quinta-feira, 14 de abril de 2016

Juventude não embarcou nos atos golpistas


Por Dandara Lima, no site da UJS:

O mês de março foi marcado por mobilizações a favor e contra o impeachment. Em São Paulo, a Avenida Paulista recebeu dois grandes atos dos dois lados, um no dia 13 e o outro no dia 18. O Datafolha pesquisou o perfil dos manifestantes dos dois atos.

No dia 13, o Datafolha entrevistou uma amostra estatística de 2.262 de manifestantes na Avenida Paulista. Já no dia 18, foram 1.963 entrevistados. E duas características se destacam: a diferença etária e de renda entre eles.

57% dos manifestantes que foram pedir o impeachment da presidenta Dilma, no dia 13, eram homens com idade média de 45,5 anos. Os mais escolarizados, com ensino superior, eram 77%, e os demais tinham escolaridade média (18%) ou fundamental (4%).

O perfil do manifestante no dia 18 se diferencia pela faixa etária. 58% eram homens com idade média de 39 anos. A escolaridade também é alta, 78% com ensino superior, 18% com escolaridade média e 5% fundamental. E 85% desses manifestantes não participam dos grupos que organizaram o ato.

“A juventude não embarcou no ato do dia 13 porque não se identifica com as lideranças daquele movimento, por mais que eles tentem emplacar lideranças ‘fake’ como o Kim Kataguiri. A juventude não se identifica com os valores que essa turma defende. Uma grande parcela da massa que tem se manifestado pela democracia é de jovens”, afirma Renan Alencar, presidente da UJS.

Entre os manifestantes do dia 13, 43% das pessoas possuíam renda superior a 10 salários mínimos (R$8.800,00), já no dia 18 este número muda para 28%. “Mesmo com toda ampliação que houve com a mobilização da direita, é surreal como a concentração etária é majoritariamente mais envelhecida e de alta renda, diferente do dia 18, por mais que a escolaridade seja parecida, a renda ainda é discrepante”, declara Renan.

Em relação a presença majoritariamente masculina, Renan avalia que a esquerda precisa avançar em alguns critérios como a linguagem dos atos, e investir cada vez mais em lideranças femininas para que as jovens mulheres se sintam representadas.

Dados do Datafolha disponíveis aqui.

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