Por Ricardo Kotscho, em seu blog:
"A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem" (Antonio Gramsci).
Quase metade da população (47%) tem vergonha de ser brasileiro: este é o dado mais dramático da nova pesquisa Datafolha sobre o governo Michel Temer. Em dezembro, este índice era de 27%.
Nem precisava fazer pesquisa. Basta andar pelas ruas e ver a cara das pessoas.
Certamente, contribuiu para este sentimento de vergonha o festival de vexames promovido por Temer na fracassada viagem à Europa. Nunca se viu nada igual na diplomacia brasileira.
A aprovação do governo Temer caiu para 7%, a mais baixa desde José Sarney (também vice promovido a presidente, também do PMDB). Dilma Rousseff tinha 8% quando foi caiu no ano passado.
A rejeição do presidente chegou a 69% e 72% dos brasileiros querem a sua renúncia.
De volta ao Brasil neste sábado, só más notícias o aguardam.
Na mesma hora em que Temer embarcava no avião presidencial em Oslo, na Noruega, depois de tomar uma esculhambada da primeira ministra Erna Solberg, em Brasília o ministro relator Edson Fachin despachava a ordem para a remessa imediata do relatório da Polícia Federal sobre a gravação de Joesley Batista para a Procuradoria Geral da República.
No começo da próxima semana, chega à Câmara a denúncia contra o presidente pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. É a primeira vez que isto acontece na história republicana.
No Congresso, a base aliada está conflagrada com as retaliações contra os dissidentes e a nova ameaça do PSDB de desembarcar do governo. As reformas emperraram e devem ficar para o segundo semestre.
O fato concreto é que Temer chega ao final da semana sem as mínimas condições políticas e morais para continuar no governo.
Os números da pesquisa apenas confirmam esta patética realidade: 76% querem a renúncia de Temer e 81% defendem o seu impeachment.
Agora é tudo só uma questão de tempo, o interregno de que fala Gramsci.
Enquanto isso, só nos resta curtir as festas juninas.
"A crise consiste precisamente no fato de que o velho está morrendo e o novo ainda não pode nascer. Nesse interregno, uma grande variedade de sintomas mórbidos aparecem" (Antonio Gramsci).
Quase metade da população (47%) tem vergonha de ser brasileiro: este é o dado mais dramático da nova pesquisa Datafolha sobre o governo Michel Temer. Em dezembro, este índice era de 27%.
Nem precisava fazer pesquisa. Basta andar pelas ruas e ver a cara das pessoas.
Certamente, contribuiu para este sentimento de vergonha o festival de vexames promovido por Temer na fracassada viagem à Europa. Nunca se viu nada igual na diplomacia brasileira.
A aprovação do governo Temer caiu para 7%, a mais baixa desde José Sarney (também vice promovido a presidente, também do PMDB). Dilma Rousseff tinha 8% quando foi caiu no ano passado.
A rejeição do presidente chegou a 69% e 72% dos brasileiros querem a sua renúncia.
De volta ao Brasil neste sábado, só más notícias o aguardam.
Na mesma hora em que Temer embarcava no avião presidencial em Oslo, na Noruega, depois de tomar uma esculhambada da primeira ministra Erna Solberg, em Brasília o ministro relator Edson Fachin despachava a ordem para a remessa imediata do relatório da Polícia Federal sobre a gravação de Joesley Batista para a Procuradoria Geral da República.
No começo da próxima semana, chega à Câmara a denúncia contra o presidente pelos crimes de corrupção passiva, obstrução da Justiça e organização criminosa. É a primeira vez que isto acontece na história republicana.
No Congresso, a base aliada está conflagrada com as retaliações contra os dissidentes e a nova ameaça do PSDB de desembarcar do governo. As reformas emperraram e devem ficar para o segundo semestre.
O fato concreto é que Temer chega ao final da semana sem as mínimas condições políticas e morais para continuar no governo.
Os números da pesquisa apenas confirmam esta patética realidade: 76% querem a renúncia de Temer e 81% defendem o seu impeachment.
Agora é tudo só uma questão de tempo, o interregno de que fala Gramsci.
Enquanto isso, só nos resta curtir as festas juninas.
Vida que segue.
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