sábado, 7 de maio de 2011

A democracia do terror


A história dos Estados Unidos da América nos últimos séculos é a história da
farsa. A maior democracia do mundo faz fora o que não é capaz de fazer
dentro, em seu território, contra seu povo. Inventam inimigos para ganhar
eleições. Financiam e empossam ditadores para escravizar povos e confiscar
suas riquezas naturais. Assim é, assim foi, em anos e anos de domínio e
desprezo por povos menos desenvolvidos. Até bem pouco tempo, fez da América
Latina sua latrina, legando a nós a submissão e as atrocidades de
sanguinárias ditaduras que vitimaram, sobretudo, o desenvolvimento de um
sentimento de nação, de povo, de Estado. 
Depois de engordarem e adestrarem Saddan Hussein, em sua eterna luta pelo
domínio do Oriente Médio e de seu petróleo, elegeram-no inimigo,
viabilizando mais uma eleição para o presidente de olhos miúdos George W.
Bush. Tudo, com uma farsa inventada pelos EUA e aprovada pelo servilismo do
mundo inteiro, das maiores potências mundiais.  Era o início do martírio e
do inferno para o pobre povo do Iraque, que com a ajuda das maiores
democracia do planeta, viu seus dias de paz mutilados, contando com uma
cumplicidade e complacência planetária. Uma escandalosa vergonha mundial! 
Depois desse episódio, que decepou o sentido de liberdade no Planeta,
instaurou-se um lamentável sentimento de constrangimento no mundo. Ainda
assim, alguns anos depois, o presidente dos EUA, um negro com nome árabe,
viaja o mundo falando em liberdade, em democracia, na autodeterminação dos
povos. No Brasil, com desenvoltura de um esgrimista, defendeu isso em todos
os canais de comunicação, quando, no outro dia, invadia e matava líbios,
tendo a participação de aviões não tripulados. Os EUA são isso, um país que
faz guerras enviando aviões não tripulados. Onde tem gente, lançam bombas,
sem considerar os que estão ao redor de seus alvos. 
O êxito das ações de Osama Bin Laden e sua rede de terror só foi possível
pelo seu treinamento especial recebido nas trincheiras nebulosas da CIA. Os
EUA investiram no dedicado discípulo para bombardear, instabilizar e dominar
o mundo árabe. Suas fotos ao lado do líder mundial Bush pai estão aí,
publicadas mundo afora. E os EUA mentindo e matando, matando e mentindo. 
Um, faz o terrorismos de Estado, aprovado e aplaudido por aqueles que
defendem a liberdade e a democracia. Um terrorismo oficializado, sem rosto,
eufemizado. Outro, faz o terrorismo escancarado, das ruas, do rosto exposto
e divulgado mundo afora. A grande diferença entre eles é que são iguais, que
matam e mutilam povos, que escravizam corações e mentes, aterrorizam a
Humanidade. 
Se buscarmos nas páginas da memória, encontramos as mais belas lições da
História escritas pela luta da independência dos EUA, coisa que orgulha a
Humanidade até os dias de hoje. No entanto, o país que ousou lutar e
conquistar a liberdade, com seu exército de homens e ideais, hoje é apenas
um fantasma, uma sombra, um vulto, que assombra e atormenta o mundo inteiro. 
Petrônio Souza Gonçalves é jornalista e escritor 

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