à quantidade de chances perdidas de gol, o Timbu amargou a sua terceira derrota na competição nacional e perdeu de 1x0 para a equipe potiguar. O Alvirrubro permanece com 9 pontos e ocupa o 12º lugar enquanto o ABC chega aos 13 pontos e está na 5ª posição.

O único gol do jogo foi marcado no primeiro tempo, aos 33 minutos. Em um rápido contra-ataque pela direita do campo, Marcus Vinícius fez um cruzamento rasteiro para o meio. Leandrão apareceu livre de marcação e mandou a bola para o fundo das redes.

 

Sem poder de reação, Salgueiro perde de 1x0 para o Americana 

Não foi desta vez que o Salgueiro conseguiu a sua primeira vitória fora de casa na Série B. O Carcará foi derrotado por 1x0 pelo Americana, que, com a vitória, chegou aos 14 pontos e está no último lugar do G4. Já o time sertanejo permanece com os mesmos oito pontos de antes e ocupa a 14ª posição.

O único gol da partida foi marcado por Dodô no segundo tempo. Quando o cronômetro marcava 26 minutos, ele recebeu uma falta de Josa na entrada da área. O atacante do Americana cobrou bem por cima da barreira e chutou a bola direto para o fundo das redes.

 

Sport e Criciúma não marcam e continuam iguais na tabela

Sport e Criciúma continuam grudados na tabela de classificação da Série B do Campeonato Brasileiro. As duas equipes que já estavam com o mesmo número de pontos ganhos, gols marcados e sofridos antes da partida desta sexta-feira, na Ilha do Retiro, no Recife, mantiveram-se iguais após o 0 a 0 que decepcionou as 14.448 pessoas que pagaram ingresso para ver o jogo. Agora, o time pernambucano e o catarinense passaram a ter 10 pontos, duas vitórias, quatro empates, uma derrota, cinco gols marcados e cinco sofridos, em sete jogos. Com isso, deixaram São Caetano e Guarani para trás, mas foram superados pelo Boa Esporte, que derrotou o Barueri nesta sexta, e ainda podem ser ultrapassados neste sábado por Náutico, Vila Nova e Salgueiro.

Funai revela descoberta de tribo indígena jamais contactada pelo homem branco

Foto aérea da nova tribo descoberta
Pesquisadores brasileiros anunciaram, nesta quinta-feira, a descoberta de uma das últimas tribos indígenas não contactadas pela civilização ocidental, em um ponto remoto da Floresta Amazônica. Fotos aéreas reveladas pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ao canal árabe de TV Al Jazeera mostram quatro grandes construções no Vale do Javari, na tríplice fronteira com o Peru e a Bolívia. Diretor da Funai, Aloysio Guapindaia garantiu que o governo brasileiro trabalha no sentido de preservar a tribo encontrada do contato com o homem branco como forma de preservá-los de doenças desconhecidas por seu sistema imunológico.

Ainda segundo Aloysio Guapindaia, a tribo localizada pertence ao grupo linguístico Pano, difundido na região amazônica e alto Mato Grosso, onde outras tribos ainda não contactadas subsistem à exploração da madeira e de outras riquezas encontradas no solo. Até agora, ainda existem nove grupos não contactados naquela área e, em todo o país, são mais de 50 referências – sinais de sua existência em determinada região. No Estado, eles permanecem embrenhados nas matas dos municípios de Cotriguaçu, Apiacás, Aripuanã, Tabaporã, Juara, Juína, Comodoro e Colniza.

Outro sertanista, José Carlos dos Reis Meirelles, que chefia a Frente de Proteção Etno-Ambiental do Rio Envira, diz em um artigo publicado recentemente que já se sabia, “de antemão, da presença de madeireiras legais e ilegais explorando mogno nas cabeceiras dos rios Juruá, Envira, Purus e seus afluentes. Mas tudo de ruim que imaginava não chega nem perto da realidade. O que ocorre naquela região é um crime monumental contra a natureza, índios, fauna, além de um atestado da mais pura irracionalidade de como nós, civilizados, tratamos o mundo, casa de todos nós”.

