terça-feira, 12 de setembro de 2017

DEZENAS DE JOVENS TABIRENSES PARTICIPAM DE SEMINÁRIO PROMOVIDO PELA (UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA) - UJS




No  dia 10 de setembro de 2017,  dezenas de jovens tabirenses  participaram na Câmara de Vereadores de Tabira de um Seminário com o tema; O CONFLITO DAS TEORIAS SOCIAIS EM TEMPOS DE ESPECULAÇÃO FINANCEIRA,  promovido pela União da Juventude Socialista de Tabira - UJS - tendo como orientadores e palestrantes os professores:  Dedé Rodrigues, Especialista em Programação do Ensino de História e Claudio Marcelo – Jhow, pós-graduado em História da África e, contou ainda, com o Sociólogo Marcos Rogério que fez uma intervenção especial sobre a Obra de Marx,  o Capital. Na ocasião foi distribuído uma apostila para leitura com um questionário para os jovens responderem. Confira abaixo algumas fotos dos grupos de estudos no evento e leia o conteúdo da apostila.

O CONFLITO DAS TEORIAS SOCIAIS EM TEMPOS DE ESPECULAÇÃO FINANCEIRA
A teoria do conflito em Marx que  dividiu a sociedade moderna em dois campos opostos, em duas classes antagônicas, a burguesia e o proletariado tem sido objeto de muita discussão, pesquisas e de críticas. O conceito de luta de classes continua atual no “CAPITALISMO, pois esse  é um sistema no qual predomina a propriedade privada e a busca constante pelo lucro e pela acumulação de capital, que se manifesta na forma de bens e dinheiro”. Fonte: Brasil Escola.
Nesse Seminário nós vamos estudar quatro teorias: o Liberalismo, o Socialismo Utópico, Socialismo Científico e o Neoliberalismo. Neste curso, vamos conceituar cada teoria dessa, vamos mergulhar no  fenômeno da economia contemporânea  chamado de especulação financeira, capital financeiro, rentismo ou agiotagem e  concluiremos com uma proposta de luta,  baseada na atualidade brasileria e na necessidade do socialismo .  
Muitos pensadores produziram uma série de teorias que propunham  soluções para os problemas gerados pelo sistema capitalista. Iniciaremos as teorias pelo   Liberalismo que é definido como um conjunto de princípios e teorias políticas, que apresenta como ponto principal a defesa da liberdade política e econômica. Neste sentido, os liberais são contrários ao forte controle do Estado na economia e na vida das pessoas.
 O pensamento liberal teve sua origem no século XVII, através dos trabalhos sobre política publicados pelo filósofo inglês John Locke. Já no século XVIII, o liberalismo econômico ganhou força com as ideias defendidas pelo filósofo e economista escocês Adam Smith. Fonte: Pesquisaportal.com. A questão que se coloca aqui é: a liberdade entre desiguais tem beneficiado a todos desde a criação dessa teoria?
A segunda teoria é a do  SOCIALISMO UTÓPICO, Os pensadores dessa corrente defendiam a ideia de que uma sociedade mais justa era possível sem destruir o sistema imposto pelos capitalistas. Os principais teóricos dessa corrente foram: Robert Owen, Saint-Simon, Louis Blan e Pierre Proudhon. Seria possível construir a justiça social nos marcos do capitalismo?
Fazendo um contraponto a essas teorias Karx Marx e Friedrich Engels produziram a teoria do  SOCIALISMO CIENTÍFICO, esses pensadores defendiam que as desigualdades só seriam superadas através da revolução, onde os proletários se uniriam contra os burgueses, acabando com a propriedade privada e adotando um Estado composto somente por trabalhadores.
Após instalar o Estado proletário, o próximo passo seria colocar fim ao próprio Estado, pois desenvolvida de tal forma que este não seria mais necessário. Nesse momento estaria consolidada a sociedade COMUNISTA, considerada perfeita, na qual tudo seria de todos. Até que ponto essa teoria continua atual? Que tipo de revolução aparece como alternativa para o capitalismo no século XXI? Quais são os novos desafios para o proletariado e seus aliados?
