O Portal Vermelho da sequência à série de entrevistas sobre os impactos nocivos da Medida Provisória (MP) da Reforma do Ensino Médio e conversa nesta terça-feira (11) com o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Roberto Leão. Ele considera que a proposta encaminhada pelo governo Temer torna a profissão de professor um subemprego e adestra estudantes para o mercado de trabalho.
Por Laís Gouveia
Reprodução
Notório saber torna a profissão de lecionar um Subemprego
Atualmente, para você ser um professor, é necessário, segundo a Lei de Diretrizes de Bases (LDB), possuir licenciatura e formação especifica para lecionar. Com a mudança indicada na Medida Provisória, o registro do “Notório saber” autoriza graduandos a instruírem sem a formação estabelecida ao educador.
A consequência dessa alteração é a desqualificação do professor. Como qualquer um poderá lecionar, não haverá a profissionalização necessária para qualificar os índices de educação no país, transformando-se apenas em um segundo emprego de outras profissões. “Por isso nós defendemos o contrário, para poder dar aula, o educador precisa ter uma excelente formação especializada na área que ensina, além de um acúmulo pedagógico e filosófico do conceito educacional”, explica Leão.
Roberto Leão afirma que a proposta do Notório Saber não faz sentido algum com a realidade atual. “Há 50 anos o Brasil não tinha profissionais o suficiente para lecionar em todas as disciplinas, então era realmente necessário que especialistas em outras áreas cumprissem o papel do professor, mas o retrato hoje é completamente distinto. Temos faculdades de licenciatura nas mais diversas extensões territoriais, por isso o notório saber é um desproposito completo”, considera.
Currículo
Outro ponto motivo de críticas na MP, são os módulos de áreas que serão implementados: Linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Atualmente, a grade curricular do ensino médio é dividida por treze disciplinas obrigatórias a serem cursadas ao longo dos três anos. Com a mudança, o estudante, com apenas 15 anos, optará por núcleos de conhecimentos ao qual ele possui mais afinidade e seguirá no futuro com a sua profissão.
Leão considera que as áreas de conhecimento não seriam um problema se fossem construídas de forma democrática nos estados, em conjunto com a comunidade escolar, não da forma sigilosa que a MP foi encaminhada pelo Governo Temer ao Congresso Nacional. “Além disso, essas propostas defrontam com a realidade, pois os professores lecionam em diversas escolas devido aos salários baixos, não possuindo tempo para sentar com outros professores e definir como seria elaborada a grade curricular, a avaliação dos alunos e formulação das provas. A medida provisória possui um total desconhecimento da realidade escolar brasileira”, salienta Leão.
O abandono da filosofia e sociologia: Fim do senso crítico
Roberto Leão
O especialista em educação chama atenção para o fim da obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia do currículo, “Temos uma pequena chance dessas matérias serem incluídas na área das ciências humanas, mas a possibilidade é remota. Enquanto isso, milhares de professores estão na iminência de perderem seus empregos. Esses profissionais já tinham pouco espaço, dando apenas uma ou duas aulas por semana, na escola pública. Quem pagará o pato também são os estudantes, que não poderão formar o senso crítico que a filosofia e a sociologia causam no jovem, o governo Temer quer, na verdade, e fornecer mão de obra barata e adestrada para o mercado privado”, alerta
Empresários do setor educacional lucrarão com MP
Com o desmonte do Ensino Médio, tendo em vista que o governo, com uma mão argumenta sobre a modernização da escola pública, mas com a outra aplica a PEC 55, tornando-se inviável a manutenção de um projeto sem o orçamento mínimo previsto para o custeio das escolas, a tendência, é haver a migração de milhares de estudantes para o setor privado, baseando-se na parcela de pais que irão sacrificar sua renda mensal para manter uma educação mínima de qualidade aos filhos.
Outra prova da insuficiência para custear a Reforma do Ensino Médio é o orçamento previsto. A pasta investirá R$ 1,5 bilhão para ofertar o ensino integral a 500 mil jovens até 2018, mas o ensino médio possui 8,3 milhões de estudantes.
Outro ponto que chama a atenção de Roberto Leão, são as brechas encontradas no Medida Provisória que abrem precedentes a parcerias público-privadas. “No texto original da MP, poderia repassar dinheiro público para as escolas privadas, então o relator Pedro Chaves (PSC-MT) altera esse ponto mas abre brechas para parcerias com emissoras de televisão, educação à distância e compra de apostilas, ou seja, elas por elas”, conclui.