“É preciso considerar que esses povos isolados não sabem o que é a civilização, e quando encontram algum sinal de civilização, ou atacam ou fogem. Mesmo quando fogem, acabam entrando em conflitos. O governo brasileiro e o governo peruano sabem de tudo isso, mas não movem uma palha ao menos para tentar solucionar a questão. Tudo fica nos protocolos de intenção, em atas de reuniões, em salas refrigeradas de encontros binacionais. Nada além disso. A principal causa do desmatamento na fronteira com o Peru é demanda de madeiras nobres, como o mogno, usado para fazer móveis ‘coloniais’, principalmente caixões” acrescentou.

Presentes e doenças

O velho método de contato usado por anos a fio foi deixado para trás. Nada de se apresentar, levar presentes e novos moldes culturais para os grupos isolados.

– Quando se faz isso, eles adoecem, se sedentarizam e mudam de hábitos – explicou a jornalistas o indigenista Juscelino Melo.

A Funai agora apenas observa de longe os movimentos dos indígenas, a fim de conhecer suas características e poder demarcar uma área adequada à sobrevivência do grupo. Esta é, aliás, a tentativa do órgão com os índios descobertos na serra Morena. Depois de estudar seus hábitos, o que era uma área de restrição se adequa e torna-se uma reserva indígena – em que o encontro entre brancos e índios, apesar de inevitável, é adiado ao máximo.

Não se sabe qual o parentesco do grupo isolado de Colniza com etnias das imediações. Mas tanto os índios cinta-larga quanto os arara – ambos habitantes daquela região do estado – reconheceram os artefatos recolhidos nos acampamentos como semelhantes aos que produzem. “Por enquanto, podemos dizer apenas que há grandes chances de serem um braço dos índios tupis”, apontou Melo.

Busca começou em 1999

Quando souberam que a região da serra Morena poderia abrigar um grupo indígena não contactado, funcionários da Funai organizaram a primeira expedição, em meados de 1999. O primeiro passo foi tentar extrair informações do funcionário da madeireira, o primeiro a avistar os vestígios. Mas a tentativa não vingou:

– Ele queria R$ 20 mil para mostrar onde era a área – lembrou o indigenista Juscelino Melo.

A equipe partiu então para outras estratégias. Juntou pistas informadas por fazendeiros da região, até encontrar a mesma picada que, tempos antes, havia sido aberta pelo primeiro a avistar o achado. Seguindo o rastro do trabalhador da madeireira – que perderam em muitas ocasiões – a Funai conseguiu encontrar o acampamento indígena. Isso depois de oito dias de viagem, e 160 quilômetros de trecho.

Ao final do “picadão”, os pesquisadores depararam-se com uma vigia de espera. Trata-se de uma espécie de camuflagem, usada por índios para observar a passagem de animais. À frente, encontraram dois abrigos de palha, que aparentemente acolheram um par de famílias. Mais tarde, nova dupla de malocas de palha foi descoberta, seguindo os mesmos padrões. Junto aos abrigos, uma fartura de artefatos: imensos cochos de palmeira trançada para fazer bebidas, cestos de palha, pedras de quebrar cocos, abanos, esteiras e assim por diante.

Segundo os cálculos de Juscelino Melo, as duas moradas deveriam abrigar oito pessoas. Ainda é cedo para saber se elas são os únicos indivíduos do grupo, ou uma parcela desgarrada de uma comunidade maior, que perambula pela região. Uma das características observadas pela Funai é que os índios produzem utensílios a cada novo acampamento – costume interpretado como a busca de mobilidade, em caso de fuga.

Seja qual for a hipótese, não há mais muito espaço para se locomoverem.

– Por isso, é importante preservar a área que ainda existe – observou Melo.

Os 160 mil hectares pleiteados pela Funai são ocupados por fazendas, madeireiras e poucos seringueiros, copaibeiros e coureiros, sobreviventes da decadência das três atividades.

UMA MULTIDÃO PRESTIGIA O SÃO PEDRO EM TABIRA.



O Saõ Pedro em Tabira, 25 \11, reuniu a maior multidão já vista nesta festa em nossa história. A festa promovida pela Prefeitura por intermédio da Secretaria de Cultura foi realizada no local tradicional, após a Praça Gonçalo Gomes, tinha tanta gente que cada palmo da Avenida era disputado pelos presentes. O Mestre de Cerimônia, Léo Brasil, pedia para levantar a mão o povo das cidades de fora e se via muita gente de mãos altas no meio da multidão, com majoritária presenças dos tabirenses, o que prova que este tipo de festa está cada vez mais popular em Tabira. As apresentações dos conjuntos começaram com a valorização das pratas de casa, um conjunto da Escola Carlota e, depois foi a vez dos Ciganos levantar a multidão do chão com as músicas sertanejas. Outra atração bastante elogiada foi o conjunto Armonia do Forró, que ficou no coração dos tabirenses. No final se apresentou Louro Santos e Victor Santos fechando com chave de ouro o sábado.

sábado, 25 de junho de 2011

SÉTIMO ARRAIAL DO DINCÃO ATRAIU UMA GRANDE MULTIDÃO.












