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Em seu maior ato de campanha, Cristina mostrou força política para se consolidar como líder da oposição a Macri
O estádio de futebol do Racing, localizado em Avellaneda, na grande Buenos Aires, recebeu quase 100 mil pessoas na última segunda-feira (16). Não havia nenhum jogo importante sendo disputado ou qualquer bola rolando em campo; o que atraiu uma multidão de argentinos foi um dos últimos atos de campanha da ex-presidenta Cristina Kirchner, agora concorrendo ao cargo de senadora nas eleições que se realizam no próximo domingo (22).
“Ser peronista é dizer ‘Já basta Macri de tanta maldade com o povo!’”, disse Cristina Kirchner, posicionada sobre um palco montado no centro do gramado, nesse que foi o maior ato de sua campanha eleitoral. Durante seu discurso, a ex-presidenta criticou o governo do atual presidente Maurício Macri e apontou sua ligação com o poder econômico.
“A Argentina não é deles, é do povo. A Argentina não é uma sociedade anônima”, afirmou uma emocionada Cristina Kirchner, perante um público que lotou o estádio com bandeiras do país, de sindicatos e movimentos sociais.
“A única lealdade de Macri é com os grupos econômicos”, disse ela, emendando que é chegado o momento de “colocá-lo num limite” e dizer “assim não”. Em sua fala, Cristina elencou razões para que os estudantes, professores, grupos religiosos, mulheres, comerciantes e trabalhadores em geral não votem, nas eleições legislativas, nos candidatos do grupo político de Macri, que contam com amplo apoio do empresariado e dos tradicionais veículos de mídia.
“Temos a única força invisível, que é a força do povo”, afirmou a ex-presidenta Cristina Kirchner e, agora, postulante ao cargo de senadora.
Segundo o cronista Luis Bruschtein, do jornal Página 12, nenhuma outra força política do país é capaz de encher um estádio de futebol. “Uma demonstração de força que contradiz as previsões mais apocalípticas sobre o resultado das eleições”, definiu. Para ele, a Argentina tem hoje duas culturas políticas distintas: a dos eleitores de Cristina Kirchner, com conteúdo denso, e dos eleitores de Macri, com discursos vazios.
“Não há globos coloridos, há bandeiras argentinas, os oradores buscam ideias com conteúdo, falam de política econômica, de responsabilidade social, há um discurso com densidade, não são palavras ocas. Há pouca tecnologia, o cenário é quase óbvio, em contraste com os atos do Cambiemos, vazios de gente, declamados artificialmente para um público que está em casa”, escreveu Bruschtein, em sua crônica sobre o grande ato de campanha da ex-presidenta.
Fonte: RBA
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