sábado, 4 de junho de 2011

O latifúndio está indo longe demais no País.

Messias Pontes *


Encorajados pela impunidade, os latifundiários e madeireiros brasileiros, notadamente no Norte do País, continuam tingindo de vermelho o solo daquela região. E o pior é que vem crescendo assustadoramente a barbárie ali praticada sem que nada ou praticamente nada seja feito para impedir que isso aconteça. No Norte do País as mortes são anunciadas com muita antecedência pelos camponeses, líderes sindicais, Comissão Pastoral da Terra e diversas entidades de defesa dos direitos humanos.

Segundo relato do advogado da Comissão Pastoral da Terra do Pará, José Batista Afonso, no ano passado a entidade havia entregue a lista ao ministro da Justiça. Informa ainda que, desde 1985, é feita a publicação de nomes das pessoas ameaçadas de morte e tudo isso é do conhecimento público. O que relata o advogado da CPT é alarmante: 1.588 pessoas foram assassinadas de 1985 até hoje, e que 91 mandantes dos crimes foram julgados, contudo, somente 21 foram condenados e apenas um cumpre pena, no caso Vitalmiro de Bastos, pela morte da missionária Dorothy Stang em fevereiro de 2005, em uma propriedade rural a cerca de 50 quilômetros do município de Anapu, no Pará.

O problema está na estrutura fundiária. Enquanto o governo federal não decidir realizar uma verdadeira reforma agrária, crimes semelhantes continuarão a acontecer. É inconcebível que o Brasil seja o único país das Américas a não realizar a reforma agrária.
* Diretor de comunicação da Associação de Amizade Brasil-Cuba do Ceará, e membro do Conselho de Ética do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará e do Comitê Estadual do PCdoB.
* Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.
Editado por Dedé Rodrigues.

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