Chile: Esquerda vence eleições e dão tom da disputa presidencial
Partido Comunista cresceu bem mais nessas eleições.
As eleições municipais do Chile, ocorridas neste domingo (28), indicam uma vitória da centro-esquerda no país, que obteve 44%, contra 38% do total de votos. Nas primeiras eleições com voto voluntário, 70% do eleitorado se abstiveram de participar do pleito. As mulheres tiveram papel de destaque na disputa.
A aliança entre socialistas, democrata cristãos, social- democratas e comunistas obteve 43,65% dos votos, contra 38,03% para os governistas, que haviam vencido as municipais de 2008.
O Chile é um modelo de neoliberalismo propagado pela direita nas Américas que, segundo eles, estaria dando certo. Como a política neoliberal está condenada não ter futuro em lugar nenhum desse mundo pelas contradições que ela encerra, o povo chileno também demonstra que vai pôr um fim em breve a esse monstro que está destruindo a Europa e os Estados Unidos e por consequência afetando também, com as devidas proporções, o resto do mundo.
Editado por Dedé Rodrigues.
A baixa participação revela, segundo analistas, uma apatia política no país. As convocações para a abstenção foram incentivadas pela Assembleia Coordenadora de Estudantes Secundários. A porta-voz, Eloisa Gonzalez, disse que o apelo é uma forma de repudiar atos e práticas políticas.
A eleição envolveu 17 partidos políticos e 11 mil candidatos a prefeito e vereador, em 345 cidades. Para analistas políticos essas eleições servirão como termômetro para a disputa presidencial de 2013.
Vitória à esquerda
A ex-ministra do governo de centro esquerda da presidente Michelle Bachelet, Carolina Tohá, foi eleita prefeita de Santiago, vencendo o conservador Pablo Zalaquet.
“Desejo toda a sorte do mundo”, disse a Tohá o derrotado prefeito, que buscava seu segundo mandato no município santiaguino e chamou de imediato seu rival para a felicitá-lo.
O Partido Comunista também capitalizou de maniera positiva essas eleições.Pela primeira vez em sua história elegeu dois prefeitos na Região Metropolitana de Santiago. Além da comuna periférica de Pedro Aguirre Cerda, onde os comunistas conseguiram a reeleição de Claudina Núñez, o PC elegeu também um prefeito em Recoleta, um setor de classe média, e esteve perto de eleger um terceiro prefeito, que teria sido ainda mais simbólico.
Na comuna de Estación Central (zona oeste da Região Metropolitana de Santiago), o comunista Camilo Ballesteros obteve 47,2% dos votos, sendo derrotado por pouco mais de 1.500 votos pelo atual prefeito Rodrigo Delgado (UDI). Ballesteros foi um dos principais líderes da Confech (Confederação dos Estudantes do Chile) em 2011 e apesar da derrota, a alta votação foi considerada pelos analistas como uma grande demonstração de força do Movimento Estudantil.
A esquerda também venceu no emblemático município de Providencia, na região de Santiago. Josefa Errázuriz, socióloga e líder comunitária pouco conhecida, bateu o coronel do Exército Cristián Labbé, partidário do finado ditador Augusto Pinochet com 55,21% dos votos. A região era administrada pela direita há 16 anos.
Além de porta-voz de Pinochet, Labbé também foi membro da Direção Nacional de Inteligência (Dina) e chefe do pessoal de segurança do então presidente da República.
A coalizão de direita que governa o Chile também perdeu em Concepción (sul), La Reina, Ñuñoa, Recoleta, Huechuraba e Independencia.
Em Ñuñoa, em uma luta voto a voto, a opositora Maya Fernández, neta do falecido presidente Salvador Allende, somava, com 58% das urnas apuradas, 44,86% das preferências, frente a 44,32% de PedroSabat, do conservador partido Renovación Nacional, que governou esse município desde 1996.
Com agências
*Alterado às 12h39 para acréscimo de informações
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