terça-feira, 10 de junho de 2014

Mulheres negras debatem seu papel no cenário político brasileiro

 


A Unegro realiza entre os dias 25, 26 e 27 deste mês, no Espírito Santo, seu Encontro Nacional de Mulheres Negras. O foco do debate este ano é o papel da mulher negra no cenário político brasileiro e a organização da Marcha das 100 mil mulheres negras, que será realizada em 2015. O encontro começa no dia que marca a luta das Mulheres Negras Latino-afro-caribenhas, a data foi instituída em 1992 como símbolo da resistência das mulheres. 


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Mulhreres negras do PCdoB que ocupam cargos legislativos: Leci Brandão, deputada estadual (SP); Luciana Santos, deputada federal (SP) e Olívia Santana, deputada estadual (BA).Mulhreres negras do PCdoB que ocupam cargos legislativos: Leci Brandão, deputada estadual (SP); Luciana Santos, deputada federal (SP) e Olívia Santana, deputada estadual (BA).


O Encontro das Mulheres Negras da Unegro também será um espaço de intercâmbio de ideias, análises, reflexões, e troca de experiências sobre a atual condição socioeconômica das mulheres negras no Brasil. A atividade também tem o intuito de fortalecer o vínculo entre as mulheres negras da entidade. 

Para o presidente da Unegro, Edson França, o encontro vai nortear a atuação das mulheres negras na política e prepará-las para a grande marcha de 2015. Ele questiona o atual sistema político brasileiro que não contempla as mulheres, menos ainda, as negras. 

Edson usou exemplos do estado de São Paulo para provar o preconceito político que ainda existe. A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo já teve 47 legislaturas, em todo este período apenas duas mulheres negras foram eleitas, uma delas a deputada comunista Leci Brandão. “Tivemos o privilégio de contribuir com a mudança deste processo preconceituoso e machista”, afirmou. 

“O que acontece em São Paulo que não elege mulheres negras? Dizem que este estado é a locomotiva do Brasil, tem mais de 34% da sua população negra e não elege mulheres negras!”, questiona.

Ele ressalta ainda que o PCdoB luta diariamente para combater este sistema político que dificulta a inclusão das mulheres – negras ou não – e dos jovens. Segundo ele, o Brasil tem hoje uma população composta em sua maioria por mulheres jovens, e em grande parte negras. Ao mesmo tempo os poderes Executivo e Legislativo são ocupados, na maior parte, por homens, brancos e com idade avançada. Essa disparidade será debatida no encontro.


Por Mariana Serafini, da Redação do Vermelho



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