Foto:
Fernando Frazão/Agência Brasil
Forças Armadas ocupam novamente as ruas do Rio de Janeiro
Em nota
divulgada nesta sexta-feira (16) sobre o decreto do governo federal de
intervenção militar no Rio de Janeiro, a presidenta nacional do PCdoB, deputada
Luciana Santos, e a pré-candidata do partido à Presidência da República,
deputada estadual Manuela D´Ávila (RS), consideram que o governo de Michel
Temer "é incapaz de garantir a segurança do povo".
"Estamos a oito meses das mais importantes eleições da história recente do país. O governo Temer busca se aproveitar de uma grave situação – como o colapso da segurança pública – para angariar dividendos eleitorais e, ao mesmo tempo, retirar do foco a derrota que sofreria com a reforma da Previdência", diz um trecho da nota.
"Não há cortina de fumaça que esconda o repúdio da população à agenda ultraliberal do governo. É hora de debater alternativas – o Brasil precisa de um pacto pelo desenvolvimento e a paz. Temos propostas e queremos debater com toda a sociedade, em um debate democrático, de alta intensidade. Acreditamos no Brasil e na sua gente", completa.
Confira a íntegra da nota:
1. A crise do Estado do Rio de
Janeiro, com expressão especialmente dramática na segurança pública, é um
problema de todo o país. O Brasil precisa estar atento à situação do Rio e ser
parceiro do Estado na construção de saídas para a atual crise.
2. A situação dramática vivida no Rio
não é exceção. Existem outras unidades da Federação nas quais a crise
econômica, agravada pela política de recuperação fiscal promovida pelo Governo
Federal, o desemprego e outras consequências desastrosas do governo Temer, tem
levado a situações também muito difíceis, que podem se agravar.
3. Atividade precípua das Forças
Armadas não está relacionada ao policiamento, mas à defesa nacional. O seu uso
indiscriminado, de forma crescente pelo governo federal, é indesejável e
perigoso. A opção por uma intervenção baseada nas Forças Armadas não é o melhor
caminho, conforme pronunciamentos feitos, inclusive, por autoridades militares.
4. Não há saída para uma crise de tal
monta por meio de um gesto único ou de força; é necessária uma completa
reestruturação da política de Segurança Pública. Nossa pré-candidatura propõe
para o debate a criação de um fundo nacional de segurança pública, o reaparelhamento
tecnológico e de gestão das polícias, a adoção de piso salarial nacional para
os policiais militares, a criação de uma autoridade nacional específica para
esta gestão, a criação de uma nova política de combate às drogas e implantação
de uma ouvidoria pública. É necessária a prevenção, articulada com a coerção
qualificada. Toda essa política deve ser discutida e pactuada com os
governadores e prefeitos de grandes cidades e precisa ser fruto de um debate
com a sociedade civil e os especialistas.
5. Existe grande responsabilidade dos
governos neoliberais na crise em curso. O abandono dos investimentos públicos,
os cortes orçamentários, a ausência de políticas de crescimento econômico –
problema que impacta fortemente na arrecadação – tudo isso contribui para o
agravamento da situação. A aplicação da PEC 95, que congela investimentos por
vinte anos, tende a piorar dramaticamente o quadro.
6. Estamos a oito meses das mais
importantes eleições da história recente do país. O governo Temer busca se
aproveitar de uma grave situação – como o colapso da segurança pública – para
angariar dividendos eleitorais e, ao mesmo tempo, retirar do foco a derrota que
sofreria com a reforma da previdência. Não há cortina de fumaça que esconda o
repúdio da população à agenda ultraliberal do governo. É hora de debater
alternativas – o Brasil precisa de um pacto pelo desenvolvimento e a paz. Temos
propostas e queremos debater com toda a sociedade, em um debate democrático, de
alta intensidade. Acreditamos no Brasil e na sua gente.
São Paulo, 16 de fevereiro de 2018
Luciana Santos, presidenta nacional
do PCdoB
Manuela D´Ávila, deputada estadual
pelo PCdoB no Rio Grande do Sul e pré-candidata à Presidência da República
Do Portal Vermelho
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