domingo, 28 de abril de 2019

REFLEXÃO POLÍTICA DA SEMANA

QUAL É O PAPEL DO ESTADO NA APLICAÇÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS E NA PROTEÇÃO DO IDOSO? 

Por Dedé Rodrigues

Meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Nesta semana que passou eu participei de dois eventos em Tabira que merecem destaques nessa reflexão. O primeiro foi uma Audiência Pública sobre os problemas da Barragem que abrange quatro municípios do Pajeú, Tabira, São José do Egito, Taparetama e Ingazeira. O segundo evento foi a 2ª Conferência do Idoso em Tabira, realizada pela Secretária de Desenvolvimento  Social, Ieda Melo. Nesses dois eventos presenciei um debate sobre a importância da organização social,  o papel do mercado e do Estado nas políticas públicas.  Esse debate envolveu o Prefeito Sebastião Dias, os vereadores Marcílio Pires, PDT  e Aristóteles Monteiro, PT. Os Padres Luizinho e Padre Cícero de Tabira.  O Gerente do INSS a agência em  Tabira, Verinaldo.  O presidente do CMDR Joel Mariano. A representante da OAB regional Laudicéia Rocha, entre outras autoridades de Tabira e do Pajeú. Cabe nessa reflexão questionar ou apoiar os seguintes argumentos:


Primeiro. Cabe destacar que, tanto no apoio aos assentados  da Barragem de Cachoeirinha, como na proteção ao idoso, não se pode deixar o chamado ‘livre mercado” resolver os problemas deles. É um equívoco achar que o Estado, ao proteger as minorias está sendo “meramente assistencialista ou paternalista”. O gasto com os banqueiros, em torno de 44% do Orçamento da União todo ano, não causa indignação ao atual governo federal, nem a esses que são contra o chamado “Estado Mínimo e dizem que o Estado é "paternalista". “Para o banqueiros tudo”! Para os pobres esmolas ou nada!

Segundo. É um equívoco também achar que o maior problema do idoso hoje é a família. Os filhos que não respeitam os mais velhos; que tiram empréstimos consignados para os aposentados pagarem; que são preguiçosos; que estão envolvidos em drogas etc. Etc. Ora! Tudo isso são consequências de um modelo de sociedade capitalista (na forma neoliberal) que está falido. Os filhos ou netos, no geral,  são preguiçosos, enveredam pelo caminho das drogas ou ficam dependente dos aposentados, por que não tiveram acesso a uma família estruturada, a uma  educação de qualidade e, muito menos, a um mercado de trabalho inclusivo. Eu pergunto: cadê os empregos prometidos por esses mesmos políticos que criticam o Estado paternalista? Eles  fizeram as reformas trabalhista, terceirização em todos os ramos da produção, reforma do ensino médio, a PEC do teto dos gastos e agora querem fazer a reforma da previdência. Pergunto de novo: cadê o crescimento da economia e a geração de empregos? 

Terceiro. É outro equívoco organizar o movimento social,  ficando preso só a questão imediata. Exemplo: às indenizações das  famílias da Barragem, o seguro safra, as cisternas, etc. É claro que as lideranças precisam lutar por tudo isso, mas ficar preso só as questões imediatas, pragmáticas ou econômicas não resolve os problemas de fundo. Esse trabalho precisa de politização. Os camponeses precisam de muito mais e a situação deles não vai melhorar se esse trabalho meramente assistencialista e equivocado continuar. Esse trabalho de base precisa está conectado a um trabalho de assistência técnica, educação política (não partidária)  e ambiental, para esse pessoal organizado. As políticas públicas precisam está na pauta de todas as reuniões nas comunidades e nas associações rurais.  Ou avançamos nesse conteúdo, ou nadamos, nadamos, mas vamos morrer na praia.  

Quarto. É verdade que a situação dos idosos mudou no Brasil. Padre Cícero tem razão. Ele apresentou inclusive números, resultado de um pesquisa que fez: em 2005, tínhamos 11% de idosos no Brasil. Em 2020 teremos 20%. Em 2050 teremos 30%. 2060 teremos 35% e por aí vai.  Esses números sugerem que muita coisa precisa mudar nesse país em relação aos idosos, inclusive no apoio a eles, às famílias e aos jovens. Mas a reforma da previdência proposta por Bolsonaro e Paulo Guedes só vai piorar as coisas, pois acaba com muitas aposentadorias, pelo prolongamento dos tempo exigido para dar entrada na aposentadoria, pela desconstitucionalização da previdência ou mesmo pela redução dos salários e benefícios dos aposentados. 

Quinto.  É claro que muitas reformas precisam ser feitas no Brasil, mas não esse tipo de reforma que prejudica os mais pobres, os trabalhadores. Precisamos de uma reforma da previdência que combata os privilégios, incluindo na pauta A SONEGAÇÃO, os militares, o Judiciário, o Executivo e o Legislativo. Precisamos de reformas que distribuam  melhor a renda e a terra do país. Reformas que tirem dos mais ricos, a taxação das heranças e grandes fortunas, em especial dos rentistas, aqueles que vivem abocanhando os juros da dívida pública, para beneficiar aos mais pobres. Reformas que coloquem os mais pobres no orçamento, como defendeu Lula na última entrevista. Reformas que protejam as riquezas nacionais e não as entregue ao capital estrangeiro, como está ocorrendo com o Pré-sal do Brasil. Reformas que desenvolvam a economia e faça o PIB crescer, beneficiando o setor produtivo e a geração de empregos. Precisamos reforma educacional que resgate valores sadios, que garanta mais recursos, que democratize permanentemente a escola e a universidade.  Reforma que valorize as ciências, o senso crítico e a liberdade de criar. Reformas que ampliem à cidadania e à democracia e, não essas de Temer e Bolsonaro, que caminham na contra mão da história prejudicando a pátria e o seu povo. 
  
Sexto. Para barrar todo esse retrocesso que a nossa pátria está vivendo é preciso unir todos os patriotas, sem sectarismos e preconceitos. Precisamos sair às ruas no dia 1º de maio de 2019.  Precisamos parar o Brasil na possível greve geral de junho, em defesa da democracia e dos direitos sociais. Precisamos defender um Estado forte que proteja os mais vulneráveis.  Não há outra  saída, senão à luta. 
 
Vivam os trabalhadores! Viva à união dos democratas! Viva o Brasil!

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