Resumo do segundo texto do curso
de Mestrado
Marli André
Por Dedé Rodrigues
O texto de Marli André sobre a
busca do rigor e qualidade em pesquisa na educação procura responder o que é
uma boa pesquisa, os padrões universais dela e
os meios e a forma como devem ser divulgadas. Depois de investigar sobre o tema com
pesquisadores experientes que focalizam a pesquisa como um problema na história
e na sociologia da educação ela enfatiza que “essa é – ou deve ser- uma tarefa coletiva e de
longo prazo que precisa envolver todos aqueles que de alguma forma se
preocupam com os resultados das
pesquisas na área da educação”. Depois de 8 anos de trabalho um grupo composto
por seis experientes pesquisadores norte americanos chegou a conclusão de que é
preciso que se promova debates nas universidades, nas escolas, nas agências de
fomento, nas revistas, na internet para que se chegue a um consenso sobre o que
é uma boa ou uma má pesquisa em educação.
Tratando sobre Os Novos Rumos da
Pesquisa, a autora destaca o crescimento delas nos últimos 20 anos nos cursos
de pós-graduação e observa que houve muitas mudanças com a ampliação e
diversificação de novos trabalhos. Ela cita no texto que “as novas pesquisas,
especialmente a partir dos anos 80,
mudam o foco, da preocupação nos fatores extra-escolares sobre o desempenho dos alunos passa-se a pesquisar os fatores intra-escolares,
currículo, leitura e escrita, relações na sala de aula, a disciplina e as
avaliações”. A autora cita Gatti (2000),
que explica o descrédito com as soluções técnicas para resolver os problemas da
educação, abrindo espaços para abordagens críticas com enfoque ‘multi\inter\transdisciplinares
e de tratamento multidimensionais” para compreender e interpretar grande parte
dos problemas da educação. Nessa direção
ganham força os trabalhos qualitativos
com vários métodos e técnicas com
estudos de caso, pesquisa-ação, estudos de memória, história de vida e história
oral.
Respondendo o subtema do texto
Fazer ciência ou política de intervenção? Para quê e para quem se deve produzir
conhecimento?A autora retoma Gatti (2000), que destaca uma tendência pragmatista e imediatista
na escolha dos problemas e a preocupação com aplicação direta dos
resultados. Em resumo a pesquisa não
pode está a serviço de resolver “questões imediatas e impasses do cotidiano”,
mesmo com o esforço de superar a visão técnica dos "intelectuais-dirigentes
escolanovistas" ainda se produz pesquisas com vistas a aplicabilidade.
A autora cita também outra pesquisadora Marília G. Miranda (2000), que
aborda a “articulação ensino e pesquisa na formação de professores”, em
especial o professor reflexivo\pesquisador. Aqui Miranda, (2000), faz uma crítica ao elitismo da universidade
na relação entre o conhecimento acadêmico e o conhecimento do profissional
prático. Refletindo sobre o tema ela afirma que há uma tendência a adaptação
prática aos problemas e não de transformação deles. E questiona: “ao negar a
teoria como parte necessária do processo de autonomia, não estaria reduzindo,
em lugar de elevar, as reais possibilidades de reflexão do professor?” Sem a
preocupação com as grandes questões da cultura e da sociedade
contemporânea pode-se transformar a
pesquisa em ação esvaziada de significados. E conclui: “sem teoria não há
emancipação”. (p. 9). “No fundo dessa polêmica está uma supervalorização da
prática e um certo desprezo pela teoria”, concluiu ela.
Com o desenvolvimento das
críticas de como julgar uma boa pesquisa surgem novas propostas e novos
modelos e critérios de avaliação. Nesse sentido destaca-se, dentre esse
critérios, “a relevância científica e social dos trabalhos e a opção por temas
engajados na prática social”. Alguns problemas
são levantados pela a autora do texto sobre a forma de analisar as pesquisas científicas,
tais como: “redução de financiamentos,
redução acentuada de nosso tempo crítico, enxugamento dos quadros e
sobrecarregamento das tarefas docentes ”. Com base em todo esse raciocínio
desenvolvido por Marli André ela conclui o texto fazendo a defesa da melhoria
das condições do trabalho científico e convida a todos para “assumir como tarefa
coletiva a busca por critérios para avaliar as pesquisas, ouvindo
críticas e sugestões, perseguindo a
qualidade nos trabalhos científicos e a busca do rigor”.
Aluno: José Rodrigues dos Santos
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