sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Temer, a digital de Geddel nos R$ 51 milhões e o tormento do Planalto


  

“Tem alguma denúncia em relação ao hospital?”, disse ele, segundo a Globonews. Em seguida, saiu do local sem dar entrevista.

Temer é o único presidente a ser denunciado ao Supremo Tribunal Federal no exercício do cargo. E pela segunda vez. A primeira foi por crime de corrupção passiva. Agora, a acusação é de obstrução à Justiça e organização criminosa.

Além dele, outras nove pessoas de sua cúpula no PMDB foram denunciadas, sendo que destes, apenas três estão em liberdade: o próprio Temer e os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria Geral).

A lista de presos inclui ainda dois ex-ministros, dois ex-deputados, um empresário e um executivo. Entre os quais, o seu braço direito Geddel Vieira Lima (PMDB-BA), que de todos os denunciados, certamente é o que tem o conjunto de provas mais substanciais e o que mais preocupa o Planalto.

Geddel foi preso pela segunda vez após a maior apreensão de dinheiro da história do Brasil: R$ 51 milhões em malas e caixas de papelão espalhados pela sala de um apartamento em Salvador. Mas não foi só isso: além da fortuna, foram encontradas as digitais de Geddel no dinheiro apreendido. 

O ex-ministro, que chorou diante do juiz na primeira prisão – acusado de obstrução da Justiça na tentativa de supostamente calar o doleiro Lúcio Funaro –, disse a aliados que não aguenta passar uma semana preso.

Em desespero, Geddel alegou, por meio de seus advogados, o risco de “estupro” na Penitenciária da Papuda, local em que ele está preso, em Brasília. Ele pediu para voltar para o regime de prisão domiciliar em seu apartamento em Salvador.

O requerimento foi negado pela juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal, que ressaltou o fato de os advogados terem usado informações “inverídicas” e “especulativas” na petição.

A defesa se baseou em matéria publicada no portal Folha Brasil, no dia da prisão do ex-ministro, noticiando que mensagens vazadas por familiares de detentos do Complexo Penitenciário da Papuda dariam conta de “ameaças de estupro” que teriam sido “enviadas aos políticos que estão cumprindo pena ou prisão preventiva”.

A explicação da origem do dinheiro até agora ele não deu. E será difícil justificar o montante escondido. Por isso, fontes próximas ao governo dizem que Temer está preocupado com uma eventual delação de Geddel.

O Supremo ainda analisa outro pedido de inquérito contra Temer, por suspeitas de irregularidades na edição do Decreto dos Portos, medida que envolve o ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures, flagrado carregando mala com R$ 500 mil.

Trata-se de uma sucessão de escândalos que confirmam os fatos denunciados pela presidenta eleita Dilma Rousseff bem antes de seu afastamento definitivo da Presidência da República: foi um golpe manobrado por meio da compra de votos, tanto para a eleição à Presidência da Câmara de Eduardo Cunha como para garantir o impeachment.

As digitais de Geddel encontradas no dinheiro escondido no bunker em Salvador levaria à renúncia imediata de qualquer governo. Mas a grande mídia diluiu ou escondeu o fato, como fez o jornal O Globo, no dia 6 de setembro, que na manchete principal escrevia: “Janot denuncia Lula, Dilma e PT por organização criminosa”. Mas, na foto principal, apareciam os milhões de reais de Geddel Vieira Lima, apreendidos. Certamente, a capa seria outra se os envolvidos fossem ligados à esquerda ou ao então governo Dilma.



Do Portal Vermelho, com informações de agências

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