O Ministério Público Federal convocou uma entrevista coletiva em Curitiba para anunciar, nesta sexta (18), a devolução à Petrobras de R$ 204,2 milhões recuperados por meio de acordos de colaboração e de leniência firmados a partir da Lava Jato. Perto dos estragos que a operação causou à economia brasileira, o valor parece irrisório, aponta Divanilton Pereira, diretor da Federação Única de Petroleiros (FUP).
A restituição dos recursos foi divulgada com alarde, em entrevista da qual participou o presidente da Petrobras, Pedro Parente. "Trata-se da maior devolução de recursos já feita pela justiça penal", disse a procuradora Paula Conti Thá, ao lado do procurador Deltan Dallagnol.
A jogada de marketing não apaga o fato de que a Lava Jato, ao fazer o correto combate à corrupção, deixou um rastro de destruição na economia brasileira, em especial na cadeia produtiva de petróleo e gás: obras paralisadas, corte de investimentos e muitas, muitas demissões.
Para Divanilton Pereira, chega a ser “irritante” a notícia do montante que será devolvido à Petrobras, porque é incomparável com os prejuízos acarretados não apenas à estatal, como à economia brasileira como um todo. “Esse valor é insignificante diante do estrago que a Operação Lava Jato causou no PIB brasileiro, sobretudo na indústria e, especialmente no setor petrolífero e naval”, disse.
“Se a Lava Jato devolvesse à Petrobras 100 vezes esse valor, não seria suficiente para devolver o funcionamento das empresas, dos empregos, da engenharia nacional, da tecnologia nacional”, completou.
Segundo ele, os impactos negativos se estendem à toda a cadeia produtiva de petróleo e gás. “Quando você compara com o estrago no PIB você vê que esses R$ 200 milhões são uma mixaria, diante do impacto da Lava Jato”, apontou.
Segundo dados da consultoria Tendências, da queda de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2015, 2 pontos estariam relacionados aos prejuízos acarretados pela operação. Houve quem falasse em 2,5 pontos percentuais. A maioria das consultorias calculou um impacto de cerca de 120 bilhões de reais na economia. A GO Associados, estimou, no ano passado, que os efeitos diretos e indiretos da Lava Jato deveriam custar mais de 2 milhões de empregos em até dois anos.
Cerca de de 31 bilhões de reais em projetos aprovados de aeroportos, rodovias e mobilidade urbana, com capacidade de gerar 900 mil empregos, segundo cálculo da revista Carta Capital, estão parados porque o financiamento com o BNDES contratado com as vencedoras das licitações, envolvidas na Lava Jato, não sai.
Diante deste cenário, muitos analistas temem que as empresas nacionais terminem sendo substituídas pelas estrangeiras – o que seria um duro golpe na indústria brasileira.
O jornalista Fernando Brito calculou, em postagem no blog Tijolaço, que os R$ 204 milhões devolvidos pela Lava Jato à Petrobras equivalem a menos da metade de um dia de produção de petróleo da petroleira. “Sim, exatamente isso. Porque R$ 204 milhões de reais, com um preço de 50 dólares o barril e R$ 3,40 o dólar, equiparam-se a 1,2 milhão de barris, metade do que é produzido em média só no Brasil”, escreveu.
Segundo ele, “um único poço do pré-sal que tenha atrasado um mês por conta das confusões em que meteram a empresa produziria este valor em petróleo durante este período em que deixou de funcionar”, disse, destacando que os malfeitos na estatal têm que ser combatidos e o dinheiro desviado, devolvido.
“Mas quem vai repor os prejuízos que o povo teve com todos os atrasos e adiamentos que a empresa sofreu em seus planos de exploração por conta do escândalo e do espalhafato com que tudo foi feito? ”, questiona.
De acordo com o MPF, o valor ressarcido à Petrobras nesta segunda é resultado de 21 acordos. Destes, 18 são de colaboração premiada, celebrados com pessoas físicas, e três de leniência, que foram fechados com pessoas jurídicas. O MPF informou que, até o momento, 70 acordos foram feitos no âmbito da Operação Lava Jato, além de seis acordos de leniência e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Segundo os procuradores, esta é a terceira e a maior devolução de recurso para a petroleira dentro da Lava Jato e, ao todo, foram devolvidos cerca de R$ 500 milhões. Para o delegado da PF Maurício Grillo, o valor entregue à estatal nesta sexta é "simbólico", mas é importante. Um "incentivo", avaliou.
