sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

O DESAFIO DA PROXIMIDADE




Gilberto Velho

Resumo do texto do curso de mestrado

Por Dedé Rodrigues
Gilberto Velho, ao escrever sobre O Desafio da Proximidade, utiliza-se da ciência antropológica que ampliou o campo de atuação no meio urbano, em especial a partir do início de 1970, destacando, graças a essa ciência,  os sistemas de redes e relações na área de investigação em processos sociais mais amplos.  Ao escrever sobre a cidade ele destaca as pesquisas de Roberto da Mata sobre Carnavais, malandros e heróis,  Gilberto Freire com Sobrados e Mocambos, entre outros que estudam a umbanda, que passaram a reconhecer as empregadas domésticas e nos centros espíritas começaram a encontrar conhecidos e vizinhos.  

No curso de mestrado, morando em Copa Cabana, ele escreveu A Utopia Urbana. Foi a partir de uma experiência entre profissionais liberais que ele passou a discutir com os seus alunos sobre proximidade e distância, familiaridade e estranhamento. Nesse contexto, já no curso de doutorado, Nobres e Anjos, apesar da heterogeneidade de classes no edifício dos seus pais, ele passou a lidar com pessoas mais próximas da sua origem que faziam parte do seu ciclo de amizade.  
Nos trabalhos de pesquisas com essas pessoas,  mesmo conhecendo parte do objeto que se propôs a investigar,  ele afirma que, foi importante e crucial o movimento de estranhar o familiar – tarefa nada trivial e, com certeza, nem sempre bem sucedida,  estudar amigos como se fossem formigas. Ele reconhece que não foi fácil desnaturalizar noções, impressões, categorias e classificações que constituíam a visão dele de mundo.     
Com o avanço das pesquisas sobre o movimento de estranhar o familiar, ele escreve que hoje multiplicam-se os trabalhos de pesquisa sobre temas como camadas médias, gênero, família,  parentesco, religião etc. E foi na produção antropológica,  desde meados dos anos 1960,  que se procurou responder as  questões produzidas pelo golpe de 1964 no Brasil, com o estudo dos grupos mais explorados e oprimidos; mas também a investigação que se tornaram importantes de outros segmentos e categorias, tais como: as camadas médias e as elites e, uma outra subárea urbana, o desvio do comportamento desviante, doença mental, prostituição e homossexualismo.  
No livro Subjetividade e Sociedade Gilberto Velho entrevista o que ele chama dos mais intelectualizados no qual misturou algum marxismo, história da arte, literatura, ciência política, economia e diz que, apesar de não serem cientistas sociais,  estavam bem informados e preocupados sobre as questões críticas da sociedade contemporânea e lembra que o diálogo se dava em plenitude, apesar de ser próximo de alguns deles, mas isso não era regra.
Por fim no texto de Gilberto Velho conclui destacando o que ele chama de multi-pertencimento que permite ao antropólogo pesquisar sua própria sociedade em situações com as quais ele tem algum tipo de envolvimento ou participa, embora permitindo um certo distanciamento e estranhamento crítico diante do próximo, sem fórmulas nem receitas próprias, ele deve evitar esquematismos empobrecedores. Dessa forma o pesquisador deve buscar seus caminhos próprios dentro do repertório de mapas possíveis.      



Gilberto Cardoso Alves Velho (Rio de Janeiro15 de maio de 1945 - Rio de Janeiro14 de abril de 2012) foi um antropólogo brasileiro, pioneiro da Antropologia Urbana no país.
Graduado em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1968). Mestre em Antropologia Social também pela UFRJ (1970). Especializou-se em Antropologia Urbana e das Sociedades Complexas na Universidade do Texas, em Austin (1971). Doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (1975). Fonte: Wikipedia

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