Por Juan Ignacio Amorín, no jornalBrasil de Fato:
Nos últimos meses, a crise econômica da Argentina promoveu a disparada da inflação, o aumento das tarifas dos serviços e a queda abrupta do emprego em setores importantes como a construção. Como efeito, também é possível enxergar um aumento de 15% na quantidade de pessoas que saem as ruas para pegar resíduos em todo o país. Na capital federal, Buenos Aires, a lista de espera para entrar nas cooperativas de reciclagem duplicaram.
A figura do “cartonero” (catador de papelão), surgiu na crise de 2001 e com a recuperação da economia, muitos fundaram suas próprias cooperativas de trabalho e profissionalizaram o que até então era apenas um bico. Para outros, o reaquecimento do setor da construção e outros rumos, possibilitaram que fosse possível alcançar um emprego formal, com salário, registro em carteira, horas extras, acesso à saúde e aposentadoria.
Contudo, passados sete meses do começo do governo de Mauricio Macri, as coisas mudaram para pior. A quantidade de famílias que que tornaram catadoras de materiais reutilizáveis e recicláveis, cresce em um ritmo preocupante. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE), “o número de pessoas que está saindo à rua com carroças no interior do país é muito grande”, relatam.
Aos 100.00 catadores que já existiam em todo o país no final do ano passado, estima-se que outros 15.000 tenham se somado para procurar no lixo de outros o dinheiro do dia.
Um dos principais motivos desse alarmante crescimento no número de catadores é a queda do emprego na Argentina. São quase 160.000 demissões durante os primeiros seis meses de governo de Macri. O setor mais atingido pelo congelamento e a retração da economia é o da construção, ao registrar queda de 24%, o pior momento do setor nos último 14 anos.
Mesmo na cidade de Buenos Aires, o único distrito que conta com um sistema de inclusão através de cooperativas e incentivo, as coisas também não estão bem. Para Roberto Pontarollo, da Cooperativa El Trebol, a lista daqueles que estão “pendentes de ingresso” na cooperativa, passou de 5 para 35. “Nunca tínhamos tido um registro tão alto de pessoas que ficaram sem trabalho, e a isso deve-se somar o que acontece nas ruas. Desde 2001 que não víamos algo assim”, manifestou o cooperativista.
Outros centros urbanos do país vivem situação similar: em Cordoba, Rosario, Santa Fé e Catamarca, já é possível notar a quantidade de cidadãos que saem às ruas para trabalhar como catadores.
* Publicado originalmente no site El Destape. Tradução de María Julia Giménez.
Nos últimos meses, a crise econômica da Argentina promoveu a disparada da inflação, o aumento das tarifas dos serviços e a queda abrupta do emprego em setores importantes como a construção. Como efeito, também é possível enxergar um aumento de 15% na quantidade de pessoas que saem as ruas para pegar resíduos em todo o país. Na capital federal, Buenos Aires, a lista de espera para entrar nas cooperativas de reciclagem duplicaram.
A figura do “cartonero” (catador de papelão), surgiu na crise de 2001 e com a recuperação da economia, muitos fundaram suas próprias cooperativas de trabalho e profissionalizaram o que até então era apenas um bico. Para outros, o reaquecimento do setor da construção e outros rumos, possibilitaram que fosse possível alcançar um emprego formal, com salário, registro em carteira, horas extras, acesso à saúde e aposentadoria.
Contudo, passados sete meses do começo do governo de Mauricio Macri, as coisas mudaram para pior. A quantidade de famílias que que tornaram catadoras de materiais reutilizáveis e recicláveis, cresce em um ritmo preocupante. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Excluídos (MTE), “o número de pessoas que está saindo à rua com carroças no interior do país é muito grande”, relatam.
Aos 100.00 catadores que já existiam em todo o país no final do ano passado, estima-se que outros 15.000 tenham se somado para procurar no lixo de outros o dinheiro do dia.
Um dos principais motivos desse alarmante crescimento no número de catadores é a queda do emprego na Argentina. São quase 160.000 demissões durante os primeiros seis meses de governo de Macri. O setor mais atingido pelo congelamento e a retração da economia é o da construção, ao registrar queda de 24%, o pior momento do setor nos último 14 anos.
Mesmo na cidade de Buenos Aires, o único distrito que conta com um sistema de inclusão através de cooperativas e incentivo, as coisas também não estão bem. Para Roberto Pontarollo, da Cooperativa El Trebol, a lista daqueles que estão “pendentes de ingresso” na cooperativa, passou de 5 para 35. “Nunca tínhamos tido um registro tão alto de pessoas que ficaram sem trabalho, e a isso deve-se somar o que acontece nas ruas. Desde 2001 que não víamos algo assim”, manifestou o cooperativista.
Outros centros urbanos do país vivem situação similar: em Cordoba, Rosario, Santa Fé e Catamarca, já é possível notar a quantidade de cidadãos que saem às ruas para trabalhar como catadores.
* Publicado originalmente no site El Destape. Tradução de María Julia Giménez.
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