Realizou-se neste fim de semana, entre sexta-feira (6) e
domingo (8), a terceira reunião plenária do Comitê Central do PCdoB. As
deliberações, sobre o quadro político e a luta eleitoral de outubro deste ano
serão remetidas à Convenção Nacional Eleitoral que se realizará no próximo dia
27, em Brasília.
Segue abaixo resolução política intitulada Reeleger Dilma
para o país avançar com mais mudanças.
Às vésperas das convenções partidárias e da Copa do Mundo de
Futebol, o Brasil vive, a um só tempo, dias de um intenso debate político sobre
as eleições que irão decidir seu futuro e crescente expectativa pelo início do
mais destacado evento esportivo do planeta. Neste contexto, a oposição começa o
“campeonato” perdendo uma vez que, associadas a grandes veículos de comunicação
da mídia nacional e mesmo estrangeira, politizam a Copa do pior modo possível:
atuam para que o Brasil fracasse enquanto país-sede desse megaevento e negam os
importantes ganhos econômicos, sociais e esportivos que o país já vem obtendo e
o legado que terá ao sediá-lo.
Chegado o momento das decisões, o PCdoB reafirma sua
avaliação de que grandes realizações foram empreendidas no período 2003-2014,
nos governos Lula e Dilma, e, igualmente, expressa a certeza de que nos
próximos quatro anos o país poderá, agora, em melhores condições, superar
velhos obstáculos e adentrar a uma nova etapa de desenvolvimento, com mais
mudanças e a realização das reformas estruturais democráticas – o que resultará
em conquistas ainda maiores para a Nação e os trabalhadores. Alicerçado nestas
convicções a direção nacional do PCdoB decide encaminhar à sua Convenção
Nacional a proposta de apoio à candidatura de Dilma Rousseff à presidência da
República, do Partido dos Trabalhadores, PT.
Ao tomar esta decisão, o PCdoB apresenta as razões que a
fundamentam. São razões e argumentos que o Partido vem tornando públicos desde
o seu 13º Congresso, realizado em novembro do ano passado, e atualizados no
curso da luta política deste ano.
Quanto mais se aproximam as eleições de outubro, mais nítida
se revela a encruzilhada política na qual se encontra o país. Seguir em frente
– a passos rápidos avançando com mais mudanças e preservando as conquistas dos
últimos 11 anos –, ou retroceder, marchar para trás, com o retorno da oposição
conservadora que no exercício do poder, nos anos 1990, governou contra o povo,
restringiu a democracia e aviltou a soberania do país.
A esta altura do confronto, no âmbito das oposições, a
oligarquia financeira e o campo mais conservador das classes dominantes se
inclinam a ungir o tucano Aécio Neves como seu candidato predileto. Ele faz de
tudo para se consolidar como escolhido das forças conservadoras, e ao fazê-lo
se desnuda. De cara, para não deixar dúvidas de quem representa, ressuscitou à
cena política, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, como padrinho de sua
candidatura. A equipe de seu plano de governo agrega a fina-flor dos teóricos
do neoliberalismo e destacados executivos dos rentistas. O candidato da
direita, Aécio Neves diz aos banqueiros que está pronto para adotar receitas
amargas, “impopulares”, cuja leitura não pode ser outra senão corte nos
direitos e conquistas do povo. A alternativa programática que anuncia, embora
camuflada e recauchutada para os dias atuais, é o velho receituário neoliberal
que fracassou no mundo e no Brasil.
Recentemente, inclusive, normatizou por decreto a Política
Nacional de Participação Social, consolidando a participação social como método
de governo e fortalecendo instâncias como conselhos, conferências, consultas
públicas, e até mesmo ambiente virtuais de participação social. Na contramão do
grito das ruas por mais democracia, oposição revela mais uma vez sua essência
autoritária ao se movimentar para tentar anular a correta e avançada iniciativa
da presidenta Dilma.
Nos últimos quatro anos, o Brasil reforçou sua soberania,
apostando na integração latino-americana e caribenha e na criação de um polo
contra-hegemônico ao imperialismo estadunidense. No próximo mês de julho, em
Fortaleza, a presidenta será a anfitriã da importante reunião da Cúpula do
grupo dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul).
Este conjunto de realizações se deu com o governo sob o
bombardeio cerrado e constante do consórcio oposicionista constituído pelas
forças conservadoras, pela oligarquia financeira e por grandes grupos de
comunicação. Desse modo, a presidenta Dilma Rousseff emerge ao final de seu
mandato e se lança à reeleição, com sua autoridade reforçada; tem o apoio
anunciado de representativas legendas de um largo leque político que vai da
esquerda ao centro; e, além disto, é uma liderança respeitada pelos movimentos
sociais e estimada pelo povo. Mostrou, sob difíceis circunstâncias, a fibra e a
competência da mulher brasileira. Dilma se apresenta, portanto, como uma líder
capaz de renovar a esperança e conduzir o Brasil à nova etapa de
desenvolvimento com mais mudanças e conquistas.
Campanha com um programa avançado e protagonismo do povo e
da esquerda
A oposição conservadora, rejeitada pelo povo por três
eleições consecutivas e diante de uma provável quarta derrota, turbinada pela
grande mídia, despreza o debate programático e parte para o vale-tudo. A
sucessão presidencial, portanto, prosseguirá sob acirrado confronto político e
social. O PCdoB está convicto da quarta vitória do povo, da reeleição da
presidenta Dilma, mas ressalta que a vitória se conquista batalha a batalha,
lance a lance e nesta fase destacam-se a amplitude da coligação, que caminha por
se concretizar; a necessária valorização do papel da esquerda e dos movimentos
sociais; e o programa avançado de governo para a campanha de reeleição da
presidenta.
O PCdoB defende que a campanha de reeleição da presidenta se
configure numa grande mobilização nacional que forje uma nova maioria política
e social em torno de um programa avançado. Na visão do PCdoB o eixo
estruturante deste programa deve ser a realização das reformas estruturais
democráticas. Com esta diretriz, o PCdoB irá aprovar na sua Convenção um elenco
de ideias e propostas para o programa de governo da nossa candidata.
Para o PCdoB, além da realização das reformas, se torna
imperativo adotar uma política macroeconômica que contribua para aumentar os
investimentos e elevar a produtividade da economia, favorecendo também, o
revigoramento da indústria brasileira. Tais mudanças são indispensáveis para
que o país tenha um crescimento robusto e duradouro, com mais produção de
riquezas, condição indispensável para mais progresso social e mais valorização
do trabalho. Um projeto para uma nova etapa requer, também, integrar o país
nacionalmente, reduzindo as desigualdades regionais, implementando forte
infraestrutura energética e logística e alternativas econômicas sustentáveis.
Convenções: arrancada para êxito do projeto eleitoral do PCdoB
São Paulo, 8 de junho de 2014
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