A nova Estratégia de Segurança Nacional dos Estados Unidos, revelada na segunda (18) pelo presidente Donald Trump, foi recebida com um coro de críticas dos governos da Rússia e da China, países que passaram a ser rotulados por Washington como “potências rivais”, e que denúnciam o imperialismo presente no documento
Divulgação
Segundo o documento ambas as nações têm o objetivo de "desgastar a segurança e a prosperidade da América" – uma definição que não é nova quando os EUA falam da Rússia, mas que colide com a ideia de concorrência estratégica desenvolvida nas últimas décadas com a China.
“Os EUA estão no jogo – e os EUA vencerão”, disse Trump durante o anúncio de sua política, que seguirá a doutrina “America First” (“Os EUA em primeiro lugar”), que ele delineou na campanha à presidência.
Em ambos os casos as críticas denunciam que os Estados Unidos não conseguem aceitar um mundo com mais do que uma potência – no caso, eles mesmos.
"O caráter imperialista desse documento é óbvio, tal como é óbvia a recusa da renúncia a um mundo unipolar", disse na terça-feira (19) o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante uma conferência de imprensa em Moscou.
Peskov respondeu ao anúncio feito na segunda-feira (18) pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a nova estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos. O documento, marcado pelo caráter contraditório e dominador adotado por Trump desde o início de seu mandato, expressa o suposto desejo de que as relações bilaterais com a China e a Rússia sejam cada vez melhores, apesar da Casa Branca a partir de agora se referir aos dois países em termos duros.
"A China e a Rússia desafiam o poder, a influência e os interesses americanos, e tentam desgastar a segurança e a prosperidade da América. Estão determinados a fazer com que as economias sejam menos livres e menos justas, a fazer crescer os seus exércitos e a controlar informação para reprimir as suas sociedades e expandir a sua influência", lê-se na nova estratégia de segurança nacional norte-americana.
Apesar das acusações contra a China e a Rússia, os EUA tem passado por períodos conturbados, como a recente decisão que põe fim na internet livre, o fechamento das fronteiras para imigrantes de países muçulmanos e, em termos internacionais, vem sendo duramente criticado por outras nações devido a suas ações intervencionistas, como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, a construção do muro na fronteira com o México e a ameaça de Trump de “destruir completamente” a Coréia Popular.
Do lado da China a resposta foi igualmente crítica, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, incitando os Estados Unidos a abandonarem a "mentalidade da Guerra Fria".
"Pedimos aos Estados Unidos que deixem de distorcer os interesses estratégicos da China e que abandonem o 'jogo de soma zero' e a mentalidade da Guerra Fria", disse Hua Chunying, numa conferência de imprensa em Pequim. O responsável disse que os interesses chineses não justificam medidas mais agressivas por parte de Washington, já que a China "contribui e protege a ordem internacional" no caminho do "desenvolvimento pacífico", por meio de planos de desenvolvimento como a China Bela e o Socialismo com Características Chinesas, além de estreitar suas relações com a América Latina e com países de outros continentes.
Sobre isso, a influência de Pequim e Moscou na América Latina, os EUA defenderam que “a China busca atrair a região (latino-americana) para sua órbita por meio de investimentos e empréstimos. A Rússia continua sua fracassada política da Guerra Fria, dando apoio a seus radicais aliados cubanos, enquanto Cuba continua a reprimir seus cidadãos”, afirma o documento preparado por sua equipe de assessores, apesar de não especificar as supostas repressões de Cuba ao seu povo. “A competição entre grandes potências retornou”, diz o texto, que tenta dar coerência a um tipo de política externa frequentemente definida pelos tuítes de Trump e pelas impressões do presidente sobre qual líder mundial é forte ou fraco, preparado ou não para estabelecer acordos, segundo relata o Estado de São Paulo.
Hua, contudo, insistiu no ponto de vista de Pequim de que a “cooperação de mútuo benefício é a única cooperação viável” para os dois países, tendo pedido a “adoção de uma via construtiva” capaz de resolver as diferenças. Sublinhou ainda que a China mantém um caminho de “desenvolvimento pacífico” através da cooperação cada vez maior com os outros países, apoiando, cada vez mais, as Nações Unidas. “A China contribuiu e protege a ordem internacional” com uma diplomacia que é “bem acolhida em todo o mundo”, completou.
