sábado, 20 de setembro de 2014

Há 75 anos, eclodia a Segunda Guerra Mundial

 

José Reinaldo Carvalho *

Com a agressão nazista contra a Polônia, a 1º de setembro de 1939, teve início a Segunda Guerra Mundial.


Em resposta, a Grã Bretanha e a França declararam guerra à Alemanha. Entre os anos de 1939 e 1941, essa potência agressiva e a Itália fascista ocuparam uma série de países da Europa ocidental e dos Bálcãs. A 22 de junho de 1941, a Alemanha de Hitler atacou a União Soviética. 

A Segunda Guerra Mundial começou como um confronto entre as grandes potências capitalistas, tendo sido provocada pelos países mais agressivos – a Alemanha nazista, a Itália fascista e o Japão. A intenção dessas potências era a redivisão do mundo tal como se configurara após a Primeira Guerra (1914 – 1918).

De algum modo, o grande conflito foi o resultado do desenvolvimento desigual no mundo capitalista. A luta por mercados e fontes de matérias primas era o pano de fundo que empurrava as potências capitalistas à luta pela redivisão do mundo por meio da violência. 

A Alemanha, potência mais agressiva, visava a impor sua hegemonia na Europa e ampliar seu império para o Oriente Médio e a África. O Japão pretendia a hegemonia na região do Pacífico, convertendo em suas colônias a China, a Coreia, a Indonésia, a Indochina, a Índia e as ilhas do Oceano Pacífico. Já os fascistas italianos sonhavam em transformar o Mar Mediterrâneo num “lago italiano” e ocupar a Argélia, a Tunísia, a Córsega e outros territórios. Visava ainda ao domínio sobre os Bálcãs. 

Todos esses objetivos entravam em contradição com os interesses da Inglaterra, da França e da nova potência imperialista emergente, os Estados Unidos da América. Foi por esta razão que do lado oposto ao eixo Alemanha-Itália-Japão, enfileirou-se a coalizão formada por aquelas três potências ocidentais. 

Tendo sua origem nas contradições interimperialistas, a Segunda Guerra Mundial foi gradualmente mudando de caráter. Os povos dos países ocupados ergueram-se na resistência popular-nacional antifascista, passando a travar uma justa luta democrática e de libertação nacional. Os próprios Estados capitalistas, a partir do desencadeamento da guerra, viram-se confrontados com o perigo nacional, o que criou condições para a formação de um amplo e poderoso movimento patriótico e antifascista. 

O fato mais importante que mudou completamente o caráter da guerra foi o ataque da Alemanha nazista contra a União Soviética. Isto ampliou o caráter antifascista e patriótico da resistência. 

Para as forças revolucionárias, os comunistas e os povos da União Soviética, a questão que se apresentava era fazer a guerra patriótica em defesa da pátria do socialismo. A frente antifascista tomou dimensão mundial. Os próprios países capitalistas, nas condições da ameaça que a Alemanha nazista representava para a sua soberania e integridade nacional, uniram-se à luta dos povos do mundo e da União Soviética. As potências ocidentais não eram aliados confiáveis, mantinham posição ambígua e vacilante quanto à causa da libertação dos povos e da democracia. Mas a frente antifascista foi indispensável e salvou a humanidade de uma tragédia maior. 

Mais de 80 por cento da população mundial foi envolvida direta ou indiretamente na guerra, durante a qual morreram cerca de 26 milhões de soldados e 46 milhões de civis. Muitos morreram de fome, devido às doenças, massacres, bombardeios e genocídio. A União Soviética perdeu cerca de 27 milhões de pessoas. 

A Segunda Guerra Mundial terminou em 1945 com a vitória da coalizão antifascista e dos povos oprimidos e ocupados. A Itália fascista capitulou a 8 de setembro de 1943, a Alemanha nazista a 9 de maio de 1945 e o Japão a 2 de setembro de 1945. No interregno de seis anos, o conflito atravessou várias etapas e se desenvolveu em distintos cenários. É o que abordaremos em outros artigos.
* * Jornalista, Diretor do Cebrapaz, membro da Rede de Intelectuais em Defesa da Humanidade e editor do Vermelho.
* Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.


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