O Projeto Eleitoral PCdoB-2016 tem algumas marcas importantes. Ele mantém as marcas de 2012, alcançando 2300 municípios, com 12 mil candidatos a vereadores. Entretanto, no caso destas disputas majoritárias o projeto é 40% maior que o de 2012: 330 candidatos a prefeitos e 357 a vice-prefeitos.
Por Walter Sorrentino*, em seu blog
Foto: Mídia NINJA
Trata-se de uma importante continuação da tendência em ampliar a base social-eleitoral dos comunistas no conjunto do país. Depreende-se desses dados que o PCdoB não retrocedeu, recolhe o fruto do seu papel destacado na resistência democrática contra o golpe e de sua relação profunda com os movimentos sociais do país.
O mais importante, definido politicamente pela direção nacional na construção do projeto, é a concentração nas disputas majoritárias nas grandes e médias cidades do país. O PCdoB disputará diretamente o voto de praticamente 20 milhões de eleitores. Candidaturas robustas foram apresentadas em cinco importantes capitais entre as 26 do país: no Rio de Janeiro, com a líder deputada federal Jandira Feghali, em Aracaju, com o ex-prefeito Edvaldo Nogueira; em Salvador, com a deputada federal Alice Portugal, em Florianópolis, com a deputada federal Angela Albino e em Belém do Pará, com o deputado estadual Lélio Costa.No total das cidades com mais de 200 mil eleitores, portanto com segundo turno eleitoral, incluídas as capitais, o PCdoB apresenta-se na disputa direta em 16 delas, 18% do total. Se consideradas as 304 maiores cidades do país, as que detém mais de 100 mil habitante e reúnem a substancial parte do eleitorado brasileiro, os comunistas disputam diretamente 10% do total, 35 cidades.
O projeto construído nacionalmente, tinha uma pedra de toque na política de alianças. Elas se deram no âmbito da tática política geral do PCdoB, considerando que a esquerda não pode nem deve se isolar, fechar-se em si mesma. Os pressupostos próprios para as alianças eleitorais levaram em conta que eleições locais exigem amplo domínio das realidades concretas locais, considerando que as legendas partidárias no Brasil têm diferentes caráter e feições nas diferentes regiões, Estados e cidades. É essencial constituir alianças para dar sustentação ao programa de governo em disputa para a cidade, programas centrados em maior qualidade de vida para todo o povo, equidade social e solidariedade nas relações entre os cidadãos e com a cidade.
Certamente, as alianças se realizaram para alcançar conquistas eleitorais efetivas. São eleições na base municipal, que constroem os pilares para as eleições nacionais de 2018. Além disso, mandatos comunistas são considerados como postos avançados de combate no rumo da estratégia política do PCdoB e colaboram com toda a esquerda política e social, mais as forças progressistas, para elevar a resistência à agenda ultraliberal imposta pelo governo ilegítimo alcançado mediante um golpe institucional.
Desse modo, consideradas as 92 maiores cidades citadas, em 18% há candidaturas próprias que arregimentaram múltiplas alianças, sendo que receberam o apoio do PT nas capitais de Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju, Florianópolis, entre outras. Em 25% outras são alianças em apoio a candidatos do PT, e o apoio a candidatos das demais legendas todas ficam abaixo de 10% do total das cidades.
No Projeto 2016 destacam-se algumas marcas qualitativas distintivas. Uma delas se confirma e fortalece: a força das mulheres comunistas na disputa. A Presidenta Nacional do partido e deputada federal Luciana Santos disputa na cidade de Olinda, que já governou por dois mandatos. Todas as demais deputadas federais já citadas são candidatas a cargos majoritários, acrescidas de Jô Moraes, candidata a vice-prefeita na importante capital Belo Horizonte, e a deputada federal Marcivânia, candidata em Santana, segundo maior município de seu Estado do Amapá. Dado o papel de líder do combate ao golpe no Senado Federal, a senadora Vanessa Grazziottin do PCdoB, não será candidata este ano, mas alcançou enorme repercussão em seu mandato. No conjunto do país, o PCdoB cumpre e supera a legislação que obriga a que 30% das chapas de vereadores sejam mulheres. No PCdoB, para valer, ultrapassam 33%.
Outra marca distintiva, aguardada com muita expectativa, é o projeto eleitoral 2016 no Estado do Maranhão, governado por Flávio Dino do PCdoB. O governador Flávio Dino, o primeiro comunista a governar um Estado, ostenta elevados índices de popularidade e apoio a seu governo, coisa rara no país hoje, e construiu-se lá a condição de maior partido político do Estado e maior projeto eleitoral dos comunistas no país: são 105 candidatos a prefeitos entre os 227 municípios do Estado, sendo 14 deles nas 30 maiores cidades maranhenses. Além disso, o Maranhão reforça as marcas alcançadas na região Nordeste do país, onde se destaca também a Bahia com um projeto arrojado.
