Folha de São Paulo
Militar recrutado para combater guerrilha em "Soldados do Araguaia"
O documentário "Soldados do Araguaia", de Belisário Franca, mostra os sofrimentos infligidos pelo governo a quem lutou em nome do regime – ou seja, depoimentos de soldados que mesmo lutando pelo Estado, sofreram em sua mão
"O terror do Estado não tem lado, acaba atingindo o próprio Estado", afirmou o diretor.
O filme está em cartaz na 41º Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que vai até o dia 1 de novembro. A película mostra depoimentos contundentes de ex-soldados recrutados entre adolescentes do sul do Pará, que conheciam as matas onde haviam se embrenhado os guerrilheiros de inspiração comunista.
Guilherme Genestretie conta em reportagem para a Folha de São Paulo que, no geral, era gente comum, que vivia do extrativismo da pele de onças e que, de uma hora para a outra, foi surpreendida por helicópteros. Mais tarde, descobririam, "aquilo não era manobra, era guerra." Antes de partir para a ação, os sujeitos eram sistematicamente humilhados e torturados pelos militares: forçados a beber sangue coagulado de vaca, comer cobra, suportar a picada de insetos após terem sido lambuzados de açúcar. Um deles detalha como perdeu parte dos testículos.
Os depoimentos dos soldados só vieram à tona após as comissões da Verdade receberem pedidos de atendimento psiquiátrico de ex-combatentes militares.
Confira a entrevista com o diretor do filme abaixo:
Entrevista com diretor do filme Soldados do Araguaia
Do Portal Vermelho
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