Gilberto Velho
Resumo do texto do curso de mestrado
Por Dedé Rodrigues
Gilberto Velho, ao escrever sobre
O Desafio da Proximidade, utiliza-se da ciência antropológica que ampliou o
campo de atuação no meio urbano, em especial a partir do início de 1970, destacando,
graças a essa ciência, os sistemas de
redes e relações na área de investigação em processos sociais mais amplos. Ao escrever sobre a cidade ele destaca as
pesquisas de Roberto da Mata sobre Carnavais, malandros e heróis, Gilberto Freire com Sobrados e Mocambos,
entre outros que estudam a umbanda, que passaram a reconhecer as empregadas
domésticas e nos centros espíritas começaram a encontrar conhecidos e vizinhos.
No curso de mestrado, morando em
Copa Cabana, ele escreveu A Utopia Urbana. Foi a partir de uma experiência entre
profissionais liberais que ele passou a discutir com os seus alunos sobre
proximidade e distância, familiaridade e estranhamento. Nesse contexto, já no
curso de doutorado, Nobres e Anjos, apesar da heterogeneidade de classes no
edifício dos seus pais, ele passou a lidar com pessoas mais próximas da sua origem que faziam parte do seu ciclo de amizade.
Nos trabalhos de pesquisas com
essas pessoas, mesmo conhecendo parte do
objeto que se propôs a investigar, ele
afirma que, foi importante e crucial o movimento de estranhar o familiar – tarefa
nada trivial e, com certeza, nem sempre bem sucedida, estudar amigos como se fossem formigas. Ele
reconhece que não foi fácil desnaturalizar noções, impressões, categorias e
classificações que constituíam a visão dele de mundo.
Com o avanço das pesquisas sobre
o movimento de estranhar o familiar, ele escreve que hoje multiplicam-se os
trabalhos de pesquisa sobre temas como camadas médias, gênero, família, parentesco, religião etc. E foi na produção
antropológica, desde meados dos anos
1960, que se procurou responder as questões produzidas pelo golpe de 1964 no
Brasil, com o estudo dos grupos mais explorados e oprimidos; mas também a
investigação que se tornaram importantes de outros segmentos e categorias, tais
como: as camadas médias e as elites e, uma outra subárea urbana, o desvio do comportamento desviante, doença mental, prostituição e homossexualismo.
No livro Subjetividade e
Sociedade Gilberto Velho entrevista o que ele chama dos mais intelectualizados
no qual misturou algum marxismo, história da arte, literatura, ciência política, economia e diz que, apesar de não serem cientistas sociais, estavam bem informados e preocupados sobre as
questões críticas da sociedade contemporânea e lembra que o diálogo se dava em
plenitude, apesar de ser próximo de alguns deles, mas isso não era regra.
Por fim no texto de Gilberto
Velho conclui destacando o que ele chama de multi-pertencimento que permite ao
antropólogo pesquisar sua própria sociedade em situações com as quais ele tem
algum tipo de envolvimento ou participa, embora permitindo um certo
distanciamento e estranhamento crítico diante do próximo, sem fórmulas nem
receitas próprias, ele deve evitar esquematismos empobrecedores. Dessa forma o
pesquisador deve buscar seus caminhos próprios dentro do repertório de mapas
possíveis.
Gilberto Cardoso Alves Velho (Rio de Janeiro, 15 de maio de 1945 - Rio de Janeiro, 14 de
abril de 2012)
foi um antropólogo brasileiro,
pioneiro da Antropologia Urbana no país.
Graduado em Ciências Sociais pelo Instituto de Filosofia
e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (1968). Mestre em Antropologia Social também pela UFRJ
(1970). Especializou-se em Antropologia Urbana e das Sociedades Complexas na
Universidade do Texas, em Austin (1971). Doutor em Ciências Humanas pela Universidade de São Paulo (1975). Fonte:
Wikipedia
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