sábado, 30 de dezembro de 2017

SECRETARIA DE GOVERNO DE PERNAMBUCO REALIZOU SEMINÁRIO NO SERTÃO SOBRE DESERTIFICAÇÃO



Por Dedé Rodrigues


Conforme divulgação O Governo de Pernambuco através da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) realizou nos dias 19 e 20 de dezembro, em Triunfo, o Seminário para apresentação dos resultados do Projeto de Implantação de Módulos de Manejo Sustentável da Agrobiodiversidade para o Combate à Desertificação no Semiárido Pernambucano. O projeto é desenvolvido em parceria com o Fundo Nacional de Mudanças Climáticas/Ministério do Meio Ambiente e mudou a realidade de cerca de 400 famílias de 12 municípios, escolhidos pela proximidade das zonas de amortecimento de Unidades de Conservação do bioma Caatinga em implantação.
O projeto começou a ser desenvolvido em 2011 e prevê ações distribuídas em cinco eixos: segurança hídrica, com a construção de poços e sistemas simplificados de abastecimento; segurança alimentar, com a criação de 12 unidades produtivas, distribuídas de acordo com a aptidão das comunidades; segurança energética, com a construção de 338 fogões ecológicos; saneamento básico, com a construção de 298 banheiros com fossa e capacitações foram realizadas 36 capacitações para agricultores e professores e gestores públicos dos municípios.
Esse projeto foi premiado em 2014 com o Prêmio Dryland Champions, concedido pela United Nations Convention to Combat Desertification (UNCCD)/ONU), por meio do Ministério do Meio Ambiente, por fazer parte essencial do combate à degradação do solo e à desertificação para o convívio com o semiárido. Pernambuco possui cerca de 80% do seu território no clima semiárido, dos 184 municípios, 122 estão em áreas que vem sofrendo degradação ambiental progressivamente. Foram beneficiadas 30 famílias em 12 comunidades atendidas, entre elas: Sítio Dois Irmãos, em Afrânio; Comunidade Jatobá, em Cabrobó; Sítio do Rosário, em Exu;  Sítio São Gonçalo, em Floresta; Almirante/Vista Alegre, em Parnamirim; Sítio Estreito, em Santa Maria da Boa Vista; Sítio Onça, em  São Caetano; Serra do Catolé, em São José do Belmonte; Lajinha, em Serra Talhada;  Serrote do Teles, em Serrita; Sítio Carro Quebrado, em Triunfo e Serra da Matinha, em Carnaíba.
gerente do Programa do Semiárido, Caatinga e Combate à Desertificação da Semas, Sérgio Mendonça, revela a importância da mudança na vida dessas pessoas com a conclusão de etapas do projeto. “O projeto tem como objetivo integrar ações que envolvem água, geração de renda, segurança energética, saneamento e formação, por meio das capacitações nas comunidades tornando-as sustentáveis e visando impactar o mínimo possível a caatinga, como também estabelecendo uma relação de parceria e respeito com as unidades de conservação”, revela Sérgio Mendonça.
“Quando criamos Unidades de Conservação é importante o envolvimento da população local e esse projeto insere as pessoas no cuidado e proteção dessas áreas, proporcionando um novo olhar e uma nova perspectiva de renda sem agressão aos recursos naturais, de forma totalmente inclusiva e isso é sustentabilidade”, diz o Gerente Geral de Desenvolvimento Sustentável da Semas, Paulo Teixeira.
Na programação do Seminário haverá a apresentação dos indicadores de avaliação do projeto; diálogo e debate com grupos por arranjos produtivos que vai proporcionar uma troca de experiência entre as comunidades e um levantamento com sugestões de propostas para o futuro, que serão avaliadas para uma possível ampliação do projeto nas comunidades ou em outro locais. O encontro contará com a participação de representantes do Fundo Nacional de Mudanças Climáticas e do Ministério do Meio Ambiente, entre eles o diretor do departamento de Desenvolvimento Rural Sustentável e de Combate à Desertificação, Valdemar Rodrigues.  
Seguem alguns exemplos do projeto:


Na comunidade de Lajinha, em Serra Talhada, por exemplo, foi montado dois sistemas simplificados de abastecimento de água, que enche duas caixas d`água com capacidade de 10 e 5  mil litros e atende a comunidade de acordo com a necessidade dos moradores.
      
Nas fotos acima, o sistema implantado na Comunidade de Lajinha, em Serra Talhada, e a família da dona de casa Janicléia Batista Silva, que agora comemora a água na porta de casa.

Em São Caetano, 30 famílias, da Comunidade Sítio Onça, já estão cozinhando nos fogões ecológicos, que utiliza uma câmara de combustão que distribui e aproveita melhor o calor, necessitando de pouca lenha para atender o processo de cozimento dos alimentos.
     
Nas fotos acima, um fogão antes do projeto e o fogão ecológico na casa de Zilda Maria da Silva, que faz uma lista de comidas que já cozinha no novo equipamento.

Na questão de segurança alimentar foram estabelecidos a implantação de Arranjos Produtivos Locais, que foram escolhidos de acordo com a aptidão das 12 comunidades atendidas. Em Carnaíba, Parnamirim e Serrita foram desenvolvidas ações de beneficiamento do mel e derivados, com a construção da casa do mel e a aquisição dos equipamentos. A iniciativa vai agregar valor ao produto que já está sendo comercializado pela comunidade.
  

Em Floresta, Santa Maria da Boa Vista e São Caetano, cada uma das 30 famílias da comunidade beneficiada recebeu 2 fêmeas de duas raças devidamente pesquisadas para a região. Também foram entregues um reprodutor de cada raça em cada comunidade atendida, que será de responsabilidade do presidente da associação da comunidade. Ao todo foram 186 animais, sendo 180 fêmeas (120 ovinos e 60 caprinos) e 6 machos (4 ovinos e 2 caprinos), das raças Boer, Anglo-Nubiano, Dorper e Santa Inês .


Semas realizou Seminário em Triunfo para apresentação dos resultados do Projeto de Combate à Desertificação no Estado de Pernambuco
Recife, dezembro de 2017

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