Votação da MP do Ensino Médio adida
Com a morte do deputado João Castelo (PSDB-MA) a Câmara adiou a análise do texto base da Reforma do Ensio Médio que ocorreria nesta segunda-feira (12). A MP será votada nominalmente.
Atualmente, para você ser um professor, é necessário, segundo a Lei de Diretrizes de Bases (LDB), possuir licenciatura e formação especifica para lecionar. Com a mudança indicada na Medida Provisória, o registro do “Notório saber” autoriza graduandos a instruírem sem a formação estabelecida ao educador.
A consequência dessa alteração é a desqualificação do professor. Como qualquer um poderá lecionar, não haverá a profissionalização necessária para qualificar os índices de educação no país, transformando-se apenas em um segundo emprego de outras profissões. “Por isso nós defendemos o contrário, para poder dar aula, o educador precisa ter uma excelente formação especializada na área que ensina, além de um acúmulo pedagógico e filosófico do conceito educacional”, explica Leão.
Roberto Leão afirma que a proposta do Notório Saber não faz sentido algum com a realidade atual. “Há 50 anos o Brasil não tinha profissionais o suficiente para lecionar em todas as disciplinas, então era realmente necessário que especialistas em outras áreas cumprissem o papel do professor, mas o retrato hoje é completamente distinto. Temos faculdades de licenciatura nas mais diversas extensões territoriais, por isso o notório saber é um desproposito completo”, considera.
Currículo
Outro ponto motivo de críticas na MP, são os módulos de áreas que serão implementados: Linguagens, matemática, ciências da natureza, ciências humanas e formação técnica e profissional. Atualmente, a grade curricular do ensino médio é dividida por treze disciplinas obrigatórias a serem cursadas ao longo dos três anos. Com a mudança, o estudante, com apenas 15 anos, optará por núcleos de conhecimentos ao qual ele possui mais afinidade e seguirá no futuro com a sua profissão.
Leão considera que as áreas de conhecimento não seriam um problema se fossem construídas de forma democrática nos estados, em conjunto com a comunidade escolar, não da forma sigilosa que a MP foi encaminhada pelo Governo Temer ao Congresso Nacional. “Além disso, essas propostas defrontam com a realidade, pois os professores lecionam em diversas escolas devido aos salários baixos, não possuindo tempo para sentar com outros professores e definir como seria elaborada a grade curricular, a avaliação dos alunos e formulação das provas. A medida provisória possui um total desconhecimento da realidade escolar brasileira”, salienta Leão.
O abandono da filosofia e sociologia: Fim do senso crítico
Roberto Leão
O especialista em educação chama atenção para o fim da obrigatoriedade das disciplinas de filosofia e sociologia do currículo, “Temos uma pequena chance dessas matérias serem incluídas na área das ciências humanas, mas a possibilidade é remota. Enquanto isso, milhares de professores estão na iminência de perderem seus empregos. Esses profissionais já tinham pouco espaço, dando apenas uma ou duas aulas por semana, na escola pública. Quem pagará o pato também são os estudantes, que não poderão formar o senso crítico que a filosofia e a sociologia causam no jovem, o governo Temer quer, na verdade, e fornecer mão de obra barata e adestrada para o mercado privado”, alerta
Empresários do setor educacional lucrarão com MP
Com o desmonte do Ensino Médio, tendo em vista que o governo, com uma mão argumenta sobre a modernização da escola pública, mas com a outra aplica a PEC 55, tornando-se inviável a manutenção de um projeto sem o orçamento mínimo previsto para o custeio das escolas, a tendência, é haver a migração de milhares de estudantes para o setor privado, baseando-se na parcela de pais que irão sacrificar sua renda mensal para manter uma educação mínima de qualidade aos filhos.
Outra prova da insuficiência para custear a Reforma do Ensino Médio é o orçamento previsto. A pasta investirá R$ 1,5 bilhão para ofertar o ensino integral a 500 mil jovens até 2018, mas o ensino médio possui 8,3 milhões de estudantes.
Outro ponto que chama a atenção de Roberto Leão, são as brechas encontradas no Medida Provisória que abrem precedentes a parcerias público-privadas. “No texto original da MP, poderia repassar dinheiro público para as escolas privadas, então o relator Pedro Chaves (PSC-MT) altera esse ponto mas abre brechas para parcerias com emissoras de televisão, educação à distância e compra de apostilas, ou seja, elas por elas”, conclui.
Votação da MP do Ensino Médio adida
Com a morte do deputado João Castelo (PSDB-MA) a Câmara adiou a análise do texto base da Reforma do Ensio Médio que ocorreria nesta segunda-feira (12). A MP será votada nominalmente.
Do Portal Vermelho
Nenhum comentário:
Postar um comentário