O Portal G1 e o programa Globo Rural destacaram a realidade de Caroalina, município de Sertânia, em uma das áreas onde há a maior exploração de madeira no sertão do estado. Em Caroalina, a paisagem é de fumaça na beira da estrada, lenha, carvão e o som da motosserra.
Duzentas e cinquenta famílias vivem na localidade, e 190 recebem algum auxílio do governo. O povoado tem uma escola, algum comércio e um posto de saúde em estado muito precário. Não há remédio e nem médico.
A água que sai das torneiras das casas, quando sai, é de péssima qualidade, muito salobra, salgada. As pessoas têm que buscar latões de água potável do dessalinizador do povoado, um equipamento que tira o sal da água. Há um limite para pegá-la: cada família pode retirar duas latas, dia sim, dia não.
Depois da decadência da comercialização do caroá, quase todo mundo teve que migrar para a produção de carvão, que ainda hoje é a principal atividade econômica do povoado. Tentando viver do caroá, só mesmo a filha de Valdemar, Josefa Freire de Lima, e outras duas amigas, Irani Cadete da Silva e Ana Cristina Silva.
A ausência de alternativas de renda empurra as pessoas para a produção de lenha e carvão, muitas vezes ilegal. “Eu acho que, da parte legal, é menos da metade, principalmente quando se usa madeira nossa, da nossa caatinga, da nossa vegetação”. A estimativa alarmante é do secretário de agricultura e meio ambiente de Sertânia, Antônio Monteiro de Almeida.
“Tem toda uma falha na questão de fiscalização. É uma região muito grande. A gente não tem órgão direcionado para isso, e muitas vezes, dentro da legal, entra muita coisa que não é legal. E não é só em Caroalina, não é também só no município de Sertânia, É uma questão que existe no semi-árido nordestino como um todo, o que é bastante preocupante, e, principalmente na questão do meio ambiente na nossa região”, afirma Almeida.
Em Caroalina, achar fornos queimando madeira da caatinga sem autorização é fácil. Um homem casado e pai de três filhos, que não quis ser identificado, conta que tira a madeira do próprio terreno que tem no fundo da casa, onde também planta milho e feijão no período da chuva e cria uns poucos animais, só para subsistência.
Fonte: Site Nill Júnior
Postado Por: Henrique Siqueira
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