A jogada de marketing não apaga o fato de que a Lava Jato, ao fazer o correto combate à corrupção, deixou um rastro de destruição na economia brasileira, em especial na cadeia produtiva de petróleo e gás: obras paralisadas, corte de investimentos e muitas, muitas demissões.
Para Divanilton Pereira, chega a ser “irritante” a notícia do montante que será devolvido à Petrobras, porque é incomparável com os prejuízos acarretados não apenas à estatal, como à economia brasileira como um todo. “Esse valor é insignificante diante do estrago que a Operação Lava Jato causou no PIB brasileiro, sobretudo na indústria e, especialmente no setor petrolífero e naval”, disse.
“Se a Lava Jato devolvesse à Petrobras 100 vezes esse valor, não seria suficiente para devolver o funcionamento das empresas, dos empregos, da engenharia nacional, da tecnologia nacional”, completou.
Segundo ele, os impactos negativos se estendem à toda a cadeia produtiva de petróleo e gás. “Quando você compara com o estrago no PIB você vê que esses R$ 200 milhões são uma mixaria, diante do impacto da Lava Jato”, apontou.
Segundo dados da consultoria Tendências, da queda de 3,8% do PIB (Produto Interno Bruto) de 2015, 2 pontos estariam relacionados aos prejuízos acarretados pela operação. Houve quem falasse em 2,5 pontos percentuais. A maioria das consultorias calculou um impacto de cerca de 120 bilhões de reais na economia. A GO Associados, estimou, no ano passado, que os efeitos diretos e indiretos da Lava Jato deveriam custar mais de 2 milhões de empregos em até dois anos.
Cerca de de 31 bilhões de reais em projetos aprovados de aeroportos, rodovias e mobilidade urbana, com capacidade de gerar 900 mil empregos, segundo cálculo da revista Carta Capital, estão parados porque o financiamento com o BNDES contratado com as vencedoras das licitações, envolvidas na Lava Jato, não sai.
Diante deste cenário, muitos analistas temem que as empresas nacionais terminem sendo substituídas pelas estrangeiras – o que seria um duro golpe na indústria brasileira.
O jornalista Fernando Brito calculou, em postagem no blog Tijolaço, que os R$ 204 milhões devolvidos pela Lava Jato à Petrobras equivalem a menos da metade de um dia de produção de petróleo da petroleira. “Sim, exatamente isso. Porque R$ 204 milhões de reais, com um preço de 50 dólares o barril e R$ 3,40 o dólar, equiparam-se a 1,2 milhão de barris, metade do que é produzido em média só no Brasil”, escreveu.
Segundo ele, “um único poço do pré-sal que tenha atrasado um mês por conta das confusões em que meteram a empresa produziria este valor em petróleo durante este período em que deixou de funcionar”, disse, destacando que os malfeitos na estatal têm que ser combatidos e o dinheiro desviado, devolvido.
“Mas quem vai repor os prejuízos que o povo teve com todos os atrasos e adiamentos que a empresa sofreu em seus planos de exploração por conta do escândalo e do espalhafato com que tudo foi feito? ”, questiona.
De acordo com o MPF, o valor ressarcido à Petrobras nesta segunda é resultado de 21 acordos. Destes, 18 são de colaboração premiada, celebrados com pessoas físicas, e três de leniência, que foram fechados com pessoas jurídicas. O MPF informou que, até o momento, 70 acordos foram feitos no âmbito da Operação Lava Jato, além de seis acordos de leniência e de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC).
Segundo os procuradores, esta é a terceira e a maior devolução de recurso para a petroleira dentro da Lava Jato e, ao todo, foram devolvidos cerca de R$ 500 milhões. Para o delegado da PF Maurício Grillo, o valor entregue à estatal nesta sexta é "simbólico", mas é importante. Um "incentivo", avaliou.
Do Portal Vermelho, com agências
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