Para se produzir as teorias sociais os pensadores tiveram como objeto de estudo esse novo modo de produção, o capitalismo, que foi revolucionário em relação ao feudalismo, mas segundo pensadores marxistas, o capitalismo estaria passando pela sua última fase, a Era dos monopólios, do  Financismo ou do Rentismo e, precisa ser substituído pelo socialismo. Mas, essa substituição se dará de forma automática? Quem será o sujeito dessa construção histórica? Que modelo de socialismo estaria dando certo hoje?
O Capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa Idade Média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade.
O feudalismo passou por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Entretanto, a elevada taxa de natalidade permitiu o aumento progressivo da população que, em 1500, era de aproximadamente 70 milhões de habitantes em toda a Europa, o que significava recuperar os níveis anteriores à Peste Negra.
O capitalismo passou por três fases importantes a saber:
PRIMEIRA FASE - Capitalismo Comercial ou Pré-Capitalismo: Essa fase estende-se do século XVI ao XVIII, iniciando-se com as Grandes Navegações e Expansões Marítimas Europeias. O acúmulo de riqueza era gerado através do comércio de especiarias e matérias-primas não encontradas em solo europeu.
SEGUNDA FASE - Capitalismo Industrial: Inicia-se com a Revolução Industrial. O acúmulo de riqueza provinha do comércio de produtos industrializados das fábricas europeias. Enorme capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização cada vez mais de maquinas movidas a vapor, gerando uma grande produção onde a multiplicação dos lucros era cada vez maior.
TERCEIRA FASE - Capitalismo Monopolista-Financeiro: Iniciada no século XX (após término da Segunda Guerra Mundial) e estendendo-se até os dias de hoje. Uma das consequências mais importantes do crescimento acelerado da economia Capitalista foi brutal processo de centralização dos capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: Indústrias, Bancos, Corretoras de Valores, Casas Comerciais e etc. A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram a partir dos fins do século XIX, na monopolização de muitos setores da economia. Como funciona o fenômeno da especulação financeira atual? Qual é a relação da concentração de renda com a corrupção e com a exclusão social? 
Para aprofundar o entendimento sobre a teoria de Marx é importante uma leitura de parte do MANIFESTO COMUNISTA que diz:
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes. Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou por uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta... A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta às que existiram no passado. Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classe. A sociedade divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado. Esta teoria continua atual? QUAL SERÁ O DESTINO DA BURGUESIA, SEGUNDO O MANIFESTO?
As armas que a burguesia utilizou para abater o feudalismo, voltam-se hoje contra a própria burguesia. A burguesia, porém, não forjou somente as armas que lhe darão morte; produziu também os homens que manejarão essas armas - os operários modernos, os proletários. O que mudou nas relações sociais?

O capitalismo contemporâneo encontra base na teoria do NEOLIBERALISMO,  que dar suporte a globalização capitalista. Na verdade essa teoria  é o velho  liberalismo com nova roupagem. Os defensores do neoliberalismo acreditam
que este sistema é capaz de proporcionar o desenvolvimento econômico e social de um país. Defendem que o neoliberalismo deixa a economia mais competitiva, proporciona o desenvolvimento tecnológico e, através da livre concorrência, faz os preços e a inflação caírem. Será que é isso que estamos vendo na prática? Como está a situação dos países que adotaram essa teoria?

O debate sobre as saídas para solucionar os problemas gerados pelo modo de produção capitalista atual continua. Rita Almeida, na Carta Maior, escreveu uma matéria intitulada  “Socialismo e Comunismo, Modo de uso: Manual Didático”, na qual ela CHEGOU A SEGUINTE CONCLUSÃO:
“Ainda me surpreendo com gente que afirma repudiar os ideais comunistas ou socialistas porque eles “não deram certo” em parte alguma. Em resposta a essa afirmação o que me vem em mente é uma pergunta: Então o capitalismo deu certo?
Bom, parece que segundo matéria recente publicada no Globo, o capitalismo deu muito certo. Pelo menos para as 85 pessoas mais ricas do mundo ou cerca de 1% da população. Segundo a pesquisa citada, essa elite de 85 pessoas acumula a mesma riqueza que os 3,5 bilhões mais pobres do planeta. A matéria afirma ainda que cerca de 1% da população detém a metade da riqueza mundial.”
