sábado, 30 de dezembro de 2017

PESQUISA EM EDUCAÇÃO: BUSCANDO RIGOR E QUALIDADE




Resumo do segundo texto do curso de Mestrado

Marli André
 

 Por Dedé Rodrigues

O texto de Marli André sobre a busca do rigor e qualidade em pesquisa na educação procura responder o que é uma boa pesquisa, os padrões universais dela e  os meios e a forma como devem ser divulgadas.  Depois de investigar sobre o tema com pesquisadores experientes que focalizam a pesquisa como um problema na história e na sociologia da educação ela enfatiza que “essa  é – ou deve ser- uma tarefa coletiva e de longo prazo que precisa envolver todos aqueles que de alguma forma se preocupam  com os resultados das pesquisas na área da educação”. Depois de 8 anos de trabalho um grupo composto por seis experientes pesquisadores norte americanos chegou a conclusão de que é preciso que se promova debates nas universidades, nas escolas, nas agências de fomento, nas revistas, na internet para que se chegue a um consenso sobre o que é uma boa ou uma má pesquisa em educação.  

Tratando sobre Os Novos Rumos da Pesquisa, a autora destaca o crescimento delas nos últimos 20 anos nos cursos de pós-graduação e observa que houve muitas mudanças com a ampliação e diversificação de novos trabalhos. Ela cita no texto que “as novas pesquisas, especialmente a partir dos anos 80,  mudam o foco, da preocupação nos fatores extra-escolares sobre o desempenho dos alunos passa-se a pesquisar os fatores intra-escolares, currículo, leitura e escrita, relações na sala de aula, a disciplina e as avaliações”.  A autora cita Gatti (2000), que explica o descrédito com as soluções técnicas para resolver os problemas da educação, abrindo espaços para abordagens críticas com enfoque ‘multi\inter\transdisciplinares e de tratamento multidimensionais” para compreender e interpretar grande parte dos problemas da educação.  Nessa direção ganham força os trabalhos  qualitativos com vários métodos e técnicas  com estudos de caso, pesquisa-ação, estudos de memória, história de vida e história oral.
Respondendo o subtema do texto Fazer ciência ou política de intervenção? Para quê e para quem se deve produzir conhecimento?A autora retoma Gatti (2000),  que destaca uma tendência pragmatista e imediatista na escolha dos problemas e a preocupação com aplicação direta dos resultados.  Em resumo a pesquisa não pode está a serviço de resolver “questões imediatas e impasses do cotidiano”, mesmo com o esforço de superar a visão técnica dos "intelectuais-dirigentes escolanovistas" ainda se produz pesquisas com vistas a aplicabilidade.
  A autora cita também outra pesquisadora Marília G. Miranda (2000), que aborda a “articulação ensino e pesquisa na formação de professores”, em especial o professor reflexivo\pesquisador. Aqui Miranda,  (2000),   faz uma crítica ao elitismo da universidade na relação entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento do profissional prático. Refletindo sobre o tema ela afirma que há uma tendência a adaptação prática aos problemas e não de transformação deles. E questiona: “ao negar a teoria como parte necessária do processo de autonomia, não estaria reduzindo, em lugar de elevar, as reais possibilidades de reflexão do professor?” Sem a preocupação com as grandes questões da cultura e da sociedade contemporânea  pode-se transformar a pesquisa em ação esvaziada de significados. E conclui: “sem teoria não há emancipação”. (p. 9). “No fundo dessa polêmica está uma supervalorização da prática e um certo desprezo pela teoria”, concluiu ela.  
 Com o desenvolvimento das críticas de como julgar uma boa pesquisa surgem novas propostas e novos modelos  e critérios de avaliação.  Nesse sentido destaca-se, dentre esse critérios, “a relevância científica e social dos trabalhos e a opção por temas engajados na prática social”.  Alguns problemas são levantados pela a autora do texto sobre a  forma de analisar as pesquisas científicas, tais como:  “redução de financiamentos, redução acentuada de nosso tempo crítico, enxugamento dos quadros e sobrecarregamento das tarefas docentes ”. Com base em todo esse raciocínio desenvolvido por Marli André ela conclui o texto fazendo a defesa da melhoria das condições do trabalho científico e convida a todos para “assumir como  tarefa  coletiva a busca por critérios para avaliar as pesquisas, ouvindo críticas e sugestões,  perseguindo a qualidade nos trabalhos científicos e a busca do rigor”. 
        
Aluno: José Rodrigues dos Santos

Nenhum comentário:

Postar um comentário