O arraial do Dincão que está indo para a sua oitava edição ocorreu no dia 24 de junho de 2011, em frente à Escola Dom Bosco. Esta sétima edição contou com uma grande multidão e foi animado pelos conjuntos Toinho de João de Cícera, Sabor de Menina e Medalha de Ouro. Estiveram presentes, além de uma grande multidão, o prefeito Dinca com a sua família, o Vice prefeito Joel Mariano e diversos secretários de governo. O evento foi abrilhantado pelas quadrilhas da AMURT, RENASCER E A DO BAIRRO SÃO PEDRO. O mestre de Cerimmônia foi o Repórter Léo Brasil diretor de Imprensa. os destaques da festa foram o Médico Pedro Pires que agradeceu ao prefeito Dinca no palco pela homenagem feita ao seu avô Pedro Pires quando reformou a Praça que tem o seu nome. O segundo detaque foi a fogueira, a maior do Pajeú, que foi construída e oferecida aos bacamateiros pelo empresário Dinca. O terceiro destaque foram os tiros disparados pelos bacamarteiros comandados com muita organização pelo veterano Albino de Higino. No final da festa ficou a convicção nos cidadãos de Tabira que o Arraial do Dincão veio para ficar em Tabira, a questão pendente ainda é quem vai mantê-lo no futuro. Candidatos não faltam.

HOJE TEM EM TABIRA LOURO SANTOS E VICTOR SANTOS.

Louro Santos e Victor SantosLouro Santos e Victor Santos
A secretaria de cultura do município de Tabira acaba de divulgar a programação do são Pedro 2011.


Dia 25 de junho:
*Juninho e o Forró Mió
*Louro Santos e Victor Santos

Dia 26 de junho:
*Colo de Menina
*Os Ciganos.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vídeo traz homenagem ao legado de João Amazonas

No dia 27 de maio de 2002, há nove anos, faleceu João Amazonas, teórico marxista e construtor do Partido Comunist do Brasil (PCdoB). João foi deputado constituinte em 1946. Dirigiu o Movimento Unificador dos Trabalhadores (MUT) em meados da década de 1940 e participou da resistência guerrilheira do Araguaia. No vídeo, o poeta Adalberto Monteiro declama seu poema Uma homenagem ao legado de João Amazonas.



Leia mais:
-João Amazonas, ideólogo e dirigente do PCdoB
-Especial João Amazonas

Fonte: Fundação Mauricio Grabois

Afeganistão: o sentido contraditório da retirada parcial dos EUA

O anúncio feito pelo presidente Barack Obama, dos EUA, de retirar até o final do ano 10 mil soldados de suas tropas no Afeganistão, e mais 23 mil até setembro de 2012, tem um sentido contraditório.

Sua decisão tem um cheiro de derrota disfarçado pelo único “troféu” dessa guerra que o governo de Washington pode exibir, o cadáver do dirigente da Al Qaeda, Osama Bin Laden, uma vez que o outro objetivo da invasão do país, derrotar o Talibã, não foi alcançado e este grupo religioso continua controlando 75% do território afegão.

A perda mais significativa, entretanto, é a representada pelo sacrifício de vidas humanas. O número de mortos afegãos é incontável, dizem os especialistas, mas sua dimensão é indicada por alguns números parciais. Só entre 2009 e 2010 morreram 5.691 afegãos, na maioria civis. E há quem calcule que uma média de seis pessoas são mortas por dia.

Para os padrões norte-americanos, por outro lado, as perdas são arrasadoras. Em dez anos de agressão, as tropas invasoras perderam 1.500 soldados, e tiveram 12 mil feridos.

Editorial. Portal Vemelho
Editado por Dedé Rodrigues.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Cantora francesa exalta socialismo e história de Che Guevara

Videoclipe da cantora francesa Nathalie Cardone exalta o socialismo e a história de Che Guevara. A música Hasta siempre comandante foi composta por Carlos Puebla. O músico espanhol que morou em Havana, Cuba, ajudou a difundir a grandeza da cultura revolucionária da ilha.