“E o mais cruel é que se você quiser um pedaço melhor de pizza, terá que disputá-lo competindo com os que, como você, têm acesso à segunda metade da pizza. Ou você acredita mesmo que poderá alcançar uma migalha que seja da primeira metade? Esqueceu? Estamos falando de capitalismo. Os tais 1% que desfrutam da primeira metade da pizza têm dinheiro suficiente para não deixar que você nem mesmo sinta o cheiro dela.”
No entanto, segundo ainda ela,  existe um grande problema com essa teoria do capitalismo, chamada de MERITOCRACIA, que é um problema matemático. Vamos supor que essa teoria funcione e que 99% da população mundial resolva, com fé e trabalho, conquistar o mesmo pedaço de pizza que o seleto grupos dos 1%. Matematicamente, para que isso seja possível, teríamos que aumentar essa pizza (inteira) pelo menos 99 vezes, só assim todos teriam a possibilidade de ter pedaços de pizza parecidos com as dos 1%, não é mesmo?
Entretanto, tal estratégia tem dois problemas graves. Primeiro: a pizza, por uma limitação ecológica, jamais poderá ser ampliada 99 vezes sem que entremos em colapso. Para se ter uma ideia, se todos os habitantes da terra consumissem como um americano médio (eu disse médio), nos seriam necessários quatro planetas Terra. Segundo: na medida em que a pizza cresce e as mesmas regras capitalistas são mantidas, o mais provável é que os pedaços extras de pizza fiquem para os que já têm pizza suficiente, afinal, eles são os mesmos que têm recursos de sobra para adquiri-los. Não é óbvio?
O capitalismo é um modelo econômico que repete o nosso modo mais primitivo de existência que é a chamada LEI DA SELVA, onde os mais fortes e mais aptos sobrevivem. Uma vez regidos pela Lei da Selva (daí o termo “capitalismo selvagem”) os mais frágeis, incapazes de vencer a luta pela sobrevivência, simplesmente não merecem viver, essa é a ordem natural das coisas. Isso faz com que a sustentação ideológica mais forte do capitalismo seja sua naturalização. Digamos, então, que o socialismo e o comunismo vieram para subverter a ordem natural das coisas. Vieram para desnaturalizar a Lei da Selva e inventar uma nova ordem, a de que todos merecem ter uma chance de sobreviver, mesmo os mais frágeis. Pensando na nossa pizza gigante, a utopia socialista-comunista é que todos deveriam ter acesso a pedaços dignos de pizza, de forma mais igualitária possível e ninguém deveria poder esbanjar pizza, enquanto outros não recebem uma migalha sequer.
Mas você pode agora estar se perguntando se poderíamos ter um CAPITALISMO MAIS HUMANIZADO, menos competitivo e cruel. Citando Marx, o capitalismo se fundamenta na mais-valia e no exército de reserva. Simplificando, é necessário que sempre haja pobres (o maior número possível a fim de baratear o preço da mão de obra) dispostos a trabalhar para sobreviver (exército de reserva), para que a riqueza possa, então, ser deles extraída (mais-valia) e se acumule nas mãos de alguns poucos. Sendo assim, não há humanismo no capitalismo, é o homem sendo o lobo do homem.
Um dado curioso é que os defensores do ESTADO MÍNIMO, em geral adeptos do capitalismo, criticam os governos socialistas e comunistas por nutrirem um Estado Forte que intervém constantemente na economia, na política e nas corporações. Todavia, quando em 2009 a economia americana entra em colapso (mais uma vez), é nas portas desse mesmo Estado que os banqueiros americanos vêm bater pedindo socorro. O que quer dizer mais ou menos o seguinte: “Nós, que fazemos parte da elite dos 1% que detém a metade pizza estamos tendo problemas em administrar nossa metade e estamos temerosos em perdê-la por completo, sendo assim, precisamos da ajuda do governo para que possam usar da sua parte da pizza, a que serve para socorrer os que tem pouca pizza ou pizza alguma, para nos reerguermos". É quando os ideais comunistas e socialistas servem, desta vez, para socializar o prejuízo, já que o lucro é sempre privatizado. Por Rita Almeida*, na Carta Maior
É psicóloga/psicanalista, trabalhadora da rede de saúde mental do SUS, de Juiz de Fora-MG.
