Sob esse título, Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT), acaba de publicar pela Planeta fundamentada e bem urdida análise da conjuntura mundial.
Por Cláudio Ferreira Lima*
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Noam Chomsky, professor emérito do Massachusetts Institute of Technology (MIT), acaba de publicar pela Planeta fundamentada e bem urdida análise da conjuntura mundial
Os atores são os Estados, que se confundem com as grandes corporações.
A população em geral tem contado pouco nas escolhas e nas decisões estratégicas.
Desde a deflagração, em 1939, da 2ª Guerra Mundial, Washington antevia que, findado o conflito, os Estados Unidos terminariam “numa posição de avassaladora supremacia”. E assim foi.
Os Estados Unidos tornaram-se, pois, os donos do mundo. Conceberam uma “Grande Área”, que abrangia o hemisfério ocidental, o Extremo Oriente e o antigo Império Britânico, e passaram a exercer nela a supremacia militar e econômica.
A Guerra Fria dividiu o planeta: a União Soviética ficou com a Europa Oriental ou Leste Europeu, e os Estados Unidos, com a maior parte do mundo.
Em 1949, a Grande Área perdeu a China. Pouco depois, o Sudeste Asiático começou a fugir do seu controle.
Para Chomsky, “o declínio foi inevitável, à proporção que o mundo industrial se reconstruía e a descolonização seguia sua agonizante trajetória” (p. 78). A fatia norte-americana da riqueza mundial, que chegara a 50%, caiu em 1970 para cerca de 25%.
Segundo o autor, “Henry Kissinger captou a essência da verdadeira política externa dos Estados Unidos quando definiu o nacionalismo independente como um ‘vírus’ capaz de ‘disseminar doenças contagiosas’”(p.196).
Na América Latina, o perigo residia no vírus cubano. Por isso, “a região foi ‘vacinada’ com cruéis ditaduras militares, a começar pelo golpe militar inspirado por Kennedy e que instalou no Brasil um regime de terror e tortura[...]”. Para o embaixador Lincoln Gordon, os generais fizeram em 1964 apenas uma “rebelião democrática” (p. 257).
Com o colapso da União Soviética, houve um período de euforia, em que nada atravancaria o caminho de um “idealista Novo Mundo determinado a acabar com a desumanidade” (p. 79).
Mas o que se tem visto é a mesma sanha imperialista do poder esmagador das Forças Armadas dos Estados Unidos na Ásia Oriental ou Leste Asiático, na Europa e no Oriente Médio. Sem, claro, descurarem do seu “quintal”, onde vêm intervindo, como recentemente no Brasil.
Entrementes, a riqueza se concentra, a ameaça nuclear aumenta, a mudança climática se manifesta e o terrorismo avança; o drama dos refugiados é a síntese do atual momento histórico.
Para o autor, o mundo rege-se pela vil máxima de Adam Smith: “Tudo para mim mesmo, nada para mais ninguém!”. E conclui: “Enquanto a população em geral se mantiver passiva, apática, entretida com o consumismo ou distraída pelo ódio contra os vulneráveis, os poderosos continuarão fazendo o que lhes der na telha, e aos que sobreviverem não restará senão contemplar o resultado” (p. 76).
A população em geral tem contado pouco nas escolhas e nas decisões estratégicas.
Desde a deflagração, em 1939, da 2ª Guerra Mundial, Washington antevia que, findado o conflito, os Estados Unidos terminariam “numa posição de avassaladora supremacia”. E assim foi.
Os Estados Unidos tornaram-se, pois, os donos do mundo. Conceberam uma “Grande Área”, que abrangia o hemisfério ocidental, o Extremo Oriente e o antigo Império Britânico, e passaram a exercer nela a supremacia militar e econômica.
A Guerra Fria dividiu o planeta: a União Soviética ficou com a Europa Oriental ou Leste Europeu, e os Estados Unidos, com a maior parte do mundo.
Em 1949, a Grande Área perdeu a China. Pouco depois, o Sudeste Asiático começou a fugir do seu controle.
Para Chomsky, “o declínio foi inevitável, à proporção que o mundo industrial se reconstruía e a descolonização seguia sua agonizante trajetória” (p. 78). A fatia norte-americana da riqueza mundial, que chegara a 50%, caiu em 1970 para cerca de 25%.
Segundo o autor, “Henry Kissinger captou a essência da verdadeira política externa dos Estados Unidos quando definiu o nacionalismo independente como um ‘vírus’ capaz de ‘disseminar doenças contagiosas’”(p.196).
Na América Latina, o perigo residia no vírus cubano. Por isso, “a região foi ‘vacinada’ com cruéis ditaduras militares, a começar pelo golpe militar inspirado por Kennedy e que instalou no Brasil um regime de terror e tortura[...]”. Para o embaixador Lincoln Gordon, os generais fizeram em 1964 apenas uma “rebelião democrática” (p. 257).
Com o colapso da União Soviética, houve um período de euforia, em que nada atravancaria o caminho de um “idealista Novo Mundo determinado a acabar com a desumanidade” (p. 79).
Mas o que se tem visto é a mesma sanha imperialista do poder esmagador das Forças Armadas dos Estados Unidos na Ásia Oriental ou Leste Asiático, na Europa e no Oriente Médio. Sem, claro, descurarem do seu “quintal”, onde vêm intervindo, como recentemente no Brasil.
Entrementes, a riqueza se concentra, a ameaça nuclear aumenta, a mudança climática se manifesta e o terrorismo avança; o drama dos refugiados é a síntese do atual momento histórico.
Para o autor, o mundo rege-se pela vil máxima de Adam Smith: “Tudo para mim mesmo, nada para mais ninguém!”. E conclui: “Enquanto a população em geral se mantiver passiva, apática, entretida com o consumismo ou distraída pelo ódio contra os vulneráveis, os poderosos continuarão fazendo o que lhes der na telha, e aos que sobreviverem não restará senão contemplar o resultado” (p. 76).
Cláudio Ferreira Lima é economista
Fonte: O Povo
Fonte: O Povo
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