A atitude autocrítica é parte do método cientificamente rigoroso, indissociável da clareza de rumos e convicções revolucionárias. Autocrítica é a resultante de reflexão profunda e de análise multilateral. Transformar com jogo de palavras e embaralhando dados o vício em virtude, o fracasso em triunfo, é falsificação e embuste, próprios do oportunismo. A verdade está sempre nos fatos.
Agradeço aos militantes e quadros comunistas que compartilham tais convicções. O camarada Lúcio Dias, talentoso economista e jurista, residente em Brasília (DF), brindou-me com essas reflexões pontuais.
Diz o Lúcio:
"Pontos iniciais que eu sugiro como reflexão para uma autocrítica:
1, A política de alianças:
a) uma frente de esquerda puramente institucional
b) a priorização do centro como aliado (PMDB)
c) a adesão dos governos Lula/Dilma ao fisiologismo parlamentar
2. O afastamento dos movimentos sociais
3. A burocratização dos quadros dos partidos e entidades de massa
4. A despolitização das massas
5. O desenvolvimento econômico baseado principalmente no consumo
6. A incompreensão da necessidade de criação de uma mídia democrática radical como contraponto à grande mídia
7. O “republicanismo” no trato das instituições (STF, CNJ, MP e PF, principalmente):
a) os governos Lula/Dilma perderam a oportunidade de criar um STF com grandes juristas progressistas, de fortalecer o CNJ, e não souberam dar uma direção consequente ao MP e PF)
b) a preservação do aparato repressivo intocado (principalmente a PM)
8. A dificuldade de se incorporar aos movimentos de massa (junho de 2013) e a demora na mobilização das massas contra o impeachment
9, Em relação ao período final do governo a Dilma, especificamente, também resta a necessidade de autocrítica: a postura “gerentona” da presidenta; a sua pouca habilidade política; o cercar-se dos auxiliares errados nos locais errados (Mercadante na sensível Casa Civil, Cardoso na Justiça em vez de na AGU - onde, aliás, ele se revelou como grande quadro jurídico, afinal) e, principalmente, a guinada para uma política de austeridade antipopular sem um esforço de discutir com o povo e com os aliados a necessidade e o prazo final dessa política)".
a) uma frente de esquerda puramente institucional
b) a priorização do centro como aliado (PMDB)
c) a adesão dos governos Lula/Dilma ao fisiologismo parlamentar
2. O afastamento dos movimentos sociais
3. A burocratização dos quadros dos partidos e entidades de massa
4. A despolitização das massas
5. O desenvolvimento econômico baseado principalmente no consumo
6. A incompreensão da necessidade de criação de uma mídia democrática radical como contraponto à grande mídia
7. O “republicanismo” no trato das instituições (STF, CNJ, MP e PF, principalmente):
a) os governos Lula/Dilma perderam a oportunidade de criar um STF com grandes juristas progressistas, de fortalecer o CNJ, e não souberam dar uma direção consequente ao MP e PF)
b) a preservação do aparato repressivo intocado (principalmente a PM)
8. A dificuldade de se incorporar aos movimentos de massa (junho de 2013) e a demora na mobilização das massas contra o impeachment
9, Em relação ao período final do governo a Dilma, especificamente, também resta a necessidade de autocrítica: a postura “gerentona” da presidenta; a sua pouca habilidade política; o cercar-se dos auxiliares errados nos locais errados (Mercadante na sensível Casa Civil, Cardoso na Justiça em vez de na AGU - onde, aliás, ele se revelou como grande quadro jurídico, afinal) e, principalmente, a guinada para uma política de austeridade antipopular sem um esforço de discutir com o povo e com os aliados a necessidade e o prazo final dessa política)".
A militância agradece, estimado camarada Lúcio.
Zé Reinaldo
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