Não importa a categoria profissional. É certo que todas sofrerão impacto, caso a proposta do Plano Temer de prevalência do negociado sobre o legislado seja levada a cabo. "Algumas mais que outras", afirma Marcos Verlaine, analista político, jornalista e assessor parlamentar do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap).
Láldert Castello Branco
Denúncia no 1º de maio
"O impacto da proposta na vida do trabalhador vai depender da força de sua categoria. Metalúrgicos e químicos, por exemplo, que têm musculatura sindical mais organizada, podem sofrer menos. Mas as categorias que são mais pulverizadas, ou o trabalhador do campo, como ficam? Esses trabalhadores vão sofrer um duro golpe", avalia Verlaine.
O consultor do Diap considera o “Uma ponte para o futuro” nocivo aos trabalhadores. "Em que pese o fato de o documento dizer que vai garantir direitos básicos, essa é uma proposta que desmonta direitos trabalhistas", opina.
Fracionamento do 13º
Para explicar o que pode acontecer com o trabalhador, caso o negociado sobre o legislado passe a ser regra, Verlaine usa o 13º salário como exemplo: "Esse benefício poderá ser fracionado ao longo do ano. Aí, acaba o sentido do 13º. Muitos trabalhadores utilizam o pagamento extra para saldar dívidas e programar a vida no ano seguinte. Fracionar o 13º significa perdas para o trabalhador".
Verlaine acredita que o único beneficiário da proposta será o capital. "Vai ser o primado dos interesses dos empresários sobre os trabalhadores", declara. Para o analista político a tendência é ficar cada vez pior. E sentencia: "Será um desastre".
Congresso desfavorável
O jornalista afirma que é momento do sindicalismo mostrar força: "O movimento sindical vai ter muito trabalho junto ao Congresso pra reverter a situação. Afinal, temos uma Casa de Leis conservadora, que está muito ligada ao capital. Será uma tragédia se esse projeto for adotado".
Fonte: Agência Sindical
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