segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O fiasco das marchas golpistas

Por Altamiro Borges


Convocadas para o Dia da Proclamação da República, as marchas golpistas pelo "Fora Dilma" foram um baita fiasco neste domingo. Alguns grupelhos fascistas, que antes apostavam as suas fichas nesta cruzada, inclusive deram para trás, deixando pendurados na brocha os fanáticos mais empedernidos. Kim Kataguiri, líder do Movimento Brasil Livre (MBL), até parece que jogou a toalha. "O brasileiro já se indignou. Agora, ele precisa se preocupar com outras coisas. Ninguém mais tem tempo ou saco de discutir a permanência ou queda do governo do PT", escreveu. Os malucos que foram às ruas neste domingo pagaram o mico em atos esvaziados e patéticos.

Até o jornal O Globo, que sempre deu uma mãozinha aos "coxinhas", não teve como ocultar o fiasco. O relato do seu site sobre a marcha em Brasília, a maior registrada no país, descreve atos de racismo e um detido por uso de drogas. "Cerca de 2 mil pessoas, nas estimativas da PM, foram neste domingo à Esplanada dos Ministérios protestar contra a corrupção e pedir o impeachment de Dilma. Parte dos manifestantes também defendeu a intervenção militar para tirar a presidente do poder... Segundo informações da PM, um manifestante foi preso por injúria racial a um policial. Ele o agrediu quando tentava invadir o espelho d'água do Congresso Nacional. Ele foi encaminhado para a 5a Delegacia de Polícia do Distrito Federal.Outro foi detido no início da tarde por porte de entorpecentes".

Outra cena patética do ato em Brasília foi descrita pela Folha tucana. "Um novo boneco inflável foi erguido. Os grupos que pedem a intervenção militar fizeram homenagem ao general Antônio Mourão, que era o responsável pelo Comando Militar do Sul e foi exonerado após duras críticas ao governo Dilma Rousseff. O grupo gastou em torno de R$ 12 mil com o boneco". Na semana passada, a polícia do Distrito Federal já havia prendido um militar aposentado, saudoso da ditadura, que carregava em seu carro um verdadeira arsenal de guerra. O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, mandou a PF investigar o "terrorista" maluco, o que talvez explique o fiasco da marcha golpista deste domingo.

Já no Paraná - Estado em que as marchas antipetista e pelo retorno dos militares ao poder refluíram após o massacre da PM do tucano Beto Richa contra os professores -, o protesto deste domingo deu brecha para uma postagem sarcástica do blogueiro Esmael Morais:

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100 gatos pingados pró-ditadura gritaram hoje ‘Fora Dilma’ em Curitiba

Saudosistas da ditadura militar realizaram uma manifestação neste domingo, dia 15 de novembro, em Curitiba, cujas reivindicações se concentraram na “volta” dos militares ao poder e pelo impeachment da presidenta Dilma Rousseff (PT).

O movimento contou com a participação de apenas 100 gatos pingados, que marcharam da Praça Santos Andrade (UFPR) até a Boca Maldita - tradicionais pontos de concentração e manifestações políticas na capital paranaense.

Como se estivessem nas décadas de 60 e 70, em pleno auge da guerra fria, os protestantes nitidamente de direita carregaram hoje cartazes contra o “comunismo”, de apoio a “Lava Jato” do juiz Sérgio Moro, contra o PT, dentre outras bandeiras anacrônicas aos tempos de democracia.

A tentativa de reeditar neste domingo a marcha pela família, propriedade e contra o comunismo fracassou em Curitiba, portanto.

Curiosamente, os 100 gatos pingados de direita exibiam o juiz Sérgio Moro, da Lava Jato, em estampa de camiseta que lembrava o revolucionário Che Guevara.

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Em São Paulo, em plena Avenida Paulista liberada pela prefeitura para o lazer dos paulistanos, o ato também foi um fiasco. O protesto ficou dividido em três blocos. Na maior concentração, com menos de 100 participantes em frente ao Masp, os malucos se disseram fieis seguidores do "filósofo" Olavo de Carvalho, famoso por suas posições fascistas e doentias nas redes sociais. Eles trajavam camisetas pretas com o slogan "Olavo tem razão". No agito da marcha, eles talvez não leram o comunicado do site do Exército, que baniu o seu mentor do Facebook em função de suas mensagens de ódio. 



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