Por Dedé Rodrigues
REFLEXÃO DA SEMANA N. 94
Bom dia meus amigos e minhas
amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Na quarta e quinta-feiras, 07 e 08 de junho de 2017 eu, e o Secretário de Agricultura de Tabira, Beto Santos, com o apoio do Prefeito
Sebastião Dias, tivemos a felicidade de participar do Seminário de
Tecnologia e Empreendedorismo para o Semiárido Pernambucano, oferecido pelo SEBRAE,
no ITEP de Serra Talhada para “Conhecer e divulgar tecnologias para o
Semiárido de Pernambuco e fortalecer a capacidade empreendedora desse região. Assistimos
a 08 intervenções de especialistas que mergulharam fundo em nossa realidade
mostrando as nossas limitações, capacidades e potencialidades desconhecidas
para a grande maioria dos sertanejos. A conclusão que cheguei é a de que com
o conhecimento da realidade, com a
criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de Estado nós transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na terra. Por
que eu acredito nisso?
Para chegar a essa conclusão
quero citar Gherman Garcia, pesquisador
da EMBRAPA, quando afirmou que “não temos ainda uma política de
Estado para apoiar a agricultura no Brasil”. Para agravar essa situação entre nós temos
mais de 60% do Bioma Caatinga sofrendo o risco de desertificação. Ele cita ainda
o problema do aquecimento global como uma realidade e, afirma que, com o aumento de 2 a 4 graus podemos ter uma
redução de 15% no volume de chuvas. Para Gherman o nosso grande aliado no
enfrentamento dessas adversidades é a Ciência e a Tecnologia. E cita como
avanços a interiorização das universidades e dos cursos de pós-graduação. Segundo ele “mais de 6 mil mestres e doutores
foram contratados para partilhar conhecimentos”. Mas resta perguntar: até que ponto esse
conhecimento está sendo compartilhado, se ainda se resume às universidades?
Como cobrar efetivamente que o Estado seja indutor do nosso desenvolvimento em
tempos de ultra neoliberalismo? Como
despertar no sertanejo a vontade de crescer fazendo projetos com o uso das novas tecnologias? Como quebrar a nossa resistência cultural?
Se é verdade que o
conhecimento com a contratação de mestres e doutores está sendo compartilhado
nessa região, penso que os nossos mestres e doutores precisam ir além dos muros
das universidades por intermédio da multiplicação de seminários como esse
oferecido pelo Sebrae. Penso também que as políticas públicas precisam se
tornar mais eficientes, seja pelo aporte de mais recursos, seja com a redução
da burocratização de acesso a ele. Não
acredito que podemos dar esse salto tão sonhado pelos palestrantes com as
políticas do governo atual de fortalecimento do mercado financeiro e a redução
do papel do Estado como indutor do nosso desenvolvimento. Porém comungo da
opinião de que o nosso atraso cultural é fator de entrave ao nosso
desenvolvimento e a falta de elaboração de projetos, que dificulta o acesso ao
crédito por nós, é consequência também
disso. Há que se despertar no nordestino
e, particularmente no sertanejo, a vontade de usar novas tecnologias e
crescer. A educação pública já é nossa parceira nisso, com as escolas técnicas,
mas é preciso melhorá-la, ampliar os seus recursos e, ao mesmo tempo, adequando o currículo das escolas a nossa
realidade.
Daí porque é preciso aumentar o
nosso acesso ao crédito bancário, com
juros mais acessível, desburocratizando
os financiamentos e possibilitando aos Conselhos,
CDLs, Sindicatos e Associações urbanas e
rurais, entre outras instituições econômicas, a elaboração de projetos.
Penso que o Sebrae pode jogar um papel muito importante para quebrar a
resistência dos sertanejos ao conhecimento e as novas tecnologias. Os desafios
estão postos e vamos enfrentá-los. E concluindo, o Estado tem que ter um papel
primordial para o desenvolvimentos de projetos no Semiárido planejando e fomentando as benesses
produzidas pelas leis do mercado. A
conclusão que cheguei é a de que, apesar de todas as adversidades, com o conhecimento da realidade, com a
criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de Estado nós
transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na terra. Mãos
à obra!
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