segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Deputados elogiam texto do currículo comum a todas as escolas


O Ministério da Educação apresentou, na semana passada, o texto-base da proposta de currículo comum a todas as 190 mil escolas da educação básica do país, com o objetivo de padronizar em pelo menos 60% o currículo da educação básica e reduzir as desigualdades educacionais no país. O texto, elaborado por 116 especialistas de 35 universidades, vai passar por uma fase de sugestões públicas, na internet, para, em seguida, receber o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) até março de 2016.  


O objetivo é padronizar em pelo menos 60% o currículo da educação básica e reduzir as desigualdades educacionais no país 
O objetivo é padronizar em pelo menos 60% o currículo da educação básica e reduzir as desigualdades educacionais no país 

Os deputados comemoraram a iniciativa. Para Chico Lopes (PCdoB-CE), “este é um momento para a sociedade refletir, propor e contribuir com sugestões ou alterações à proposta e assim, coletivamente, avançarmos na educação básica”, defende.

“Este é um primeiro passo que o governo federal dá no sentido de executar algumas metas do Plano Nacional de Educação. Estabelecer uma base curricular no país é uma das formas de diminuir as desigualdades no país”, acredita Chico Lopes.

O deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) também destacou a importância da participação da sociedade no processo. “Um longo processo que precisa da nossa atenção, de toda a população, no sentido de apontar aprimoramentos nesta fase que se inicia”, afirmou.

Para o parlamentar, a população deve contribuir para a elaborar “um currículo escolar que permita às escolas formar pessoas aptas à vida com pensamento, socialmente e ecologicamente responsáveis, empreendedoras e aptas à vida harmônica em sociedade é uma responsabilidade de todos nós”.

No texto de apresentação do Base Nacional Comum Curricular (BNC), o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, aponta que dois caminhos importantes serão abertos: o primeiro será a mudança na formação (inicial e continuada) dos professores. O segundo ponto é a reestruturação do material didático.

“Notadamente é preciso esclarecer que para funcionar adequadamente qualquer metodologia, ação ou decisão na área da educação, precisa ser validado por professores, formadores de professores, gestores, ou seja, toda a comunidade educacional”, destaca Chico Lopes, que sempre teve a vida política voltada para a defesa da educação e dos professores. 

Combate a discriminação

Jean Wyllys destaca, no BNC, a valorização da interdisciplinaridade na abordagem dos conteúdos e o combate a todas as formas de violência no ambiente escolar, o que, segundo ele, transformarão tanto o processo de formação de professores quanto o material didático. 

“O texto estabelece, de forma clara, como princípio da educação básica, a não discriminação por etnia, origem, idade, gênero, condição física ou social, convicções ou credos, e poderá tornar as escolas espaços menos hostis às minorias étnicas, sociais, sexuais, religiosas, e também às pessoas com deficiências e às pessoas trans”, enfatiza o deputado.

E critica aqueles que “inclusive membros do Ministério Público, tentem obrigar através da mentira, da calúnia e da difamação o banimento de qualquer iniciativa que combata a discriminação no ambiente escolar, mantendo-o como instrumento de controle social para impedir o empoderamento das meninas diante de uma sociedade estruturalmente misógina, ou que as pessoas trans consigam uma colocação digna no mercado de trabalho formal, a partir da formação escolar”, avalia o parlamentar.  


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De Brasília
Márcia Xavier 

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