Já noticiamos aqui, no The Greenest Post, que o Brasil permite o consumo de 14 agrotóxicos proibidos mundialmente. Pois este número acaba de aumentar mais um pouco graças a decisão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que decidiu liberar o uso de Benzoato de Emamectina no país.
Trata-se de um agrotóxico bastante agressivo, que havia sido proibido em território nacional no ano de 2010 por suspeita de causar malformações e elevada neurotoxicidade àqueles que tem contato direto com a substância. Em outras palavras, ele foi banido porque podia causar danos graves ao nosso sistema nervoso.
O agrotóxico chegou a ser usado em 2013 para brecar um surto de lagartas em plantações de milho transgênico. Tratava-se de um caso emergencial, em que o Ministério da Agricultura utilizou a substância, inclusive, sem a autorização da Anvisa. Cinco anos depois, no entanto, a agência nacional decidiu por liberar o uso desse veneno em todo o país. “O produto foi avaliado pelo Ministério quanto à sua eficiência agronômica e conclui-se que ele está apto a entrar no mercado”, diz Luis Rangel, secretário de Defesa Agropecuária no Brasil. Segundo ele, a proibição do Benzoato de Emamectina causou prejuízos de mais de R$ 11 bilhões ao setor agropecuário. E, afinal, dinheiro vem antes da saúde?
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A Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e Pela Vida já se manifestou contra a liberação da Anvisa. O grupo declarou que, ao contrário de outras consultas públicas, desta vez não houve divulgação por parte da agência ao atores interessados. Ou seja, não houve diálogo com a sociedade civil!
O movimento apontou ainda parcialidade na decisão divulgada pela Anvisa, que – vale destacar! – foi tomada em tempo recorde. Na maioria dos casos, a consulta pública demora meses. No caso do Benzoato, no entanto, ela se deu em 21 dias. Por que tanta pressa?
Foto: Divulgação
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