sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Rússia aproveita visita de Michel Temer para investir no Brasil


O vice-presidente brasileiro Michel Temer concedeu, durante a sua visita à Rússia, uma entrevista exclusiva para a Sputnik – a agência estatal de notícias para o estrangeiro russa – na qual abordou o desenvolvimento das relações bilaterais entre os países que, segundo ele, é positivo.


Brasil e Rússia firmaram acordos sobre indústria aeroespacial: na foto, simulador da aeronave Sukhoi MS-21
Brasil e Rússia firmaram acordos sobre indústria aeroespacial: na foto, simulador da aeronave Sukhoi MS-21

Leia abaixo trechos da entrevista:

Como é que o senhor vê essa relação Brasil/Rússia?

Cada vez mais próspera. Nós já temos hoje a segurança absoluta de uma relação muito intensa, não só comercial e econômica, mas política e cultural com o Estado russo. 

Nós temos tido o melhor diálogo possível nas várias reuniões que fizemos da Comissão de Alto Nível Brasil-Rússia, os resultados foram muito produtivos. Basta dizer, por exemplo, que os russos são dos maiores consumidores da carne brasileira. 

Na verdade há uma meta, ajustada entre a presidente Dilma e o presidente Putin, de alcançar a cifra de US$ 10 bilhões no fluxo comercial de importações e exportações. Assim como nós tivemos a grata satisfação de receber aqui a informação de que estariam abertas cerca de mil vagas para o Ciência Sem Fronteiras. 

No âmbito espacial, há uma cooperação intensa entre a Agência Espacial Brasileira e a Roscosmos para detecção de detritos espaciais, assim como a utilização brasileira do sistema russo de navegação por satélite Glonass, firmado por acordo com a Universidade [Federal] de Santa Maria. 

No âmbito da defesa, nós não só utilizamos helicópteros de combate russos, como estamos em tratativas para adquirir em definitivo o sistema aéreo Pantsir, que está em negociação e que deve consolidar-se em 2016, enfim são exemplos rápidos do resultado muito positivo desta comissão de alto nível e de outras que se realizaram no passado.

Que balanço o senhor faz desta viagem à Rússia? O senhor trouxe uma comitiva, vários ministros que tiveram reuniões bilaterais tratando de assuntos de cada parte.

O primeiro fato a registar é que a comitiva de seis ministros que me acompanharam e deputados do Parlamento brasileiro revela exatamente a importância dessa relação entre o Brasil e a Rússia e, além do mais, cada ministro teve interlocução com seus homólogos, ou seja, ajustaram uma série de dados e atividades que levarão adiante nos respectivos ministérios. 

Só para exemplificar, o caso do turismo que aqui instalou um escritório da Embratur em Moscou, além de agora no site do Ministério do Turismo há a utilização do idioma russo para incrementar o turismo. Ademais disso, houve também um encontro da iniciativa privada em Moscou, que eu tive o prazer de encerrar, ao lado do vice-primeiro-ministro Arkady [Dvorkovich], onde participaram pelo menos 400 empresários russos e brasileiros. 

O resultado é muito positivo, acho que cada vez mais Rússia e Brasil se aproximam, tanto que no plano internacional, por exemplo, nós temos a grande satisfação de saber que a Rússia não hesita em apoiar a presença do Brasil numa reformulação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas.

Agora que o senhor volta ao Brasil, o senhor teve alguns pedidos, algumas solicitações das autoridades russas? O que é que o senhor pretende fazer nessa volta ao Brasil em relação a esses pedidos? 

Vou levar, até em encontros que eu tive com alguns empresários interessados na modificação, na ampliação da infraestrutura brasileira, nas rodovias, nas ferrovias, nas hidrovias, há vários empresários interessados, inclusive, o governo russo e nós aqui cuidamos de incentivá-los a dirigir-se ao Brasil para participar nas licitações que brevemente se abrirão no nosso país.

Além do mais, quero registrar que, das autoridades russas, ouvi o pleito de que se nós pudéssemos agilizar os tratados já firmados entre o Brasil e a Rússia que estão dependendo ora de promulgação, ora de tramitação ainda pelo poder legislativo. O ministro Eliseu Padilha até foi incumbido de levantar todos esses tratados firmados para que em breve nós possamos dar uma resposta positiva a esse pleito.

Fonte: Agência Sputnik

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