O CAPITALISMO NOS TEMPOS ATUAIS AUMENTOU BASTANTE A CONCENTRAÇÃO DE RENDA COM A AGIOTAGEM E COM A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA. Segundo matéria do economista Ladislau Dowbor, que está lançando o livro A Era do Capital Improdutivo, ele fala sobre como os mecanismos financeiros capturaram o poder político em todo o mundo, inclusive no Brasil.
 “Não há nenhuma razão objetiva para os dramas sociais que vive o mundo. Se arredondarmos o PIB mundial para US$ 80 trilhões, chegamos a um produto per capita médio de US$ 11 mil. Isto representa US$ 3.600 por mês por família de quatro pessoas, cerca de R$ 11 mil reais por mês. É o caso também no Brasil, que está exatamente na média mundial em termos de renda.
“Ao vermos como nos principais setores as atividades se concentraram no topo da pirâmide, com poucas empresas extremamente poderosas, começamos a entender que se trata sim de poder no sentido amplo. Agindo no espaço planetário, na ausência de governo/governança mundial, frente à fragilidade do sistema político multilateral, as corporações manejam grande poder sem nenhum contrapeso significativo”, diz Dowbor no livro. “Com efeito, menos de 1% das empresas consegue controlar 40% de toda a rede.” Trata-se de instituições financeiras como Barclays Bank, JPMorgan Chase&Co e Goldman Sachs.
FAZER APLICAÇÕES FINANCEIRAS – comprar papéis, não se produzindo nada – rende em média, no mundo, 7% ao ano. Sem esforço nenhum, apenas pagando uma pequena comissão a uma entidade de intermediação, corretores financeiros, coisas do gênero. O progresso da produção não é de 7% ao ano, só a China tem esse índice, mas, no mundo, esse ritmo gira em torno de 2% a 2,5% ao ano. Ou seja, produzir rende muito menos do que as aplicações financeiras.
Quem faz aplicações financeiras são os ricos. As pessoas sequer sabem o que é ganhar 7% ao ano sobre capital parado. Se você tem um bilhão de dólares e aplica a uma modesta taxa de rendimento de 5% ao ano, ganha US$ 137 mil ao dia. Quando o bilionário ganha US$ 137 mil por dia, isso entra na conta dele diariamente, e esse dinheiro se incorpora aos 5% que estão rendendo. Blog Tabira Notícias.
Em entrevista ao jornal extra classe, reproduzida no diário do centro do mundo, o economista, professor e um dos mais respeitados pesquisadores sobre a concentração de riqueza no mundo, Antonio David Cattani, afirma que “Podres De Ricos Investem No Desastre Social”. Ele diz na sua matéria que “Primeiro, os muito ricos se protegem mutuamente. Ou seja, transparência (de informações) só vale mesmo para o Estado, para os governos. Nas empresas deles, não mesmo. Segundo: fomentam ideologicamente a ideia de meritocracia, a ideia de que a pobreza é um problema, e a riqueza, em contraponto, é solução. É claro que não é a solução, a concentração da riqueza agrava o problema da desigualdade. Isso é óbvio. Mas essa falsa meritocracia acaba prevalecendo, as pessoas acham que os ricos são, ou ficaram ricos, porque são competentes. Não é verdade, tirando as exceções de praxe. A maioria dos grandes empresários, por sinal, frauda as regras da concorrência, do livre mercado, quando fazem aquisições, quando compram os concorrentes. Para os grandes empreendimentos, essas regras simplesmente não existem.

