Por Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo:
É um marco, neste processo fulminante, o que acaba de ocorrer no festival de cinema de Cannes. A mensagem épica antigolpe que a equipe do filme brasileiro Aquarius correu instantaneamente o Brasil e o mundo nos sites e nas redes sociais.
O grupo, no qual estava incluída a estrela do filme, Sônia Braga, posou segurando cartazes em inglês e francês que denunciaram ao planeta o caráter do golpe.
Um dos cartazes dizia: “O Brasil não é mais uma democracia”.
Vídeos e fotos do protesto de Cannes viralizaram imediatamente nas redes sociais. Dilma, nelas também, agradeceu a solidariedade.
O fato é que o golpe perdeu o que se poderia chamar de duelo de narrativas, e isso é o princípio do seu fim.
A Globo e a oposição liderada pelo PSDB fracassaram miseravelmente na tentativa de transformar uma quartelada parlamentar e jurídica num ato de “salvação nacional”.
Essa narrativa mentirosa, cínica, ridícula foi atropelada pela narrativa real: foi um golpe da plutocracia.
Os fatos se impuseram. O domínio das notícias, em 2016, já não pertence às grandes empresas de comunicação. Elas podem muito, mas não o suficientemente para deter a internet.
A internet é maior que todas elas juntas.
Os brasileiros sabiam muito bem que era um golpe. O que de certa maneira surpreendeu foi a rapidez com que a comunidade internacional também soube.
Um papel primordial, aí, coube ao jornalista americano Glenn Greenwald, radicado no Brasil e reconhecidamente um dos mais brilhantes repórteres do mundo.
Numa entrevista para a CNN, Greenwald chamou o afastamento pelo que é: golpe. Logo depois, David Miranda, namorado de Greenwald, publicou um artigo no Guardian devastador para os golpistas.
Já entrou para a antologia do antijornalismo a resposta que o dono da Globo João Roberto Marinho deu ao Guardian. JRM quis desmentir que era golpe, mas não convenceu ninguém, e ainda levou uma tréplica matadora de Miranda.
O confronto de versões entre Greenwald e JRM foi vital para que triunfasse a narrativa real, a do golpe de Estado. Era previsível: quem é mais ouvido e mais respeitado no mundo, Greenwald ou JRM?
Logo a seguir outras publicações estrangeiras, entre as quais o NYTimes, considerado o melhor jornal do mundo, reforçaram a tese golpista.
Os destruidores da democracia contribuíram para que seus argumentos não florescessem. Cenas da grotesca sessão da Câmara que aprovou o impeachment foram vistas em toda parte.
Vistas as coisas em retrospecto, é possível dizer que ali a narrativa da plutocracia estava destinada a sucumbir.
A equipe de “notáveis” de Temer foi outro choque de realidade para os observadores internacionais. Homens brancos, velhos e ricos, boa parte dos quais vinculada a denúncias fortes de corrupção – ao contrário de Dilma.
Uma mulher honesta afastada por homens desonestos: numa linha, é isso que aconteceu no Brasil. E esta é a narrativa vencedora.
O governo Temer é um embaraço de proporções planetárias. Está tecnicamente morto. Não é respeitado nem pelos analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrática, vestiam a camisa da CBF e iam para as ruas pedir o fim da corrupção.
Sem noção do ridículo, Temer diz que quer pacificar os brasileiros. Ora, isso só vai acontecer quando ele for devidamente enxotado do Planalto.
Os golpistas levaram meses para consumar seu crime contra a democracia. Mas poucos dias bastaram para a completa, absoluta, irrevogável desmoralização do golpe.
É um marco, neste processo fulminante, o que acaba de ocorrer no festival de cinema de Cannes. A mensagem épica antigolpe que a equipe do filme brasileiro Aquarius correu instantaneamente o Brasil e o mundo nos sites e nas redes sociais.
O grupo, no qual estava incluída a estrela do filme, Sônia Braga, posou segurando cartazes em inglês e francês que denunciaram ao planeta o caráter do golpe.
Um dos cartazes dizia: “O Brasil não é mais uma democracia”.
Vídeos e fotos do protesto de Cannes viralizaram imediatamente nas redes sociais. Dilma, nelas também, agradeceu a solidariedade.
O fato é que o golpe perdeu o que se poderia chamar de duelo de narrativas, e isso é o princípio do seu fim.
A Globo e a oposição liderada pelo PSDB fracassaram miseravelmente na tentativa de transformar uma quartelada parlamentar e jurídica num ato de “salvação nacional”.
Essa narrativa mentirosa, cínica, ridícula foi atropelada pela narrativa real: foi um golpe da plutocracia.
Os fatos se impuseram. O domínio das notícias, em 2016, já não pertence às grandes empresas de comunicação. Elas podem muito, mas não o suficientemente para deter a internet.
A internet é maior que todas elas juntas.
Os brasileiros sabiam muito bem que era um golpe. O que de certa maneira surpreendeu foi a rapidez com que a comunidade internacional também soube.
Um papel primordial, aí, coube ao jornalista americano Glenn Greenwald, radicado no Brasil e reconhecidamente um dos mais brilhantes repórteres do mundo.
Numa entrevista para a CNN, Greenwald chamou o afastamento pelo que é: golpe. Logo depois, David Miranda, namorado de Greenwald, publicou um artigo no Guardian devastador para os golpistas.
Já entrou para a antologia do antijornalismo a resposta que o dono da Globo João Roberto Marinho deu ao Guardian. JRM quis desmentir que era golpe, mas não convenceu ninguém, e ainda levou uma tréplica matadora de Miranda.
O confronto de versões entre Greenwald e JRM foi vital para que triunfasse a narrativa real, a do golpe de Estado. Era previsível: quem é mais ouvido e mais respeitado no mundo, Greenwald ou JRM?
Logo a seguir outras publicações estrangeiras, entre as quais o NYTimes, considerado o melhor jornal do mundo, reforçaram a tese golpista.
Os destruidores da democracia contribuíram para que seus argumentos não florescessem. Cenas da grotesca sessão da Câmara que aprovou o impeachment foram vistas em toda parte.
Vistas as coisas em retrospecto, é possível dizer que ali a narrativa da plutocracia estava destinada a sucumbir.
A equipe de “notáveis” de Temer foi outro choque de realidade para os observadores internacionais. Homens brancos, velhos e ricos, boa parte dos quais vinculada a denúncias fortes de corrupção – ao contrário de Dilma.
Uma mulher honesta afastada por homens desonestos: numa linha, é isso que aconteceu no Brasil. E esta é a narrativa vencedora.
O governo Temer é um embaraço de proporções planetárias. Está tecnicamente morto. Não é respeitado nem pelos analfabetos políticos que, manipulados pela mídia plutocrática, vestiam a camisa da CBF e iam para as ruas pedir o fim da corrupção.
Sem noção do ridículo, Temer diz que quer pacificar os brasileiros. Ora, isso só vai acontecer quando ele for devidamente enxotado do Planalto.
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