O editorial do jornal chinês Global Times dessa terça-feira (19) diz: "A recém-publicada Estratégia de Segurança Nacional dos EUA reflete a relutância de Washington em aceitar a ascensão da China. Mas não pode exercer controle sobre a China, devido ao seu colossal volume econômico. A ansiedade de Washington tem raízes muito profundas no crescimento da China e no consequente extravasamento da sua influência."
“Os EUA estão no jogo – e os EUA vencerão”, disse Trump durante o anúncio de sua política, que seguirá a doutrina “America First” (“Os EUA em primeiro lugar”), que ele delineou na campanha à presidência.
Em ambos os casos as críticas denunciam que os Estados Unidos não conseguem aceitar um mundo com mais do que uma potência – no caso, eles mesmos.
"O caráter imperialista desse documento é óbvio, tal como é óbvia a recusa da renúncia a um mundo unipolar", disse na terça-feira (19) o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, durante uma conferência de imprensa em Moscou.
Peskov respondeu ao anúncio feito na segunda-feira (18) pelo presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a nova estratégia de segurança nacional dos Estados Unidos. O documento, marcado pelo caráter contraditório e dominador adotado por Trump desde o início de seu mandato, expressa o suposto desejo de que as relações bilaterais com a China e a Rússia sejam cada vez melhores, apesar da Casa Branca a partir de agora se referir aos dois países em termos duros.
"A China e a Rússia desafiam o poder, a influência e os interesses americanos, e tentam desgastar a segurança e a prosperidade da América. Estão determinados a fazer com que as economias sejam menos livres e menos justas, a fazer crescer os seus exércitos e a controlar informação para reprimir as suas sociedades e expandir a sua influência", lê-se na nova estratégia de segurança nacional norte-americana.
Apesar das acusações contra a China e a Rússia, os EUA tem passado por períodos conturbados, como a recente decisão que põe fim na internet livre, o fechamento das fronteiras para imigrantes de países muçulmanos e, em termos internacionais, vem sendo duramente criticado por outras nações devido a suas ações intervencionistas, como o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel, a construção do muro na fronteira com o México e a ameaça de Trump de “destruir completamente” a Coréia Popular.
Do lado da China a resposta foi igualmente crítica, com o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Hua Chunying, incitando os Estados Unidos a abandonarem a "mentalidade da Guerra Fria".
"Pedimos aos Estados Unidos que deixem de distorcer os interesses estratégicos da China e que abandonem o 'jogo de soma zero' e a mentalidade da Guerra Fria", disse Hua Chunying, numa conferência de imprensa em Pequim. O responsável disse que os interesses chineses não justificam medidas mais agressivas por parte de Washington, já que a China "contribui e protege a ordem internacional" no caminho do "desenvolvimento pacífico", por meio de planos de desenvolvimento como a China Bela e o Socialismo com Características Chinesas, além de estreitar suas relações com a América Latina e com países de outros continentes.
Sobre isso, a influência de Pequim e Moscou na América Latina, os EUA defenderam que “a China busca atrair a região (latino-americana) para sua órbita por meio de investimentos e empréstimos. A Rússia continua sua fracassada política da Guerra Fria, dando apoio a seus radicais aliados cubanos, enquanto Cuba continua a reprimir seus cidadãos”, afirma o documento preparado por sua equipe de assessores, apesar de não especificar as supostas repressões de Cuba ao seu povo. “A competição entre grandes potências retornou”, diz o texto, que tenta dar coerência a um tipo de política externa frequentemente definida pelos tuítes de Trump e pelas impressões do presidente sobre qual líder mundial é forte ou fraco, preparado ou não para estabelecer acordos, segundo relata o Estado de São Paulo.
Hua, contudo, insistiu no ponto de vista de Pequim de que a “cooperação de mútuo benefício é a única cooperação viável” para os dois países, tendo pedido a “adoção de uma via construtiva” capaz de resolver as diferenças. Sublinhou ainda que a China mantém um caminho de “desenvolvimento pacífico” através da cooperação cada vez maior com os outros países, apoiando, cada vez mais, as Nações Unidas. “A China contribuiu e protege a ordem internacional” com uma diplomacia que é “bem acolhida em todo o mundo”, completou.
O editorial do jornal chinês Global Times dessa terça-feira (19) diz: "A recém-publicada Estratégia de Segurança Nacional dos EUA reflete a relutância de Washington em aceitar a ascensão da China. Mas não pode exercer controle sobre a China, devido ao seu colossal volume econômico. A ansiedade de Washington tem raízes muito profundas no crescimento da China e no consequente extravasamento da sua influência."
Do Portal Vermelho, com informações do Publico
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