Vídeos Nossos sobre Cuba:
-EUA protegem terrorista condenado por atentados contra Cuba
-João Batista Lemos registra condecoração aos defensores cubanos
-Batalha de Praia Girón: Cuba celebra 50 anos de socialismo

Leia mais:
-Convenção debate mudanças em Cuba e resgata conquistas históricas

quarta-feira, 22 de junho de 2011

Jandira: repondo a verdade sobre a votação do Código Florestal

A aprovação do novo Código Florestal na Câmara dos Deputados, matéria relatada por Aldo Rebelo, causou grande polêmica e críticas ao PCdoB. Queremos de modo sucinto expor nossa opinião sobre a natureza da legislação aprovada e as consequências políticas derivadas desse processo.

O novo Código Florestal vem para conciliar a adequada proteção das riquezas de nosso meio ambiente – seus biomas e sua biodiversidade, patrimônio de todos os brasileiros – mas preservando o espaço para que a produção agrícola possa seguir se desenvolvendo, assegurando agora e no futuro, ao Brasil e ao mundo, a produção de alimentos, de matérias primas e também de energia limpa e renovável.

Na fase de debates no Senado buscaremos a continuidade da ausculta principalmente daqueles que seriamente apresentam suas críticas e avaliaremos a necessidade de algum ajuste que se faça necessário e que possamos protagonizar em defesa da verdade e da boa fé que move as pessoas de bem.

* Jandira Feghali é deputada federal pelo PCdoB-RJ

EDITADO POR DEDÉ RODRIGUES.

TABIRA TERÁ MAIS MAIS UMA EDIÇÃO DO ARRAIAL DO DINCÃO.



Na noite do dia 24 de junho ( sexta) a partir das 19:00 na rua Clóvis Siqueira, acontecerá mais uma edição do "Arraial do Dincão" 2011. A festa que já faz parte da tradição junina em Tabira, é organizada pelo empresário José Edson Cristovão de Carvalho (Dinca) e sua família. As atrações deste ano são: Toinho de João de Cícera, Sabor de Menina e Medalha de Ouro. Haverá também a apresentação de bacamarteiros, quadrilhas, show pirotécnico, barracas de comidas típicas e a maior fogueira do Pajeú.

Por que vale a pena ouvir Marina Silva

ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo). 
  


