domingo, 15 de novembro de 2015

TABIRA: OS MILITARES E AS "REPÚBLICAS BRASILEIRAS"

                                                                       (Breve histórico)
                                                                  
                                REFLEXÃO DA SEMANA Nº 32
Por Dedé Rodrigues Resultado de imagem para os militares e a republica

Bom dia meus amigos  e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. No dia  15 de novembro de 1889, um golpe militar, Liderado pelo Marechal Deodoro da Fonseca,   depôs o Imperador Dom Pedro II, o Brasil deixou de ser um Império e passou a ser uma República. Nos cinco anos iniciais, o Brasil foi governado por militares. Deodoro da Fonseca, tornou-se Chefe do Governo Provisório. Em 1891, renunciou e quem assumiu foi o vice-presidente Floriano Peixoto. Mesmo sendo um golpe militar, a  constituição de 1891 garantiu alguns avanços políticos, embora apresentasse algumas limitações, pois representava os interesses das elites agrárias do pais. A nova constituição garantiu o registro civil, o casamento civil, separou a Igreja do Estado e implantou o voto universal para os cidadãos, embora mulheres, analfabetos, militares de baixa patente ficavam de fora . A intromissão dos militares na política, nesta época,  resultou no final em avanços democráticos, o  mesmo podemos afirmar sobre o golpe de 1930, mas bem diferente do golpe militar de 1964 e dos golpes que querem aplicar contra Dilma hoje.


O período que vai de 1894 a 1930 foi marcado pelo governo de presidentes civis, ligados ao setor agrário. Estes políticos saiam dos seguintes partidos: Partido Republicano Paulista (PRP) e Partido Republicano Mineiro (PRM). Estes dois partidos controlavam as eleições, mantendo-se no poder de maneira alternada. Contavam com o apoio da elite agrária do país.

Dominando o poder, estes presidentes implementaram políticas que beneficiaram o setor agrário do país, principalmente, os fazendeiros de café do oeste paulista. Se por um lado a política do café-com-leite privilegiou e favoreceu o crescimento da agricultura e da pecuária na região Sudeste, por outro, acabou provocando um abandono das outras regiões do país. As regiões Nordeste, Norte e Centro-Oeste ganharam pouca atenção destes políticos e tiveram seus problemas sociais agravados.

Em março de 1930, foram realizadas as eleições para presidente da República.  Eleição esta que deu a vitória ao candidato governista Júlio Prestes. Entretanto, Prestes não tomou posse. A Aliança Liberal (nome dado aos aliados mineiros, gaúchos, e paraibanos) recusou-se a aceitar a validade das eleições, alegando que a vitória de Júlio Prestes era decorrente de fraude. Além da crise econômica acentuada pela crise de 1929; a indignação, deste modo, aumentou, e o Exército – que por sua vez era desfavorável ao governo vigente desde o tenentismo – começou a se mobilizar e formou uma junta governamental composta por generais do Exército. No mês seguinte, em três de novembro, Júlio Prestes foi deposto e fugiu junto com Washington Luís e o poder então foi passado para Getúlio Vargas pondo fim à República Velha.
A Era Vargas, apesar do período ditatorial iniciado em 1937, a Carta de 1934  adotou medidas democráticas e criou as bases da legislação trabalhista e posteriormente ampliou bastante a nossa industrialização. Além disso, ele sancionou o voto secreto e o voto feminino. Mesmo tendo sido ditador de 1937 a 1945, usando os comunistas como cobaias,  quando voltou em 1950 pelo voto do povo, enfrentou uma campanha da mídia e da elite conservadora nacional, aliadas aos Estados Unidos, para parar o período de mudanças, que acabou culminando com o seu suicídio, mas os militares e a elite conservadora,  divididos,  não tiveram como impor um novo golpe que só veio a ocorrer em 1964.  

Quando os militares deram o golpe de 1964,  o pais já era outro bem mais desenvolvido devido justamente aos governos civis de Vargas e Juscelino. Quando o governo João Goulart caiu contava com 76% de opinião pública a seu favor mas este ciclo de mudanças precisava avançar, pois o modelo desenvolvimentista se esgotara. Jango propôs mudanças  com as reformas de base: reforma agrária, reforma educacional, controle da remessa de lucros, duplicou o salário mínimo etc. Estas mudanças irritou a nossa elite entreguista que convenceram boa parte da população e de militares entreguistas, com apoio da mídia e juízes golpistas,  deram o golpe e conseguiram parar com as mudanças boas de Jango para o país e para o povo. 
Hoje o país é outro bem diferente destes períodos anteriores. Um golpe militar nos moldes do de 1964, tornou-se inviável devido a conjuntura internacional e a nossa própria experiência passada. Mesmo que as crises do modelo capitalista, tal como ocorre hoje,  tenha alimentado e contribuído com estas rupturas no passado, as últimas declarações dos comandantes das forças armadas do Brasil de respeito às instituições democráticas são muito importantes.
O problema hoje contra a nossa República  Democrática é um golpe do tipo que ocorreu no Paraguai recentemente. Lá juntou-se as forças conservadoras, com apoio da mídia e da justiça golpistas, fabricaram um crime para o presidente e deram o golpe. Do mesmo jeito querem fazer com a Dilma no Brasil com as tais pedaladas fiscais. Urge portanto ao povo e as forças resistirem, pois onde estes golpes de novo tipo, seja no Paraguai, em Onduras ou na Ucrânia tiveram êxito as liberdades foram sacrificadas e o povo pagou o pato.

Portanto meus amigos e amigas ouvintes, este 15 de novembro deve servir para a  nossa reflexão no sentido de tornar a República cada vez mais do povo, como reza a etimologia da própria palavra.  Para isso devemos lutar para manter e ampliar as conquistas sociais para o povo trabalhador,realizar as reformas estruturais que o país ainda não fez, com a reforma tributária, a reforma política e a reforma da mídia e barrar este golpismo, que sofreu algumas derrotas recentemente, mas infelizmente para a infelicidade do Brasil e do nosso povo trabalhador ainda está  vivo e conspirando contra as nossas liberdades e conquistas sociais destes últimos 13 anos com Lula e Dilma. 
Fonte: Wikipédia e Boris Fausto     

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