As expectativas são de que entre os 60 prefeitos municipais eleitos em 2012, nos três maiores os comunistas confirmem nova vitória em Olinda, Contagem e Juazeiro, respectivamente em Pernambuco, Minas Gerais e Bahia. Demonstra assim ser um partido bom de governo, com quadros aprovados na gestão pública – como atesta, aliás, a recente realização das Olimpíadas no Brasil, demonstração cabal da capacidade política e administrativa dos comunistas, cuja gestão no Ministério do Esporte, desde a vitória de Lula em 2002, foi fundamental para a conquista e sucesso da empreitada.
Por todas essas metas alcançadas, a direção nacional considerou o resultado da construção do Projeto Eleitoral 2016 positivo nas condições dadas do país. É um bom projeto, progressivo para a realidade de forças do PCdoB. Tudo depende agora da campanha eleitoral mobilizadora, com largo apoio na base dos movimentos sociais, entre amigos, apoiadores, aliados e forças progressistas, recolhendo o prestígio e autoridade política demonstrados pelo PCdoB na luta contra o golpe, de amplo reconhecimento público. Não há campanha fácil para os comunistas, vai exigir superação que não prescinde do essencial: campanha de massas, campanha militante e sustentação material que deriva disso.
A vitória significará uma contribuição necessária para o fortalecimento e reconfiguração da esquerda brasileira, no sentido de representar o anseio da enorme resistência democrática ao golpe e disputar a agenda política no país contra o ultraliberalismo intentado pelo governo ilegítimo que assaltou a presidência da República. Será igualmente uma demonstração mais de que os comunistas são bons de luta e bons também de governo.
Do ponto de vista político nacional, os resultados destas eleições, além de modificar a base política que engendrará a disputa presidencial em 2018, terão um ponto concentrado nas disputas da capital de São Paulo e Rio de Janeiro. Pela magnitude delas, seu papel irradiador nacional e pela polarização política evidenciada na luta entre as forças democráticas e os golpistas, sem dúvida tais resultados serão os signos políticos dominantes na análise dos resultados. O PCdoB aí comparece, com sua própria legenda no Rio, com grandes expectativas, e no apoio à reeleição do atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, cujo governo atual tem por vice prefeita um quadro comunista de destaque, Nádia Campeão.
O mais importante, definido politicamente pela direção nacional na construção do projeto, é a concentração nas disputas majoritárias nas grandes e médias cidades do país. O PCdoB disputará diretamente o voto de praticamente 20 milhões de eleitores. Candidaturas robustas foram apresentadas em cinco importantes capitais entre as 26 do país: no Rio de Janeiro, com a líder deputada federal Jandira Feghali, em Aracaju, com o ex-prefeito Edvaldo Nogueira; em Salvador, com a deputada federal Alice Portugal, em Florianópolis, com a deputada federal Angela Albino e em Belém do Pará, com o deputado estadual Lélio Costa.No total das cidades com mais de 200 mil eleitores, portanto com segundo turno eleitoral, incluídas as capitais, o PCdoB apresenta-se na disputa direta em 16 delas, 18% do total. Se consideradas as 304 maiores cidades do país, as que detém mais de 100 mil habitante e reúnem a substancial parte do eleitorado brasileiro, os comunistas disputam diretamente 10% do total, 35 cidades.
O projeto construído nacionalmente, tinha uma pedra de toque na política de alianças. Elas se deram no âmbito da tática política geral do PCdoB, considerando que a esquerda não pode nem deve se isolar, fechar-se em si mesma. Os pressupostos próprios para as alianças eleitorais levaram em conta que eleições locais exigem amplo domínio das realidades concretas locais, considerando que as legendas partidárias no Brasil têm diferentes caráter e feições nas diferentes regiões, Estados e cidades. É essencial constituir alianças para dar sustentação ao programa de governo em disputa para a cidade, programas centrados em maior qualidade de vida para todo o povo, equidade social e solidariedade nas relações entre os cidadãos e com a cidade.
Certamente, as alianças se realizaram para alcançar conquistas eleitorais efetivas. São eleições na base municipal, que constroem os pilares para as eleições nacionais de 2018. Além disso, mandatos comunistas são considerados como postos avançados de combate no rumo da estratégia política do PCdoB e colaboram com toda a esquerda política e social, mais as forças progressistas, para elevar a resistência à agenda ultraliberal imposta pelo governo ilegítimo alcançado mediante um golpe institucional.
