Um estudo publicado pelo banco UBS, com a participação da consultora PwC, estima a riqueza dos 1.542 mais ricos (com patrimônio superior a um bilhão de dólares) em 6 trilhões de dólares (5,2 trilhões de euros) – o equivalente a mais do dobro do Produto Interno Bruto (PIB) do Reino Unido ou 32 vezes a riqueza produzida em Portugal em 2016.
No ano passado, o valor concentrado nos mais ricos dos mais ricos cresceu 17% e o principal responsável pela produção do estudo, Josef Stadle, gestor de mega-fortunas do UBS, afirmou ao The Guardian que a concentração da riqueza está hoje ao nível do início do século 20.
Com uma candura pouco habitual, Stadler disse ao diário britânico que os seus clientes sentem um medo crescente que o aprofundar das desigualdades resulte num “intervenção” da sociedade e num “contra-ataque”.
Por isso, explica o banqueiro, os 1.500 mais ricos do mundo estão a investir na compra de obras de arte e construção de galerias públicas, assim como a investir em equipes e equipamentos desportivos. O objetivo, prossegue, é “combater a percepção de que estão a enriquecer à custa das amplas camadas da população”. A isto acresce uma outra vantagem que não é secundária: os amplos benefícios fiscais que conseguem desta forma.
Em menos de 20 anos, desde 1999, os mais ricos do mundo multiplicaram a sua riqueza mais de seis vezes – a maior subida desde o período anterior à Revolução de Outubro, na Rússia Czarista, à crise econômica da década de 1930.
As profundas transformações econômicas que se seguiram à Revolução de Outubro, com consequências em todo o mundo, contribuíram decisivamente para diminuir as desigualdades e reduzir a concentração da riqueza num punhado de pessoas. Sintomaticamente, a recuperação da elite dos mais ricos iniciou-se na década que se seguiu ao desaparecimento do bloco socialista no Leste europeu.
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