A 8ª edição da Marcha da Classe Trabalhadora aconteceu na manhã desta quarta-feira (9) na capital paulista e nas principais cidades do país. O ato contou com ampla representatividade das centrais sindicais, entre elas a CTB. Cerca de 30 mil trabalhadores ocuparam a Praça da Sé e marcharam em direção à Avenida Paulista para o grande ato político em defesa de mais direitos para a classe trabalhadora.
Por Mariana Serafini, do Vermelho
A principal reivindicação dos sindicalistas é a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Mas há também pautas que dizem respeito a toda a sociedade, como a exigência de transporte público de qualidade a preços justos para o trabalhador e sua família. Os manifestantes pediram ainda a continuidade da valorização do salário mínimo, igualdade de oportunidades e salários para homens e mulheres, o fim da terceirização, 10% do orçamento da União para a saúde e correção da tabela do imposto de renda.
De acordo com o presidente da CTB, Adilson Araújo, a Copa do Mundo vem ao encontro das necessidades da classe trabalhadora que não vai abrir mão deste grande evento esportivo. “Nós temos clareza de que a Copa é um elemento imprescindível, os trabalhadores não vão abrir mão, sobretudo por entenderem que a Copa é um motivador a mais na geração de empregos e investimento em infraestrutura”, afirmou.
Segundo Adilson, os trabalhadores vão aproveitar a movimentação deste ano que recebe o campeonato mundial de futebol e ainda realiza as eleições presidenciais para entregar a pauta da classe trabalhadora aos candidatos à Presidência, inclusive para a presidenta Dilma Rousseff. Desta forma, as centrais sindicais pretendem pressionar o governo a dar prioridade às reivindicações trabalhistas. “O governo só tem a ganhar ao dirigir um olhar especial para a classe trabalhadora porque nós vamos lutar para evitar o retrocesso da tomada de poder pela direita e garantir a quarta vitória do povo brasileiro”.
Adilson denuncia que alguns dos grandes problemas da classe trabalhadora brasileira são a elevada rotatividade da mão de obra, o alto índice de doenças ocupacionais e em consequência o óbito. Neste sentido, uma das reivindicações é a ratificação da Convenção 158, que para ele é a forma mais eficaz de combater a rotatividade.
O líder cetebista também esclarece que os trabalhadores defendem as reformas estruturais democráticas, entre elas a reforma política e a regulamentação dos meios de comunicação. Para ele, a luta da classe trabalhadora está intrinsecamente ligada a essas pautas que dizem respeito a toda a sociedade. “Sem isso nós não vamos conseguir avançar”, pontuou.
A CTB teve destaque entre as centrais sindicais presentes. | Foto: Mariana Serafini
Para o deputado federal do PCdoB no Rio Grande do Sul, Assis Melo, o mais importante da Marcha da Classe Trabalhadora é a união do movimento em defesa de pautas comuns. “A luta dos trabalhadores é importante, e só nas ruas nós avançamos em conquistas. Dessa forma nós conseguimos pressionar o Congresso para que dê ouvidos às reivindicações dos trabalhadores. Estamos lutando por bandeiras antigas, como a redução da jornada de trabalho, mas como ainda não foram atendidas vamos continuar lutando.”
No momento da concentração do ato em frente ao Masp (Museu de Arte de São Paulo), na Avenida Paulista, o presidente da CTB pediu um minuto de aplausos de todos os manifestantes em homenagem aos trabalhadores que resistiram e lutaram pela democracia durante os 21 anos de ditadura militar. “Temos que ressaltar a importância dos bravos guerrilheiros do Araguaia [refere-se à Guerrilha do Araguaia] e de todos os sindicatos que lutaram muito para que hoje nós estivéssemos aqui fazendo esse grande ato e lutando por mais direitos.”
A juventude trabalhadora marcou presença na luta pelos direitos trabalhistas. | Foto: Mariana Serafini
O Movimento dos Trabalhadores Sem Terra também esteve presente pra apoiar a luta dos trabalhadores urbanos. Entre as categorias de maior expressão estavam os metalúrgicos, os professores, as costureiras, os comerciários e os padeiros.
Mariana Serafini
Cerca de 30 mil trabalhadores ocuparam as ruas de São Paulo em defesa de mais direitos e qualidade de vida.
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