Com conhecimento de causa e prática ética, ela tem renovado o debate político.
Gosto de acompanhar a trajetória de Marina Silva porque ela soa como algo novo em um momento histórico do Brasil em que até o que se prometia diferente ficou dolorosamente igual. Acredito que, mesmo para seus (muitos) inimigos, é possível (sempre é) discordar de suas ideias, mas acho difícil duvidar, pelo menos até hoje, de sua integridade ética. E ética, convenhamos, é algo que foi varrido do horizonte da política brasileira, o que causa, a mim e a muitos, um bocado de desespero.
Aprecio a delicadeza firme de Marina Silva, que antes de se tornar política gastou as mãos e a saúde nos seringais do Acre, foi empregada doméstica em Rio Branco e, com grande coragem e esforço pessoal, se formou professora. Respeito sua força num corpo tão frágil, contaminado por mercúrio e solapado por três hepatites, cinco malárias e uma leishmaniose; sua voz que vem de uma garganta arranhada, mas que se expressa com tanta inteligência apesar de só ter se alfabetizado aos 16 anos.
Por isso, recomendo que assistam ao Roda Viva (TV Cultura) em que Marina Silva foi a entrevistada, na segunda-feira, 13/6. Com o braço direito enfiado numa tipoia porque uma ressonância magnética constatou uma ruptura parcial no músculo, ela usa a esquerda para dar ênfase às palavras com gestos elegantes. Sim, Marina é elegante, não daquele jeito que se compra em loja, mas daquele que emana da inteireza de sua postura na vida. Vale muito a pena abrir um espaço na rotina e escutá-la – o link está aqui, basta clicar. Especialmente o segundo e o terceiro blocos são muito esclarecedores em mais de um sentido. Porque, acho importante repetir, estamos diante de uma encruzilhada no Brasil.
Se o país fosse uma pessoa, estaria naquele momento da vida em que pode ir por aqui ou por ali, e qualquer que seja a decisão tomada, ela vai definir o resto da sua existência – e o bem-estar ou não de seus descendentes. Se não compreendermos isso e não nos posicionarmos, vamos deixar que outros decidam a nossa vida, que os “outros” de sempre decidam o futuro do país com a costumeira pequeneza de ideais (e de ideias) e o desrespeito pela coisa pública que temos testemunhado no cotidiano do Congresso e de alguns setores do governo.
O novo (e nocivo) Código Florestal – que ainda pode ser rejeitado no Senado se a sociedade civil fizer o seu papel – e a licença para a usina de Belo Monte são questões estratégicas, que deveriam estar sendo discutidas nas ruas, com a família na mesa do jantar, nas escolas e nas universidades – e não estão. E Marina Silva é uma das poucas pessoas públicas que tem se dedicado a desmascarar com propriedade as mentiras que circulam por aí. Mentiras que circulam há tanto tempo que colam, mesmo em gente inteligente, como verdade. E são usadas com a habitual má fé por aqueles que só pensam na urgência do seu próprio bem-estar. Como disse Marina Silva, “as políticas para o Brasil devem ser de longo prazo, mas os políticos são de curto prazo”.
É bastante impressionante, mas, ainda hoje, para parte da população as questões ambientais soam como algo descartável, uma espécie de luxo, de assunto menor, ao qual se pode prestar atenção ou não. Parece não compreender que a escassa preocupação com os recursos naturais e as fortes pressões contrárias à sua preservação interferem na sua vida já. Esquece-se de todas as perdas que já sofreu no dia-a-dia por causa da contaminação do meio ambiente e se acostuma com qualquer coisa, até mesmo com o fedor do rio que banha sua cidade e a fuligem que cobre sua pele depois de um dia de trabalho.
Ambientalistas são tachados de “ecochatos”, como se estivessem atrapalhando uma festa – e não tentando salvá-la. (Assim como colunistas que voltam à questão com frequência.) Aqueles que lutam pela preservação ambiental são imediatamente colocados, pelas raposas de plantão, como se fossem contra o desenvolvimento e contra a agricultura e a pecuária. E o mantra é reproduzido pela manada de sempre. Quando, na verdade, são apenas os setores mais atrasados do agronegócio que defendem teses como a do novo Código Florestal, já apelidado de “Código de Devastação Florestal”.
Só lembrando: entre outras aberrações, o texto perdoa quem ocupou e desmatou áreas ilegais até 2008 e facilita o cultivo e a pecuária em zonas de proteção ambiental, inclusive nascentes. A mera discussão do novo Código pelos deputados causou a multiplicação do desmatamento no Mato Grosso, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Na semana de aprovação do texto pela Câmara, cinco agricultores ligados à preservação da Amazônia foram assassinados no Pará e em Rondônia – uma prova cabal de que o Brasil ainda é um país mais velho do que novo em muitas de suas práticas.
Se o novo Código for aprovado, proteger as florestas se tornará uma exceção – e não a regra. Homens e mulheres que lutam em defesa do meio ambiente nos rincões do país, como afirma Marina Silva, até agora tinham pelo menos a lei ao seu lado. Se o novo Código Florestal for aprovado também no Senado, aqueles que hoje arriscam (e muitas vezes perdem suas vidas) para proteger a floresta estarão na ilegalidade.
