sábado, 15 de outubro de 2016

Bashar al-Assad: Sente-se no ar o cheiro da Terceira Guerra Mundial



Reuters
Presidente Bashar al-Assad, da SíriaPresidente Bashar al-Assad, da Síria
O líder sírio também falou, em uma entrevista para o jornal russo "Komsomólskaya Pravda" que a "Síria é um dos cenários mais importantes" nesta guerra. Uma guerra que, segundo ele, tem como objetivo principal "preservar a hegemonia estadunidense no mundo, não permitir que apareçam sócios na arena política ou internacional, seja a Rússia ou seus aliados no Ocidente".


O chefe de Estado sírio nota que, dentro deste contexto, "já se nota no ar o cheiro de uma guerra que você (a repórter) descreve como a Terceira Guerra Mundial, mas todavia ainda não é um enfrentamento militar direto".

Por que o Ocidente quer controlar a Síria

Al-Assad tachou de "crucial" o controle da Síria, já que este país "tem sido uma fonte da dinâmica geopolítica do Oriente Médio durante séculos". "A Síria tem uma posição vantajosa no Mediterrâneo e aqui está a linha divisória entre diferentes culturas. Por isso, o controle da Síria é importante para o controle de toda a região", explica o presidente sírio.

"A Síria é um país independente e o Ocidente nunca aceitará a independência de nenhum país, seja a pequena Síria ou a grande Rússia", agregou. Al-Assad também destacou que para o Ocidente, que "busca constante consentimento", é problemático o fato de que a Rússia, da mesma forma que a Síria, "proteja seu direito de dizer 'sim' ou 'não' ".

"Ao observar a antiga cooperação entre a Rússia e a Síria, o Ocidente aposta para que a destruição da Síria também tenha um impacto negativo na Rússia", observou.

O terrorismo como instrumento

Em relação às causas das tensas relações entre Moscou e Washington, o presidente assinalou que a situação é "natural" e que se explica porque "os dois países falam de coisas diferentes. São ideologias diferentes, abordagens diferentes", afirmou.

"A Rússia quer lutar contra o terrorismo não apenas pela Síria e não apenas pela própria Rússia. Luta pela região inteira, para toda a Europa e para o mundo inteiro. Os russos entendem que o terrorismo cresceu de forma constante, enquanto que os estadunidenses, desde a guerra no Afeganistão nos anos 1980 até a atualidade, acreditam que o terrorismo é um instrumento ao qual sempre se pode recorrer", esclareceu Al-Assad.

O motivo de ter pedido ajuda à Rússia

"Há especialistas militares russos que vivem aqui há décadas. Em 2014 se deram conta de que o equilíbrio mudou a favor dos terroristas apoiados pelo Ocidente e outros países, como Arábia Saudita, Catar e Turquia. Portanto, os russos estavam preparados para uma intervenção direta. E os convidamos. Confiamos na Rússia e na sua política", constatou o líder sírio, que completou afirmando que a ajuda da Rússia na luta contra o terrorismo "mudou de maneira fundamental o equilíbrio de poder a nosso favor".

O dirigente se mostrou partidário do ponto de vista russo. "A política dos russos está baseada na moral, não apenas e tão somente nos interesses. Sabemos que nos apoiam para destruir o terrorismo, e não porque queiram algo em troca.

A receita para resolver a crise síria

O líder sírio sublinhou que para resolver o conflito no país é importante determinar quem apoia os terroristas. "Não importa quem está intervindo nos assuntos da Síria agora, o mais importante é quem apoia os terroristas a cada dia e a cada hora", disse o presidente, destacando, entre outros países, o papel da Rússia, que é um fiel aliado da Síria e cuja operação antiterrorista no país "tem uma base legal". "Entretanto, há outros países que intervêm com o objetivo de apoiar os terroristas", destacou Al-Assad.

Confira a entrevista no vídeo:





Fonte: Russia Today

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