segunda-feira, 29 de maio de 2017

Fernando Limongi: “A bomba ainda está por vir”



Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Fernando Limongi:  “A bomba ainda está por vir”Fernando Limongi: “A bomba ainda está por vir”
Em referência ao projeto do PMDB de Michel Temer, intitulado “Ponte para o Futuro”, o cientista ironiza: “A pinguela ruiu, levando consigo muitos dos que dela se serviram para atravessar o rubicão”. E acentua, “Temer é um paciente terminal”.

Para o professor, a falta de um nome comum como alternativa à Presidência da República fez as vozes em defesa de Temer ganharem força. “Encontrar um substituto não é simples. O ungido tem que sobreviver, não pode estar contaminado pelo material tóxico que se abateu sobre Temer. Eis aí o problema: restam poucas alternativas. Para onde quer que se olhe, qualquer que seja o nome aventado como a saída, em pouco tempo, problemas aparecem e a candidatura se torna radioativa. Nenhum político cabe no figurino e apelar para juízes, aposentados ou não, representa um salto no escuro”, diz no artigo.

Limongi debocha do “contorcionismo” que usaram para defender Temer de todas as provas apresentadas que revelavam o envolvimento do presidente ilegítimo com o cala boca de Eduardo Cunha. “Sem a menor cerimônia, sem o menor compromisso com a coerência, inventam-se distinções descabidas”, escreveu o cientista político sobre a sanha do jornal O Estado de S. Paulo na defesa de Temer, em referência ao editorial publicado no sábado (27). 

“Para defender Temer, convenientemente, privilegia-se o acessório e deixa-se de lado o essencial do episódio. Esquece-se a presteza com que Temer se dispôs a encontrar o empresário e o tema da conversa que o incriminaria”, ressaltou Limongi.

O professor faz em seu artigo uma relação da atitude do juiz Sergio Moro em absolver a esposa de Eduardo Cunha como o “recomendável” no contexto para não atrair atenção sobre as investigações.

“Os movimentos para interromper a continuidade das investigações são flagrantes. O juiz Sergio Moro, que sabe o quanto pode esticar a corda, percebeu o risco e, fato raro, deu ouvido ao seu ‘coração mole’, absolvendo a esposa de Eduardo Cunha. Moro conhece seus limites, sabe que nem sempre é recomendável fustigar a fera com vara curta. A prisão da esposa de Cunha poderia elevar a pressão sobre seu tribunal.” 

A bomba

O artigo do cientista político encerra atestando que “Temer pode até se safar” da denúncia da JBS, mas, segundo o professor, “dificilmente resistirá ao que ainda está por vir”. 

Para Limongi, “a bomba continua detida em Curitiba, dando indicações de que está pronta a explodir”.



Do Portal Vermelho, com informações do Valor Econômico

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