O agronegócio moderno (e sim, ele existe no Brasil) sabe que só vai vender no Exterior quem tiver respaldo ambiental. Quem pratica a agricultura predatória estará condenado no futuro próximo, é um Neandertal num mundo assombrado pela devastação do planeta. A questão é falsamente colocada – de propósito, para confundir a população – como uma oposição entre o agronegócio e o meio ambiente. De fato, o que há é uma discussão em torno da escolha dos rumos do país, uma opção entre manter as velhas práticas de exploração indiscriminada dos recursos naturais, como se não existissem outros caminhos, ou incluir o Brasil entre os países engajados no desenvolvimento sustentável.
O manejo dos recursos naturais – e especialmente da água – tem movido as discussões sérias do planeta. Até grandes predadores têm percebido que, se nada fizerem, vão ter problemas ainda maiores logo ali na frente. Por que a China, a nova potência econômica do mundo, mas ameaçada pela degradação ambiental e a desertificação, tem como prioridade a construção da “Grande Muralha Verde” (em alusão à histórica Muralha da China), com o objetivo de reflorestar 356 mil quilômetros quadrados de terra até 2050? Alguém conhece competidores mais agressivos na economia internacional que os chineses? Alguém acha que eles querem reflorestar porque acham as árvores bonitas ou precisam de sombra? Óbvio que não. É por pragmatismo e visão de futuro.
Enquanto isso, no Brasil, vende-se o retrocesso embalado em desenvolvimento. Em vez de o país ocupar uma posição estratégica nesse momento histórico do mundo, na medida em que apesar da devastação ainda pode contar com recursos naturais importantes, parece existir no Brasil um esforço para que o país volte para trás, apenas para que os mesmos de sempre não percam seus privilégios. E o mais incrível é que pessoas decentes caem nesse conto da Carochinha. É para estas, as decentes, que escrevo, na tentativa de que comecem a duvidar das máximas repetidas a exaustão pelos suspeitos de sempre.
Quando a proposta é manter as conquistas e aprimorar a legislação ambiental – em vez da libertinagem difundida no novo Código Florestal –, logo surge aquele discurso de que a riqueza do Brasil são as commodities (mercadorias de origem, matérias-primas) e que os “gringos”, sempre eles, querem que o Brasil deixe de ser uma potência agrícola. Essa conversa é mais falsa que uma nota de três reais, mas cola. O pior é que cola.
Parte da população não percebe que a maior commodity do Brasil não é a soja, a carne ou o café, como tem alertado o recém criado Comitê Brasil em Defesa das Florestas e do Desenvolvimento Sustentável. A mais importante commodity do Brasil é a água. Sem água, qualquer um percebe que não há nem agricultura. E as mudanças propostas pelo novo Código Florestal colocam a grande reserva hídrica do Brasil em risco. Ou seja, o discurso mais retrógrado deste país, vendido como sendo “em prol do desenvolvimento”, é aquele que quer acabar com a riqueza estratégica do país, aquela capaz de garantir ao Brasil um lugar de liderança no cenário mundial. É por isso que esta não é uma queda de braço entre ambientalistas e ruralistas – mas uma urgência de toda a sociedade.
Comecei esta coluna falando de Marina Silva porque ela tem representado uma nova forma de fazer política – depois da corrosão ética do PT. Não sei se ela fica ou não no PV, que por enquanto tem preferido ser um partido de ocasião, nem como articulará sua próxima candidatura. O que acho importante reconhecer em sua trajetória é o fato de que ela – até agora – tem feito política para além do fisiologismo, do troca-troca, da barganha e do imediatismo. Está aí, brigando pelas questões que acredita e é a principal voz contra o novo Código Florestal e a licença de Belo Monte. Com consistência, com dados, com história.
Afinal, em sua gestão à frente do Ministério do Meio Ambiente (2003 a 2008) – de onde saiu pela força de pressões poderosas, internas e externas – o desmatamento anual na Amazônia caiu de 27 mil quilômetros quadrados para menos de 7 mil quilômetros quadrados. Em seu mandato foi apreendido 1 milhão de metros cúbicos de madeira ilegal. “O equivalente a uma fileira de caminhões carregados de toras unindo São Paulo ao Rio de Janeiro”, exemplifica. É importante ouvir Marina Silva porque ela se expressa com a clareza de quem sabe o que diz – porque vive o que diz.
Sabiamente Marina Silva tem conseguido manter o fato de ser evangélica na esfera do privado. No momento em que agir diferente, ela tem consciência de que perderá o apoio da parcela urbana, jovem e intelectualizada que se alinha ao seu lado e lhe garantiu parte significativa dos quase 20 milhões de votos na última eleição presidencial. Afinal, no pleito de 2010, não foi ela, mas sim José Serra e Dilma Rousseff que fizeram aquele papelão no segundo turno, submetendo-se aos interesses religiosos, em especial os da Igreja Católica.
É por isso que vale a pena ouvir o que Marina Silva tem a dizer. Porque ela está entre os poucos políticos em atuação que tem um discurso consistente, alicerçado na trajetória pessoal, sobre algo que vai mudar talvez não a nossa vida – mas a de nossos filhos, netos e bisnetos. Sem a participação da sociedade, que vai muito além do voto, a democracia não passa de uma ficção. Por isso é que já passou da hora de falar de meio ambiente com sua família na mesa do jantar. Porque botar a questão ambiental na mesa, no dia-a-dia, não é uma escolha, é um dever. Significa debater e decidir o que queremos ser e qual legado queremos deixar. Eu e você. Nós.