Desse modo, consideradas as 92 maiores cidades citadas, em 18% há candidaturas próprias que arregimentaram múltiplas alianças, sendo que receberam o apoio do PT nas capitais de Rio de Janeiro, Salvador, Aracaju, Florianópolis, entre outras. Em 25% outras são alianças em apoio a candidatos do PT, e o apoio a candidatos das demais legendas todas ficam abaixo de 10% do total das cidades.
No Projeto 2016 destacam-se algumas marcas qualitativas distintivas. Uma delas se confirma e fortalece: a força das mulheres comunistas na disputa. A Presidenta Nacional do partido e deputada federal Luciana Santos disputa na cidade de Olinda, que já governou por dois mandatos. Todas as demais deputadas federais já citadas são candidatas a cargos majoritários, acrescidas de Jô Moraes, candidata a vice-prefeita na importante capital Belo Horizonte, e a deputada federal Marcivânia, candidata em Santana, segundo maior município de seu Estado do Amapá. Dado o papel de líder do combate ao golpe no Senado Federal, a senadora Vanessa Grazziottin do PCdoB, não será candidata este ano, mas alcançou enorme repercussão em seu mandato. No conjunto do país, o PCdoB cumpre e supera a legislação que obriga a que 30% das chapas de vereadores sejam mulheres. No PCdoB, para valer, ultrapassam 33%.
Outra marca distintiva, aguardada com muita expectativa, é o projeto eleitoral 2016 no Estado do Maranhão, governado por Flávio Dino do PCdoB. O governador Flávio Dino, o primeiro comunista a governar um Estado, ostenta elevados índices de popularidade e apoio a seu governo, coisa rara no país hoje, e construiu-se lá a condição de maior partido político do Estado e maior projeto eleitoral dos comunistas no país: são 105 candidatos a prefeitos entre os 227 municípios do Estado, sendo 14 deles nas 30 maiores cidades maranhenses. Além disso, o Maranhão reforça as marcas alcançadas na região Nordeste do país, onde se destaca também a Bahia com um projeto arrojado.
As expectativas são de que entre os 60 prefeitos municipais eleitos em 2012, nos três maiores os comunistas confirmem nova vitória em Olinda, Contagem e Juazeiro, respectivamente em Pernambuco, Minas Gerais e Bahia. Demonstra assim ser um partido bom de governo, com quadros aprovados na gestão pública – como atesta, aliás, a recente realização das Olimpíadas no Brasil, demonstração cabal da capacidade política e administrativa dos comunistas, cuja gestão no Ministério do Esporte, desde a vitória de Lula em 2002, foi fundamental para a conquista e sucesso da empreitada.
Por todas essas metas alcançadas, a direção nacional considerou o resultado da construção do Projeto Eleitoral 2016 positivo nas condições dadas do país. É um bom projeto, progressivo para a realidade de forças do PCdoB. Tudo depende agora da campanha eleitoral mobilizadora, com largo apoio na base dos movimentos sociais, entre amigos, apoiadores, aliados e forças progressistas, recolhendo o prestígio e autoridade política demonstrados pelo PCdoB na luta contra o golpe, de amplo reconhecimento público. Não há campanha fácil para os comunistas, vai exigir superação que não prescinde do essencial: campanha de massas, campanha militante e sustentação material que deriva disso.
A vitória significará uma contribuição necessária para o fortalecimento e reconfiguração da esquerda brasileira, no sentido de representar o anseio da enorme resistência democrática ao golpe e disputar a agenda política no país contra o ultraliberalismo intentado pelo governo ilegítimo que assaltou a presidência da República. Será igualmente uma demonstração mais de que os comunistas são bons de luta e bons também de governo.
Do ponto de vista político nacional, os resultados destas eleições, além de modificar a base política que engendrará a disputa presidencial em 2018, terão um ponto concentrado nas disputas da capital de São Paulo e Rio de Janeiro. Pela magnitude delas, seu papel irradiador nacional e pela polarização política evidenciada na luta entre as forças democráticas e os golpistas, sem dúvida tais resultados serão os signos políticos dominantes na análise dos resultados. O PCdoB aí comparece, com sua própria legenda no Rio, com grandes expectativas, e no apoio à reeleição do atual prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, do PT, cujo governo atual tem por vice prefeita um quadro comunista de destaque, Nádia Campeão.
*Walter Sorrentino é vice-presidente do PCdoB.
Nenhum comentário:
Postar um comentário