ESSE IMPÉRIO DA RIQUEZA PROVOCA A NECESSIDADE DE UMA REFORMA TRIBUTÁRIA PROGRESSIVA NO BRASIL. ELE TAMBÉM TIRA CONCLUSÕES SOBRE A QUESTÃO DA ACUMULAÇÃO DE RENDA QUANDO DIZ: “Outra conclusão possível é de que a riqueza não é abstrata, não está por trás de uma marca, de um conglomerado. Esses impérios são comandados por pessoas, por pessoas físicas, o dinheiro vai para a conta dessas pessoas. É a personalização da riqueza, com nome, endereço e conta bancária. Os privilégios, portanto, estão tanto no nível corporativo quanto no nível pessoal. Uso um exemplo bem simples e clássico para mostrar isso: quem ganha um salário, digamos, de R$ 5 mil aqui, paga imposto de renda compulsoriamente numa alíquota de quase 30%. Já o dono de uma empresa, pessoa física, que ganha R$ 5 milhões de pró-labore, não paga nada, nem um centavo, porque essa renda é lançada como lucro e dividendo – que é isento na nossa legislação. Proporcionalmente, essa pessoa física deveria pagar cerca de R$ 1,4 milhão de imposto de renda sobre esse montante. Mas não paga porque temos uma legislação, criada por um lobby empresarial, determinando essa isenção. As pessoas acham que o fulano é rico porque é competente. Mentira: é rico porque compra privilégios”.
O GRANDE PROBLEMA GERADO PELO CAPITALISMO CONTEMPORÂNEO É A ESPECULAÇÃO FINANCEIRA. “Em nenhum capitalismo, em nenhum lugar, a acumulação volta para a sociedade. Em outro livro (A Riqueza Desmistificada, 2007) eu analiso a situação dos Estados Unidos, onde há uma redução de impostos para os mais ricos, desde o primeiro governo de Bill Clinton (a partir de 1993) até o Barak Obama. Mostro ali que, ao contrário do que justificam os teóricos da concentração, não há mais investimentos, mas apenas mais especulação, o que gera instabilidade econômica e mais consumo de produtos de alto luxo, iates, jatinhos, viagens ao espaço. Os podres de rico têm tanto dinheiro que em determinado momento surge a seguinte questão: investir mais para quê? Para se incomodar contratando mais gente? Se eu posso ganhar dinheiro, muito dinheiro, com isenções, com privilégios fiscais?”

NO CASO DO BRASIL O ECONOMISTA ACIMA QUANDO  QUESTIONADO SOBRE OPERAÇÕES COMO LAVA JATO E ZELOTES, SE ELAS PODEM AJUDAR A MORALIZAR ESSE AMBIENTE EMPRESARIAL NO BRASIL, ELE RESPONDE:
“Essa é uma outra questão que precisamos desmistificar: qual foi, por exemplo, o rombo causado na Petrobras apurado pela operação Lava Jato? R$ 10 bilhões? Mas qual o montante de sonegação das grandes empresas brasileiras, a cada ano? É da ordem de R$ 300 bilhões, segundo o sindicato dos auditores fiscais. Talvez R$ 500 bilhões, não se sabe ao certo. Por ano. Na fusão do Itaú com o Unibanco, uma taxação superior a R$ 25 bilhões acabou de ser anistiada pelo Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais) porque os conselheiros consideraram que não houve ganho de capital na transação. O Carf é o mesmo órgão onde foram registrados inúmeros casos de compra de votos, que envolvem, entre outros, grupos de mídia como RBS e Globo. É claro que isso nunca vai ser manchete porque eles, incluindo a mídia, se protegem. É um quebra-cabeças. Por que a Gerdau, que já mencionei aqui, foi para Amsterdã? Porque é um paraíso fiscal e, dessa forma, se resolve a questão sucessória. Aqui o imposto de transmissão patrimonial varia de 6% a 8%. Baixíssimo. Nos Estados Unidos, é de 40%. No Japão chega a quase 60%. Em Amsterdã é zero. Ou seja, nossos super-ricos não querem nem pagar o mínimo que a legislação do Brasil exige na transmissão de poder e de capital para os sucessores. Isso é lavagem de dinheiro, uma forma de manutenção da riqueza. É como se houvesse um mundo paralelo ao nosso, do qual nem chegamos perto. O problema é que esse mundo está acabando conosco.”

Outro problema não menor É  A RELAÇÃO DOS JUROS ALTOS NO BRASIL COM A CONCENTRAÇÃO DE RENDA.
Em sua matéria Juros Altos Alimentam Uma Escandalosa Concentração de Renda Railídia Carvalho escreveu no Portal Vermelho:
“Começamos a pagar R$ 125 bilhões de juros em 2010 e continuamos pagando cada vez mais – R$ 181 bilhões em 2011, R$ 147 bilhões em 2012, R$ 186 bilhões em 2013, R$ 251 bilhões em 2014 e R$ 397 bilhões em 2015.
