quarta-feira, 9 de julho de 2014

ESCOLA ARNALDO ALVES: CONSELHO ESCOLAR TOMA POSSE PARA CONTRIBUIR COM A ESCOLA, COM A EDUCAÇÃO E COM A DEMOCRACIA NO BRASIL

Por Dedé Rodrigues 

No dia 04 de julho de 2014 tomou posse o Conselho Escolar da Escola Arnaldo Alves Cavalcanti. A Gestora Solange Morato abriu a reunião falando de uma série de conquistas para a escola em matéria de programas educacionais e materiais que chegaram como os tabletes, o fardamento escolar, o Programa Mais Educação e a importância da família na escola. A reunião contou com as presenças dos membros do Conselho Escolar, de membros do Conselho da Criança e do Adolescente, da Unidade Executora e de pais de alunos. É nesta hora importante para a escola e para a educação que precisamos refletir sobre algumas questões: Qual é a relação entre o Conselho Escolar e a democracia?  Qual é a importância da família e do professor na educação dos jovens?   Que desafios à família, a escola e as outras instituições sociais estão enfrentando nos dias atuais no Brasil?  Que soluções se podem propor para tantos desafios e problemas? 



O Conselho Escolar é muito importante para a gestão democrática, nele participam todos os segmentos em torno da escola que estão organizados na sociedade para consulta, fiscalização e deliberação sobre o que acontece de mais importante nela. A gestão da nossa escola tem feito um esforço para a manutenção e até a ampliação do processo democrático reorganizando o Conselho de Classe, ouvindo o Conselho Escolar sobre os recursos financeiros e a administração em geral, prestando contas, ouvindo os pais nas reuniões e estimulando a organização dos estudantes no Grêmio Estudantil. 
   

Numa sociedade como a nossa, que vive ainda uma cultura autoritária, pois saiu de uma ditadura há apenas 25 anos, tem agora a necessidade de aprofundar a democracia, nela é impensável uma escola sem um Conselho Escolar atuante, ao lado dele, também um Grêmio Estudantil atuante reforça e ajuda muito a gestão neste objetivo. Como a escola é parte de uma sociedade que precisa aprofundar a democracia, cabe à escola, na construção de uma educação pública e de qualidade aperfeiçoar estes instrumentos tornando cada vez mais a gestão democrática e transparente. A relação Conselho Escolar e democracia é indissociável, pois, apesar de não ser a escola que em última instância determina a democracia no país, ela como micro-organismo democrático contribui com a ampliação da democracia e da cidadania na sociedade.  

Na atualidade, com as mudanças que houveram nos últimos anos no país, e  com a necessidade do aprofundamento democrático, a nossa escola, a nossa família e a nossa sociedade não são mais as mesmas. Hoje temos novos problemas na família, na escola e na sociedade que deixa muita gente estressada, mas eles exigem de nós uma nova postura no enfrentamento. Algumas pessoas pregam como solução a volta da escola e da família tradicional, tem até uma minoria que prega a volta da ditadura no país, mas isto é retrocesso que não cabe mais em nossa sociedade.  Isto quer dizer que escola, a família e a própria sociedade precisam ser cada vez mais democráticas e não o contrário. Não cabe mais na escola atual o professor tradicional, pois o nosso aluno também não é mais o mesmo de antes. Os novos direitos dos alunos precisam ser conhecidos e respeitados pelos professores, acabou o tempo da palmatória e do professor como dono da verdade e autoridade inquestionável. Isso também faz parte da ampliação da nossa democracia. A família, que de vez em quando a gente ouve que é a única responsável pela falta de disciplina dos filhos, na verdade ela é mais vítima do que culpada neste processo de mudança, pois a gente só dá aquilo que temos e, ela no geral, não teve uma educação melhor daquela que proporciona aos filhos. Cada um, pai e professor, tem uma parte da responsabilidade na educação do jovem e do adolescente. Se não cabe mais a palmatória na escola nem a expulsão fácil do aluno para se livrar dele; na família também não cabe mais “educar no cacete”, como diz o ditado, pois a lei da palmada, ou  Lei Menino Bernardo  7672/2010, está aí para punir ou mesmo tratar psicologicamente, o pai agressor. Na sociedade também não cabe mais gestores autoritários, prefeitos, governadores e presidentes.   A afetividade, o respeito aos direitos e o diálogo devem ser prioridade nestas instituições. Na escola e na família atual o autoritarismo deve ser substituído pela autoridade, à relação afetiva e amiga deve substituir a relação do medo dos castigos; embora existam novas formas de punição para todos na escola, na família e na própria sociedade que não vou aprofundar o tema agora.   

O Brasil vive um período histórico pós-ditadura de 25 anos de democracia. Há quem diga que vivemos um período no qual a democracia está consolidada e que não haveria perigo de retrocesso. Na hipótese dessa afirmação ser verdadeira, embora eu não acredite nela, pois nos lembremos dos “golpes de novo tipo” recentemente ocorridos em Honduras e no Paraguai, a democracia não é um sistema pronto e acabado, está sempre em construção e o cidadão precisa está sempre vigilante. Hoje tanto a grande mídia como a direita neofascista tentam golpes sofisticados contra o governo atual, embora não tenham obtido êxitos ainda, não demonstram nenhum interesse de desistirem.   Nos últimos 11 anos a nossa jovem democracia deu passos importantes no campo da organização popular e da ampliação da cidadania no Brasil. Recentemente a presidente Dilma Rousseff editou o Decreto 8.423 de 23 de maio de 2014, criando a Política Nacional de Participação Social (PNPS) e o Sistema Nacional de Participação Social (SNPS). Esta é a lei mais avançada e democrática que já tivemos em matéria de participação da sociedade nas decisões de poder, embora os deputado e senadores ligados aos partidos da direita e ao neoliberalismo estejam esperneando muito no congresso tentando  impedir este avanço. O fato é que estamos avançando no país de uma democracia liberal para uma democracia popular. O Brasil precisa, depois das próximas eleições, fazer as reformas estruturais e democráticas como uma necessidade de aprofundamento da própria democracia, iniciando pela reforma da mídia, depois a reforma política, a reforma urbana e a reforma tributária como defende o PC do B. A presidenta Dilma, única candidata que se manifestou até agora disposta a enfrentar este desafio, tem também o apoio do PT e de outros partidos da esquerda para iniciar esta, que é também, uma grandiosa tarefa histórica no Brasil. Cabe ao nosso Conselho Escolar, aos gestores, professores, pais e alunos, como parte disso tudo, evoluir na compreensão política e dialética deste processo, continuar contribuindo com o avanço da democracia escolar, que assim, estaremos contribuindo também com as mudanças democráticas e estruturais que a escola, Tabira e o Brasil necessitam.

 

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