sexta-feira, 27 de junho de 2014

O VOTO NÃO É MERCADORIA: O QUE O NOSSO VOTO TEM A VER COM O FUTURO DE TABIRA, DO BRASIL E DA PRÓPRIA HUMANIDADE?

Por Dedé Rodrigues
Esta semana eu assisti um documentário na Rede Futura sobre a forma como os ricos de Nova Iorque financiam os políticos e os partidos nos Estados Unidos, especialmente os membros do  Partido Republicano, para a defesa dos seus interesses de classe. Dessa forma, com  a corrupção política,  eles mantêm os seus privilégios e interesses , mas também influenciam todo o mundo com a lógica neoliberal que favorece o capital rentista e o lucro  especulativo em detrimento da produção, da distribuição de renda  e dos benefícios sociais. Como esta prática contamina a política no Brasil e em Tabira? E o que o nosso voto tem a ver com tudo isto?
A lógica do sistema capitalista, na qual tudo vira mercadoria, já causou diversas crises e, na era neoliberal, a crise que começou em 2007 vem provocando o desemprego e a fome para os trabalhadores, especialmente nos Estados Unidos e na União Europeia.  Os neoliberais lutam para implantar no mundo a lógica privatista e rentista, na qual a produção, a distribuição de renda e os benefícios sociais devem ficar sob a responsabilidade do mercado e, o papel do Estado nestas e noutras questões de interesse da maioria deve ficar cada vez menor. Nos Estados Unidos, segundo o documentário, os bilionários de Nova Iorque financiam até deputados ligados a extrema direita ou aos neofascistas do grupo Tea  Party para defenderem  esta ideologia no parlamento. Não é atoa que nos anos 80 o governo republicano de Bush reduziu em 50% os impostos dos mais ricos proporcionando uma gigantesca concentração da renda nas mãos de uma minoria, enquanto a miséria do outro lado da ponte de Nova Iorque, onde moram os pobres, só tem aumentado.
A concepção ideológica, pragmática e individualista contaminou também a política no mundo capitalista, no Brasil e em Tabira. A máxima, que não é de hoje de que “é dando que se recebe”, especialmente nas eleições, contaminou todo o sistema eleitoral que está corrompido. Você tem dúvida? É só a gente observar como a compra de votos nas eleições em nossa cidade contamina políticos e partidos que teremos um retrato em miniatura do que acontece, em larga escala, pelo Brasil e pelo mundo capitalista. As eleições ficam cada vez mais caras impedindo que os candidatos e os partidos que representam os trabalhadores e os mais pobres cheguem ao poder e consequentemente sejam beneficiados pela própria democracia, pois esta democracia liberal virou uma ditadura do capital.
A política é uma ciência e, como tal, deveria ser uma disciplina obrigatória em todas as escolas do Brasil e do mundo.  Ela deveria ser ensinada desde o primário até os  cursos superiores e, ainda  está na pauta diária de todas as instituições, na igreja, na  família etc.  Devido  a banalização da política pelos grandes meios de comunicação temos muitos analfabetos políticos. Frases como estas:  "não voto de graça para deputados" “não gosto de política”, “todo político é igual”; “ todo político calça 40”; “eu voto no candidato e não no partido”; “só voto em quem me ajudar” ; “vou votar em branco”; “Vou anular o meu voto”;  “não tenho em quem votar” ; não conheço quem presta na política”, só confirmam a existência e a ignorância política deste tipo de analfabeto que está em todas as classes, independente do status social e da formação acadêmica.  Um exame mais atento sobre a história, a ideologia e o programa do partido dos candidatos evitaria a pronúncia destas frases que só poluem os nossos ouvidos.  
O voto é um instrumento muito importante para a manutenção ou a ruptura com este sistema corrupto. As pessoas e boa parte dos militantes políticos e candidatos que vendem o voto são vítimas deste sistema eleitoral capitalista corrompido. Até militantes valorosos se rendem ao pragmatismo. Mas é claro que as cúpulas de Nova Iorque ao Brasil têm consciência disto, embora não admitam publicamente, pois este sistema os beneficia. A grande maioria dos políticos se rendeu a esta situação, não tenho a ilusão de que a gente vai romper radicalmente com tudo isto de uma hora para outra. Acredito até que há progressos nesta área que não podemos omitir, a exemplo das vitórias de Obama nos Estados Unidos, Lula e Dilma no Brasil. Mas o fato é que o problema, mesmo com a vitória deles, permanece e se agrava. Agora, por exemplo, com as eleições gerais de 2014, a coisa fica clara quando se trata do voto para deputados, logo eles que têm uma tarefa  importante de elaborar as nossas  leis e dar sustentação a um dos símbolos mais importante da democracia atual, o parlamento.  É impressionante quando ouvimos frases como esta: “fulano recebeu tanto para apoiar sicrano”. E a história do candidato? O seu trabalho? Os seus projetos? A sua ideologia? O seu partido? Seu compromisso de classe? Nada disto é levado em conta pelos “líderes” compradores de votos e depois pelas pessoas que se vendem para eles. Quando muito aparece no município uma obrinha ali, outra acolá, como justificativa. E, assim, alimenta-se a corrupção de toda ordem neste sistema eleitoral e, o parlamento nas três esferas: federal, estadual e municipal continua desacreditado, pois a composição, na sua maioria de compradores de votos profissionais, impede as mudanças mais profundas em benefício dos trabalhadores  no país,  nos estados e nos próprios municípios.  Por isto torna-se urgente uma reforma política que proíba o financiamento privado das campanhas eleitorais no país e, só Dilma, dos candidatos atuais a presidente da República, defende esta bandeira.  Aécio Neves nem toca no assunto, pois ele é o representante dos ricos, dos conservadores e do neoliberalismo no Brasil. 
Apesar dos importantes avanços dos governos em vários continentes no mundo que enfrentam o neoliberalismo, o mundo real capitalista no qual vivemos é este: corrupção política de cima a baixo, concentração de renda nas mãos de uma minoria e miséria para a maioria, destruição do meio ambiente, rearmamento das potências imperialistas, guerras setoriais, perigo de uma guerra nuclear etc. Precisamos apoiar os governos antineoliberais e anti-imperialistas pelo mundo a fora, a começar pelo governo da Presidenta Dilma no Brasil. Cada pessoa que toma consciência disto pode e deve fazer alguma, a começar, por intermédio do voto livre e consciente a partir do nosso município, em especial, o voto para deputados.  Torna-se urgente e necessário à classe trabalhadora e as lideranças populares, romperem com esta política pragmática, imediatista, oportunista e carreirista sob pena de levarmos o mundo, o Brasil e Tabira a uma situação de barbárie. Eu não tenho dúvidas que poderemos com esta prática burguesa levada aos extremos, como querem os neoliberais, destruir a própria civilização e a vida no planeta terra. É hora de resistir da melhor forma possível.

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