quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

Argentina se mobiliza contra onda de demissões


AFP
O presidente anunciou redução de 25% do quadro de funcionários públicos, a medida já causa impacto negativo no funcionamento de serviçosO presidente anunciou redução de 25% do quadro de funcionários públicos, a medida já causa impacto negativo no funcionamento de serviços

Diante desta nova onda de demissões em massa - um episódio parecido aconteceu logo no início do governo de Macri - os trabalhadores, organizados em sindicatos de diferentes setores, declararam greves e fizeram manifestações em todo o país ao longo desta semana. Isso porque, o presidente anunciou reduzir mais de 28 mil postos de trabalhos. 

Horas depois do anúncio presidencial, foram demitidos mais de 120 trabalhadores da saúde, mil de Controle Sanitário e 250 de Tecnologia Industrial. Áreas que atingem diretamente a vida da população agora estão desfalcadas. 

Paralisação de 24 horas na área da Saúde

Representantes e trabalhadores da saúde pública do Hospital Posadas, na região metropolitana de Buenos Aires, marcharam nesta terça-feira até o Ministério da Saúde, no centro da capital, como parte das manifestações durante as 24 horas em que o setor decretou paralisação parcial. Eles exigiram a recontratação de 50, dos 55 enfermeiros demitidos através de telegrama. 

Durante a jornada de protestos, os manifestantes denunciaram que a polícia local os impediu de acessar o hospital em que trabalham, após a realização de uma assembleia para debater as formas de buscar uma solução para o desmonte proposto pelo presidente neoliberal. 

Já os trabalhadores demitidos denunciam que muitos dos afetados pelos cortes se negaram a acatar as novas imposições trabalhistas que estabelecem, em alguns casos, mais de 12 horas de trabalho diário. As demissões atingiram diretamente as áreas de tratamento de quimioterapia e a pediatria do setor público. 

"O que está em risco é a vida dos pacientes", afirmou a técnica de imuno-histoquímica, Karina Almirón, única especialista desta área no Hospital de Posadas, que foi demitida. 

Trabalhadores da Tecnologia exigem reincorporação 

Os funcionários do Instituto Nacional de Tecnologia Industrial (INTI) fizeram manifestações nesta segunda-feira (29) na capital, para exigir a reincorporação do trabalhadores demitidos. Mais de 250, de um total de 2200 empregados ficaram sem trabalho nesta semana. 

O argumento do governo, nos telegramas enviados para demiti-los, é "redução de gasto público". Os trabalhadores rebatem dizendo que o presidente busca investimento estrangeiro sem levar em conta que com menos postos de trabalho, a produção também será menor. 

"Macri pensa que pode buscar capital financeiro sem ter claro o que vai produzir˜˜ declarou o ex-presidente do INTI, Roberto Martínez, que garante que esta área tem capacidade para empregar o dobro dos trabalhadores do quadro atual. 

96 horas de greve contra as demissões

Já a força trabalhista do Serviço Nacional de SAnidade e Qualidade Agroalimentar (Senasa) também se uniu à mobilização nacional contra as demissões. Eles suspenderam as atividades por 96 horas. A paralisação que começou na terça-feira só se encerra nesta sexta-feira (2).

Nesta instituição, o Governo não só demitiu mais de mil pessoas, como também anunciou que vai eliminar o serviço completo de inspeção veterinária, encarregado de fiscalizar as condições sanitárias dos produtos e alimentos de origem animal. 

A organização alertou que isso significa risco sanitário para os consumidores internos. Isso porque, os produtos destinados à exportação não ficarão sem fiscalização.

Do Portal Vermelho, com Telesur

Nenhum comentário:

Postar um comentário