segunda-feira, 11 de abril de 2016

Cunha não tem moral para fazer o impeachment, diz Lula a Greenwald


Em entrevista ao jornalista Glenn Greenwald, do site The Interceptor, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva condenou a espetacularização feita pela grande mídia em torna das investigações da Lava Jato.


Instituto Lula
Lula com o jornalista Glenn Greenwald, do site The InterceptorLula com o jornalista Glenn Greenwald, do site The Interceptor
“Será que é preciso fazer disso um Big Brother? É preciso fazer disso um espetáculo de pirotecnia todo santo dia? Você pode estar condenando por uma manchete de jornal ou por uma reportagem na televisão alguém que depois venha a ser inocente. É possível fazer essa mesma investigação, prender as mesmas pessoas sem fazer a pirotecnia? Eu acho que é”, enfatizou o ex-presidente a Greenwald. O jornalista ficou conhecido após divulgar as primeiras informações sobre os programas de vigilância em nível mundial desenvolvidos pela Agência Nacional de Segurança (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, em 2013, com base em documentos fornecidos por Edward Snowden.


Lula afirmou que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, não teria condições políticas de conduzir o processo do impeachment. Apesar disso, Cunha, segundo Lula, conta com a conivência da mídia para se manter no cargo.


“O Eduardo Cunha não tem respeitabilidade nem congressual, nem na sociedade para fazer isso, mas acontece, às vezes uma certa proteção de determinados setores da mídia nacional, o que eu acho muito grave”, criticou ele, ressaltando que o objetivo dessa manipulação midiática é criminalizar organizações partidárias.


“Quando sai uma denúncia de um outro partido político, não passa de uma letra pequena nos jornais, cinco segundos na televisão. Quando é uma coisa contra o PT, é 20 minutos na televisão e é primeira página de todos os jornais. Há a tentativa, há dois anos, da criminalização contra o PT”, lembrou.


Sem citar nomes, Lula também condenou a atuação golpista de algumas lideranças políticas, como o vice-presidente Michel Temer e os partidos de oposição que defendem o impeachment ou a renúncia da presidenta Dilma Rousseff.


“Eu perdi três eleições, três. Não encurtei o caminho, esperei 12 anos para chegar à Presidência da República. Portanto, qualquer pessoa que quiser chegar à Presidência da República, ao invés de querer derrubar o presidente, é melhor concorrer a uma eleição como eu concorri três. Perdi e não fiquei zangado”, disse Lula.

 
Assista à íntegra da entrevista:


 

Com informações de agências

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