domingo, 11 de junho de 2017

É PRECISO CONHECER O SEMIÁRIDO PARA TRANSFORMÁ-LO




Por Dedé Rodrigues
REFLEXÃO DA SEMANA N. 94


Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Na quarta e quinta-feiras, 07 e 08 de junho de 2017 eu, e o Secretário de Agricultura de Tabira, Beto Santos, com o apoio do Prefeito Sebastião Dias,  tivemos  a felicidade de participar do Seminário de Tecnologia e Empreendedorismo para o Semiárido Pernambucano,   oferecido pelo  SEBRAE,   no ITEP de Serra Talhada para “Conhecer e divulgar tecnologias para o Semiárido de Pernambuco e fortalecer a capacidade empreendedora desse região. Assistimos a 08 intervenções de especialistas que mergulharam fundo em nossa realidade mostrando as nossas limitações, capacidades e potencialidades desconhecidas para a grande maioria dos sertanejos. A conclusão que cheguei é a de que com o  conhecimento da realidade, com a criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de Estado nós transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na terra. Por que eu acredito nisso?


Para chegar a essa conclusão quero citar  Gherman Garcia, pesquisador da EMBRAPA,  quando  afirmou que “não temos ainda uma política de Estado para apoiar a agricultura no Brasil”.  Para agravar essa situação entre nós temos mais de 60% do Bioma Caatinga sofrendo o risco de desertificação. Ele cita ainda o problema do aquecimento global como uma realidade e, afirma que,  com o aumento de 2 a 4 graus podemos ter uma redução de 15% no volume de chuvas. Para Gherman o nosso grande aliado no enfrentamento dessas adversidades é a Ciência e a Tecnologia. E cita como avanços a interiorização das universidades e dos cursos de pós-graduação.  Segundo ele “mais de 6 mil mestres e doutores foram contratados para partilhar conhecimentos”.  Mas resta perguntar: até que ponto esse conhecimento está sendo compartilhado, se ainda se resume às universidades? Como cobrar efetivamente que o Estado seja indutor do nosso desenvolvimento em tempos de ultra neoliberalismo?  Como despertar no sertanejo a vontade de crescer fazendo  projetos com o uso das novas tecnologias?  Como quebrar a nossa resistência cultural? 
Se é verdade que o conhecimento com a contratação de mestres e doutores está sendo compartilhado nessa região, penso que os nossos mestres e doutores precisam ir além dos muros das universidades por intermédio da multiplicação de seminários como esse oferecido pelo Sebrae. Penso também que as políticas públicas precisam se tornar mais eficientes, seja pelo aporte de mais recursos, seja com a redução da burocratização de acesso a ele.  Não acredito que podemos dar esse salto tão sonhado pelos palestrantes com as políticas do governo atual de fortalecimento do mercado financeiro e a redução do papel do Estado como indutor do nosso desenvolvimento. Porém comungo da opinião de que o nosso atraso cultural é fator de entrave ao nosso desenvolvimento e a falta de elaboração de projetos, que dificulta o acesso ao crédito por nós, é  consequência também disso.  Há que se despertar no nordestino e,  particularmente no sertanejo,  a vontade de usar novas tecnologias e crescer. A educação pública já é nossa parceira nisso, com as escolas técnicas, mas é preciso melhorá-la, ampliar os seus recursos e, ao mesmo tempo,  adequando o currículo das escolas a nossa realidade.
Daí porque é preciso aumentar o nosso acesso ao crédito  bancário, com juros mais acessível,  desburocratizando os financiamentos  e possibilitando aos Conselhos, CDLs,  Sindicatos e Associações urbanas e rurais, entre outras instituições econômicas,  a elaboração de  projetos.  Penso que o Sebrae pode jogar um papel muito importante para quebrar a resistência dos sertanejos ao conhecimento e as novas tecnologias. Os desafios estão postos e vamos enfrentá-los. E concluindo, o Estado tem que ter um papel primordial para o desenvolvimentos de projetos no Semiárido  planejando e fomentando as benesses produzidas pelas leis do mercado.    A conclusão que cheguei é a de que, apesar de todas as adversidades,  com o  conhecimento da realidade, com a criatividade, com ciência e tecnologia e uma política de Estado nós transformaremos o Semiárido brasileiro e o Sertão num paraíso aqui na terra. Mãos à obra!

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