quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Morre Beatriz Bandeira, companheira de Olga Benário na cela 4


Morreu, aos 102 anos, Beatriz Bandeira, a última sobrevivente da famosa cela 4 – onde foram presas, na Casa de Detenção, no Rio de Janeiro, então Distrito Federal, as poucas mulheres que participaram do Levante Comunista de 1935 no Brasil.



Uma nota pessoal (Depoimento de um neto dela)
 Beatriz Bandeira Ryff era minha avó. Nos últimos anos de sua vida centenária a senilidade tinha lhe tirado totalmente a visão. Ela quase não falava e mal se comunicava com o mundo.

Há uns dez dias, fui visitá-la levado pelo meu filho de 8 anos que queria dar um beijo na “bisa”. Encontramos ela mais presente do que em todas as visitas nos anos anteriores. Chegou a cantarolar algumas músicas que costumava embalar o sono dos netos quando pequenos, como os hinos revolucionários “Internacional”, “A Marselhesa” (embora ela também cantasse obras não políticas, entre elas a “Berceuse”, de Brahms).

Ao me despedir, perguntei-lhe se lembrava o trecho do poema “Canção do Tamoio”, de Gonçalves Dias, que ela costumava recitar. Ela assentiu levemente com a cabeça e começou, puxando do fundo da memória. Foram suas últimas palavras para mim.

“Não chores, meu filho/Não chores, que a vida/É luta renhida:Viver é lutar./ A vida é combate/Que os fracos abate/Que os fortes, os bravos/Só pode exaltar.”(“Canção do Tamoio”, Gonçalves Dias)


Beatriz Bandeira Ryff, aos 90 anos
Para Ler na Íntegra: Portal Vermelho.
Fonte: IG RJ

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