Meu nome também é Lula
Ao acusarem o ex-presidente, acusarão a dezenas de milhões
de brasileiros. Inclusive a este que escreve, pois, a partir de agora, meu nome
também é Lula.
Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o banco dos réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como só posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu também é Lula.
Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o banco dos réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como só posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu também é Lula.
Estando em pleno gozo de todos os direitos políticos e de
todas as demais garantias individuais concernentes à cidadania brasileira,
diante da campanha hedionda de difamação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva ora promovida por seus adversários políticos (declarados e enrustidos),
venho fazer uma declaração.
Acompanho a trajetória de vida do ex-presidente desde a
campanha eleitoral de 1989. Dá quase um quarto de século. A cada dia desses 23
anos, com intervalos de nem uma centena de dias, se tanto, vi e ouvi todo tipo
de acusação contra ele. Todo tipo que se possa imaginar.
Naquele 1989, os mesmos grandes meios de comunicação que
hoje, após tanto tempo, continuam lançando acusações análogas às de outrora
contra o ex-operário, chegaram a convencer o Brasil de que ele era mais rico do
que o adversário Fernando Collor por morar em uma casa emprestada por um
empresário.
Acompanhei a vida de Lula, desde então. Como tantos sabem,
sobretudo seus inimigos, ele não enriqueceu com a política. Muito pelo contrário,
seu patrimônio – sobre o qual seus adversários construíram tantas farsas – não
é tão maior do que era quando disputou a primeira eleição presidencial, há 23
anos.
Lula poderia ter tirado quanto quisesse da política, se
quisesse…
Ele nunca se desviou do caminho que aquele que acompanhou a
sua vida sabe que era o que verdadeiramente perseguia, o de dar ao filho do
“peão” oportunidades menos inferiores às dos filhos dos janotas empertigados
que se julgam melhores do que o resto por terem um sobrenome de origem européia
e um canudo de papel outorgado por uma universidade.
Esse homem, com sua instrução rudimentar, ainda na minha
juventude fez com que eu, que estudei nas melhores escolas de São Paulo,
pudesse entender que um país injusto como o Brasil não é bom para ninguém, e
que só com a igualdade de oportunidades é que poderia fazer jus ao conceito
fundamental de nação.
É inevitável fazer a analogia entre a luta de Lula contra
legítimos impérios empresariais e as mais poderosas forças políticas – começando
por uma ditadura – e o conto bíblico da vitória do jovem e franzino David sobre
o poderoso gigante Golias. Afinal, Lula venceu um gigante monstruoso. E venceu
três vezes.
Dirão que construí, para mim, uma imagem romanceada de um
político como qualquer outro. Mais uma vez provo que estão errados. Tenho todas
as justificativas racionais do universo para dizer que Luiz Inácio Lula da
Silva jamais traiu a minha confiança. O poder não o mudou e ele cumpriu todas
as promessas que me fez ao fazê-las a todos os cidadãos.
Lula fez seu povo – como ele mesmo diz, os feios, os
desprezados, os pobres e desesperançados – melhorarem de vida como jamais
ocorrera e alçou o Brasil a uma era de ouro. E o principal: devolveu a
auto-estima aos brasileiros.
Agora, querem se vingar das derrotas acachapantes que Lula
lhes impôs. Querem macular seu legado com acusações farsescas, irresponsáveis,
criminosas. Querem, se possível, vê-lo encarcerado, pois foi sempre isso que
fizeram com adversários políticos desde que atiraram o país em uma ditadura
sangrenta.
Pois se essa afronta prosperar, dividirei, orgulhosamente, o
banco dos réus com o ex-presidente. E serei acompanhado por milhões. Mas como
só posso falar por mim, juro que, se Lula for a um tribunal, estarei ao seu
lado. E quando lhe perguntarem o nome, levantar-me-ei e direi que o meu também
é Lula.
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