Para se ter uma ideia da gravidade desse custo da dívida pública brasileira, em 2015 gastamos R$ 100 bilhões em educação, R$110 bilhões com a área da saúde e R$ 27 bilhões com o Bolsa Família. Outro dado significativo é o de que, entre 1995 e 2004, gastávamos R$ 725 bilhões, pelo orçamento realizado, de R$ 884 bilhões em educação, saúde, segurança e infraestrutura!
Nós que pagamos, em cinco anos, R$ 1,287 trilhão de juros, merecemos saber porque são tão altos, quando, no mundo, vivem um ciclo em que são negativos ou não passam de 2%. Como é possível essa inacreditável concentração e expropriação da renda nacional pelo capital rentista e financeiro? Quem são os beneficiários dessa extorsão e quem realmente controla e decide a taxa de juros?
Quem detém os títulos públicos controla as taxas de juros. Essa é a realidade. O 1% dos mais ricos e o sistema bancário-financeiro são os detentores da maior parte da dívida pública, com o agravante de que eles, os bancos, são também os principais beneficiados dos altos juros do crediário!
É a maior e mais escandalosa concentração de renda, apropriada de 90% de brasileiros pelos bancos e financeiras.” 
Uma pergunta que nós devemos procurar responder nesse curso é COMO CAMINHAR EM DIREÇÃO AO SOCIALISMO NO BRASIL DEPOIS DOS RETROCESSOS CAUSADOS PELO  GOLPE CONTRA A DEMOCRACIA?
Pesquisa do jornal Valor Econômico divulgada nesta terça-feira (29) mostrou que no segundo trimestre deste ano em 15,2 milhões de lares do país não havia ninguém gerando renda a partir do próprio trabalho. Um aumento de 22% comparado a 2014. Para especialistas ouvidos pelo Portal Vermelho os números significam agravamento da pobreza, retração da economia e aumento na escalada da violência. 
Em um ano, o número de desempregados saltou para mais de 15 milhões de famílias sem ninguém empregado, ou seja, de acordo com o IBGE, são mais de 26 milhões de desempregados.
Para piorar, pela primeira vez, como mostra o instituto Euromonitor, trabalhadores e trabalhadoras da indústria no Brasil ganham menos que os chineses. Na China, o salário por hora é de US$ 3,60 e aqui é de US$ 2,70. O que fazer se a tendência é a situação geral do país piorar daqui para frente?
PARA O DIRIGENTE DO COMITÊ CENTRAL DO PC DO B,  JOSÉ REINALDO CARVALHO
“No Brasil os comunistas e as forças consequentes da esquerda devem apostar na elevação da consciência e da vontade de resistir e lutar do povo brasileiro para enfrentar as forças golpistas e retomar o caminho para lutar pela realização de mudanças estruturais, que resultem na edificação de um país democrático, progressista, socialista. Estão na ordem do dia tarefas urgentes entrelaçadas: desenvolver a luta política de massas, forjar a unidade das forças da esquerda consequente, criar a frente ampla, de que façam parte todas as forças democráticas e patrióticas suscetíveis de se unir na luta contra o regime do golpe e por mudanças estruturais”. Mas quais são as mudanças estruturais que o Brasil precisa?
O Brasil é um país de capitalismo atrasado e dependente. Mesmo com os avanços dos governos de Getúlio Vargas,  de Lula e Dilma, ainda não fizemos uma reforma agrária, uma reforma educacional democrática, uma reforma tributária progressiva e, principalmente uma reforma da mídia. Dessa maneira, sem passar por essas reformas, não construiremos  um país VERDADEIRAMENTE DEMOCRÁTICO,  autônomo e, nem ao menos,  de capitalismo avançado. Não caminharemos para construir o socialismo em nossa pátria com os retrocessos do governo atual. Urge portanto construirmos uma frente ampla, derrotar o golpe e salvarmos a democracia para avançarmos na direção do socialismo, sem copiar modelos, um socialismo com a cara do Brasil.

Grato a todos pela leitura – vamos agora ao debate!













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