Centro-esquerda afunda nas eleições regionais sicilianas, último grande teste nas urnas antes das legislativas de 2018. Movimento 5 Estrelas começa a preparar-se para ter como rival uma aliança de direita
Silvio Berlusconi, líder do Força Itália
A complexidade do sistema eleitoral siciliano, uma mistura da votação obtida pelo candidato à presidência regional com os votos da lista que receber o premio destinado a garantir maiorias, não aumentou só o suspense. Também permitiu que mais gente reivindicasse a vitória – neste caso, todos os partidos da direita e da extrema-direita que se uniram para eleger o governador Nello Musemico.
Contas feitas, o candidato apoiado pela Força Itália de Silvio Berlusconi, o anti-imigração Liga Norte e os pós-fascistas Irmãos de Itália, obteve 39,8% dos votos, à frente dos 35,7% de Giancarlo Cancelelleri, que encabeçou a lista do Movimento 5 Estrelas. Já o centro-esquerda dividido e desgastado, afundou-se nas urnas: Fabrizio Micari ficou-se pelos 18% dos votos e, apesar do conjunto das listas deste campo político ter somado 25%, sozinho, o Partido Democrata, não passou dos 13%.
“Um fascista como deve ser”, assim descrevem orgulhosamente os seus partidários, Musemico vem das fileiras dos Irmãos de Itália mas apresentou-se com a sua própria lista. Três vezes eurodeputado, foi secretário de Estado do Trabalho no último Governo de Berlusconi. A sua vitória confirma a dinâmica favorável às coligações de direita que se tem visto nas eleições locais dos últimos meses.
“Como eu tinha pedido, a Sicília escolheu o caminho de uma mudança real, séria e construtiva, fundada na honestidade, competência e experiência”, reagiu Berlusconi num vídeo publicado no Facebook. "A partir da Sicília vamos demonstrar que este é um modelo vencedor que pode triunfar a nível nacional", congratulou-se a líder dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni. Para a presidente do partido, este resultado demonstra “que as eleições não se ganham ao centro". Por isso, pede a constituição de uma aliança baseada na “clareza e indisponível para concessões”.
A dinâmica é clara e parece muito complicado que o centro-esquerda consiga posicionar suas peças a tempo das eleições nacionais, previstas para a Primavera.
Berlusconi dificilmente voltará a ser candidato- impedido de ocupar cargos públicos desde uma condenação por fraude, em 2013, aguarda até ao final do ano uma decisão sobre o recurso que apresentou no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos- mas já se diz “rival indiscutível do 5 Estrelas”.
“O PD já não tem líder”
Nos últimos anos, antes e depois da demissão de Matteo Renzi (actual líder do Partido Democrático) da chefia do Governo (em Dezembro de 2016), as sondagens tendiam a antecipar uma batalha eleitoral com dois protagonistas – M5E de um lado, PD do outro. Agora, graças ao milionésimo renascimento de Berlusconi e, principalmente, ao crescimento da Liga Norte, formação criada para defender a secessão de parte do Norte de Itália mas que é cada vez um partido de dimensão nacional (nisso o tornou o actual líder, Matteo Salvini) a batalha pode mesmo travar-se entre o movimento fundado por Beppe Grillo e uma aliança de direita.
Individualmente, como já aconteceu nas legislativas de 2013, na Sicília o M5E foi o partido mais votado, com 28%. Uma “vitória moral” nas palavras de Grillo. Renzi, atacado pelos membros do seu próprio partido, com as diferentes correntes a apostarem em candidatos como Paolo Gentiloni (que o substituiu na chefia do Governo) ou o presidente do Senado, Pietro Grasso, defende-se como pode. “Há meses que tentam afastar-me, também não vão conseguir desta vez.”
O já conhecido candidato do M5S às legislativas, Luigi Di Maio, tenta gerir melhor a expectativa de uma vitória na Sicília. “Como candidato do M5E vou confrontar-me com os candidatos designados pelos partidos”, afirmou, quando anulou à última hora um debate marcado para esta terça-feira (7) com Renzi. “Depois deste resultado, o PD já não tem líder”.
Contas feitas, o candidato apoiado pela Força Itália de Silvio Berlusconi, o anti-imigração Liga Norte e os pós-fascistas Irmãos de Itália, obteve 39,8% dos votos, à frente dos 35,7% de Giancarlo Cancelelleri, que encabeçou a lista do Movimento 5 Estrelas. Já o centro-esquerda dividido e desgastado, afundou-se nas urnas: Fabrizio Micari ficou-se pelos 18% dos votos e, apesar do conjunto das listas deste campo político ter somado 25%, sozinho, o Partido Democrata, não passou dos 13%.
“Um fascista como deve ser”, assim descrevem orgulhosamente os seus partidários, Musemico vem das fileiras dos Irmãos de Itália mas apresentou-se com a sua própria lista. Três vezes eurodeputado, foi secretário de Estado do Trabalho no último Governo de Berlusconi. A sua vitória confirma a dinâmica favorável às coligações de direita que se tem visto nas eleições locais dos últimos meses.
“Como eu tinha pedido, a Sicília escolheu o caminho de uma mudança real, séria e construtiva, fundada na honestidade, competência e experiência”, reagiu Berlusconi num vídeo publicado no Facebook. "A partir da Sicília vamos demonstrar que este é um modelo vencedor que pode triunfar a nível nacional", congratulou-se a líder dos Irmãos de Itália, Giorgia Meloni. Para a presidente do partido, este resultado demonstra “que as eleições não se ganham ao centro". Por isso, pede a constituição de uma aliança baseada na “clareza e indisponível para concessões”.
A dinâmica é clara e parece muito complicado que o centro-esquerda consiga posicionar suas peças a tempo das eleições nacionais, previstas para a Primavera.
Berlusconi dificilmente voltará a ser candidato- impedido de ocupar cargos públicos desde uma condenação por fraude, em 2013, aguarda até ao final do ano uma decisão sobre o recurso que apresentou no Tribunal Europeu dos Direitos Humanos- mas já se diz “rival indiscutível do 5 Estrelas”.
“O PD já não tem líder”
Nos últimos anos, antes e depois da demissão de Matteo Renzi (actual líder do Partido Democrático) da chefia do Governo (em Dezembro de 2016), as sondagens tendiam a antecipar uma batalha eleitoral com dois protagonistas – M5E de um lado, PD do outro. Agora, graças ao milionésimo renascimento de Berlusconi e, principalmente, ao crescimento da Liga Norte, formação criada para defender a secessão de parte do Norte de Itália mas que é cada vez um partido de dimensão nacional (nisso o tornou o actual líder, Matteo Salvini) a batalha pode mesmo travar-se entre o movimento fundado por Beppe Grillo e uma aliança de direita.
Individualmente, como já aconteceu nas legislativas de 2013, na Sicília o M5E foi o partido mais votado, com 28%. Uma “vitória moral” nas palavras de Grillo. Renzi, atacado pelos membros do seu próprio partido, com as diferentes correntes a apostarem em candidatos como Paolo Gentiloni (que o substituiu na chefia do Governo) ou o presidente do Senado, Pietro Grasso, defende-se como pode. “Há meses que tentam afastar-me, também não vão conseguir desta vez.”
O já conhecido candidato do M5S às legislativas, Luigi Di Maio, tenta gerir melhor a expectativa de uma vitória na Sicília. “Como candidato do M5E vou confrontar-me com os candidatos designados pelos partidos”, afirmou, quando anulou à última hora um debate marcado para esta terça-feira (7) com Renzi. “Depois deste resultado, o PD já não tem líder”.
Fonte: Publico
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